29 de setembro de 2019

Apóstola Júnia- Uma Perspectiva Pentecostal


Por Everton Edvaldo

Introdução: Recentemente publiquei um texto sobre Júnia em minhas mídias sociais. Apesar de curto, o texto causou uma impressão bastante negativa em alguns pentecostais (em especial assembleianos), pois nele, eu chamava Júnia de “apóstola notável.” Alguém deve ter pensado: como assim um pentecostal defendendo que houve uma apóstola na Bíblia? Eu já esperava esse tipo de reação vindo de assembleanos, tendo em vista que não é dado o devido crédito a esse assunto em nosso nicho tupiniquim. Geralmente, a visão que defendo é demonizada nos círculos assembleianos. Isso não aconteceria, por exemplo, se eu tivesse afirmado tal coisa nos EUA, pois lá, as Assembleias de Deus ordenam mulheres ao ministério. Isto significa que o contexto local e social em que estamos inseridos podem influenciar e muitas vezes, determinar a nossa forma de pensamento e conjunto de crenças. Contudo, o que mais me espantou foi um comentário que dizia mais ou menos assim: “Nenhum pentecostal sério diria isso, você está rompendo com nossa tradição e trazendo novas ideias para nosso movimento. Sua visão é extremamente impopular.” No final, esse rapaz ainda deixou um texto do teólogo pentecostal e assembleiano Ciro Sanches Zibordi que nega que Júnia era mulher e que era apóstola.[1] Diante disso, resolvi escrever sobre o assunto, afim de mostrar que a minha visão não rompe com o Pentecostalismo[2], pelo contrário, estou bem acompanhado. Há vários anos se fala sobre Júnia no universo acadêmico e já está na hora de atualizarmos esse assunto no Brasil.  Vamos lá?

1.    Panorama geral das discussões no Brasil

Infelizmente, no Brasil (diferente dos EUA)[3] há pouco material sobre Júnia. Os que existem em língua portuguesa (geralmente artigos ou pequenos trechos) são superficiais e bastante limitados. E mesmo esses que se propõem a falar do assunto estão há muito desatualizados.

Quando segmentamos esse debate para o ambiente pentecostal brasileiro, a coisa só piora. Além de não existir nenhum livro sobre Júnia, os poucos que se posicionam fazem isso nem tanto por terem estudado o assunto à fundo, mas por conta do imaginário popular eclesiástico de algumas igrejas que não ordenam mulheres no ministério.  Portanto, crer que houve uma mulher no apostolado não seria uma crença tão adequada (talvez pensem eles) ...

Eu particularmente desconheço qualquer material assembleiano sobre o assunto de forma mais robusta[4]. Digo, o tema tratado de forma séria, com argumentações exegéticas, históricas, etc.

Apesar disso, o imaginário popular assembleiano brasileiro não permite que se pense em Júnia como apóstola. Dessa forma, uma pessoa que defende uma posição diferente, talvez tenha seu pensamento considerado impopular (como é o meu caso), mas ter uma visão impopular no Brasil não quer dizer que ela seja espúria ou estranha ao pentecostalismo... No máximo, revela o desconhecimento de alguém sobre outras perspectivas. Isto é, não é porque uma crença não é popular no meu meio, que isso representa a posição do Pentecostalismo como um todo.

Ao escrever sobre Júnia, espero contribuir para uma visualização mais equilibrada e ponderada desse assunto em nosso meio. Afinal, meu objetivo é servir a Deus e ao meu povo, trazendo conhecimento e informação. Dito isto, vamos ao próximo ponto...

 2.    Panorama Geral das discussões no Mundo e na História

Durante vários séculos da Era cristã, era normal acreditar (Patrística e os Medievais) que havia existido uma mulher notável entre os apóstolos da Igreja Primitiva. Seu nome? Júnia! Contudo, isso não duraria muito tempo, pois, no século XIII, Júnia (feminino) se transformaria em Júnias (masculino) pelo católico e filósofo medieval Aegidius de Roma (1245-1316). Até então, grandes pensadores como João Crisóstomo (347-407 d.C), Orígenes (185-254 d.C), Jerônimo (340-419 d.C), Atto de Vercelli (924-961), Teofilato (1050-1108) e Pedro Abelardo (1079-1142) acreditavam que Júnia era mulher. Depois disso, a figura feminina de Júnia caiu no esquecimento e foi praticamente apagada da mente de qualquer leitor, mesmo existindo cerca de 250 manuscritos antigos indicando que o nome Júnia era feminino e nenhum comprovando que era um nome masculino. Tudo isso motivado pela resistência à ideia de Paulo ter falado de uma mulher notável entre os apóstolos.

No início do século XX, a figura de Júnia volta ao debate. Depois décadas, três autores foram cruciais para resgatar a história e recontar quem foi a mulher que é chamada de apóstola por Paulo em Romanos 16.7. São eles: Rena Perderson (The Lost Apostle: Searching for the Truth About Junia), David Williams (Junia a Woman an apostle) e Eldon Jay Epp (Junia the first Woman Apostle)[5]. Essas três obras não apenas comprovam definitivamente que Júnia era uma mulher contada entre o grupo dos apóstolos, como também mostram que ela era uma figura proeminente e conhecidíssima na igreja primitiva. Os autores analisam fatos históricos, documentos antigos, o léxico, a sintaxe e a semântica do texto. Além dessa troca Exegética-Hermeneutica, esses autores analisam as mais comuns objeções à crença de que Junia era uma apóstola.

Depois disso, o foco do debate mudou drasticamente. Por exemplo, hoje quase não existe entre os acadêmicos (complementaristas e igualitaristas) resistência ao fato de que Júnia era mulher[6] como também ao seu apostolado. Então as discussões sobre o sexo de Júnia ficaram basicamente no passado e é nesse contexto que muitos pentecostais que vou citar nesse artigo estão inseridos. Eles escrevem sobre o sexo e a apostolicidade de Júnia, porque é justamente a época em que o debate está fervilhando. Portanto, eles se posicionam e se manifestam nesse contexto.

Se por um lado, boa parte dos acadêmicos não veem dificuldade em admitir que Júnia era apóstola, por outro, há uma nova tentativa de minimizá-la. A tática argumentativa dos complementaristas agora é admitir que Júnia era apóstola, mas apenas no sentido de missionária e mensageira. Ela não está inserida no corpo de pessoas que exerciam autoridade e liderança e mesmo sendo chamada de apóstola, isso não daria credibilidade para as mulheres atuar nos dias de hoje como pastoras, pois, o ofício apostólico cessou no século I. Nessa questão, até mesmo pentecostais estão divididos! Embora majoritariamente creiam que Júnia foi apóstola, parece não haver certeza se ela desempenhava funções pastorais ou simplesmente era uma mensageira (uma espécie de pregadora itinerante). É completamente natural haver esse tipo de divergência tendo em vista que o debate contemporâneo gira em torno justamente dessa questão...

Mas deixemos que os pentecostais falem pelas suas próprias palavras agora:

3.    Júnia não é homem, mas mulher!

Como havia dito há pouco, parte dos pentecostais escreveram enquanto o debate sobre o sexo de Júnia ocorria. Dessa forma, é natural que eles tragam a tônica do antigo debate para seus próprios escritos.

Por exemplo, há quase 20 anos, o teólogo pentecostal Craig S. Keener foi convidado por um jornal das Assembleias de Deus (AG) para escrever um artigo em apoio de mulheres no ministério. Em um dos trechos, ele diz:

"Paulo também listou dois companheiros apóstolos, Andrônico e Júnia (Romanos 16.7). Embora Júnia seja claramente um nome feminino, os escritores que se opõem à possibilidade de que Paulo poderia ter se referido a um apóstolo feminino sugerem que Júnia é uma contração para o “Junianus” masculino. Esta contração, no entanto, nunca ocorre, e mais recentemente tem-se mostrado ser gramaticalmente impossível para um nome latino como Júnia. Esta sugestão não se baseia no próprio texto, mas inteiramente no pressuposto de que uma mulher não poderia ser apóstola."[7]

Keener demostra que está atualizado sobre o assunto e para ele não resta dúvidas:

“‘Júnia’ é claramente o nome de uma mulher, como os antigos comentaristas geralmente reconhecem (e muitas vezes se surpreendem).”[8]

Se ainda resta alguma dúvida sobre a posição do Keener, é só conferir seu comentário sobre Romanos 16.7, na obra “Comentário Histórico Cultural da Bíblia- Novo Testamento” (Vida Nova). Lá, ele afirma: “Júnias é nomen latino, que indicaria cidadania romana. Embora alguns sugiram que ‘Júnias’ seja contração do nome masculino ‘Juniano’, essa contração de Juniano não tem comprovação, pois é uma forma grega de contração, ao passo que Júnias e Juniano são nomes latinos. Os antigos leitores cristãos reconheciam que Júnias era mulher. Como ela e Andrônico viajavam juntos, tratava-se, sem dúvida, de uma equipe de marido e mulher.”[9]

Neste ponto, Gordon D. Fee, considerado o primeiro erudito bíblico do Moderno Movimento Pentecostal afirma:

‘’Por outro lado, o Novo Testamento não parece ser uniforme sobre questões como o ministério das mulheres na igreja  (ver Rm 16.1,2, passagem em que Febe ‘diaconisa’ em Cencreia; Rm 16.7, texto em que Júnia [ARC]- não Júnias, que é um desconhecido nome masculino- é mencionada entre os apóstolos...”[10]

Em 1990, a Assembleia de Deus dos EUA (AG) também se posicionou sobre o assunto. Num artigo em defesa das mulheres no ministério, ela afirma:

“Júnia foi identificada por Paulo como apóstolo (Romanos 16: 7). A partir do século XIII, vários estudiosos e tradutores masculinizaram seu nome para Junias, aparentemente sem vontade de admitir que havia uma apóstola. No entanto, o nome Junia é encontrado mais de 250 vezes apenas em Roma, enquanto a forma masculina Junias é desconhecida em qualquer fonte greco-romana. Paulo era claramente um forte defensor das mulheres no ministério.”[11]

Interessante que essa declaração foi assinada por importantes nomes da teologia pentecostal Norte-Americana como Gordon Anderson, Robert L. Brant (autor da obra “Teologia bíblica da oração” CPAD), Wesley W. Smith, Stanley M. Horton, Jessé Miranda e outros. Alguns deles são conhecidíssimos e respeitados no Brasil... Que curioso, não?

O Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento (que se propõe a ser uma expansão da Bíblia de Estudo Pentecostal), explicando Romanos 16.7 garante que Júnia era mulher. Nas palavras do teólogo Pentecostal Van Johnson:

“Também digno de nota é a proeminência de mulheres na lista, onde Paulo ‘alista cerca de duas vezes mais homens que mulheres, mas recomenda mais que duas vezes mulheres que homens’ (Keener, p. 589)- testemunho da importância vital das mulheres na igreja primitiva. De particular interesse sob este aspecto é a referência no versículo 7 a Júnias (ARA), que junto com Andrônico ‘se distinguiram entre os apóstolos.’ Há boas razões para traduzir este nome como nome feminino, Júnia (RC), embora muitos comentaristas o traduzam por Júnias, considerando-o como contração do nome Juniano. Até à época dos dias atuais presumia-se que este era feminino. É significativo o fato de que ‘Júnia’ seja amplamente atestado em inscrições do período, mas não há tal evidência para a existência da forma masculina ‘Júnias’.”[12]

Num artigo intitulado “Prática apostólica’, publicado numa revista de Recursos e Teologia do Ministério para Ministérios e Líderes Pentecostais e Carismáticos, o historiador Pentecostal Vinson Synan explica que o termo “apóstolo” pode designar outras pessoas além dos 12 na própria Escritura. Nele, ele inclui Júnia como uma mulher. Vejamos:

“Oito outros apóstolos. Alguns deles são chamados de “apóstolos das igrejas” (2 Cor. 8:23). Depois que Judas traiu Jesus e se enforcou, Matias foi escolhido para ocupar seu lugar. Mais tarde, Paulo, que viu o Senhor "como nascido fora do tempo devido" (1 Cor. 15: 8), também foi chamado apóstolo. Esses dois homens não estavam no fim da lista. Paulo chamou Tiago, o irmão de Jesus, de "apóstolo" (Gl 1:19). Outros eram Barnabé (Atos 14:14), Apolo (1 Cor. 4: 6-9), Andrônico e Júnia (Rm 16: 7) e Epafrodito (Fp 2:25). Alguns pais da igreja primitiva chegaram a chamar Maria Madalena de “a primeira apóstola” porque ela foi a primeira a ver o Senhor ressuscitado. Ann Graham Block e outros estudiosos afirmam que Junia era quase certamente uma mulher por causa da forma feminina do nome. A identificação de pelo menos oito outros líderes que eram “apóstolos” põe claramente em questão o argumento de que o ofício apostólico estava limitado aos Doze originais (embora seu lugar único no registro bíblico seja indiscutível). Implícita ou explicitamente, a Bíblia concede a menos de vinte pessoas o título apostólico.”[13]

A Dra. Pentecostal Melissa L. Archer[14] também está convencida de que Júnia era mulher. Como ela mesma diz:

"Em Romanos 16.7, Paulo cumprimenta Andrônico e Júnia, que declara ser destacado entre os apóstolos (epistemoi en tois tois apostolois). Agora é geralmente aceito que Junia ou Junias é um nome latino feminino, com base na evidência de inscrições de nomes do primeiro século; portanto, Andronicus e Junia são provavelmente uma equipe de marido e mulher, apóstolos empenhados em espalhar o evangelho de maneiras não muito diferentes de Paulo." [15]

No “Jornal Asiático de Estudos Pentecostais”, Volume 20, Número 2 (2017), há um capítulo com o seguinte título “O papel das mulheres no ministério: existe uma desconexão entre a prática paulina e a instrução paulina?”, o Pentecostal Waldemar Kowaslski também deixa sua impressão ao alegar que a versão masculinizada de Júnia é problemática por alguns motivos:

“A história de Junia (v. 7) suscita minha ira. "Junias" é um nome masculino, enquanto "Junia" é um nome de mulher. Sua diferenciação em grego é sutil, como veremos, e isso faz parte da história. Antes do século XIII, a palavra grega "Junia" era traduzida exclusivamente como nome de mulher, com uma argumentável e diferente exceção. De 13 a meados de 20 séculos, o nome foi frequentemente traduzido como o nome de um homem, Junias. A convenção atual é bastante mista. O NIV84, RSV, NASB, ASV e The Message (entre traduções e paráfrases populares) optam pela variante masculina, Junias; enquanto que a NIV, KJV, NKJV, NRSV, ESV, NET e NLT optam pela versão feminina, Junia. O problema é este: nenhuma literatura antiga contém o nome Junias. Poderia ser uma forma contraída de Junianus, que é um nome conhecido; mas essa forma de confronto não é encontrada em nenhum lugar da literatura grega.”[16]

Porém, não para por ai! Outros documentos importantes como a Bíblia de Estudo Pentecostal (que teve como Editor, o teólogo Pentecostal Donald Stamps e como colaboradores vários outros pentecostais) e a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal (CPAD) estão convictos de que Júnia era uma mulher! Basta ler os seus respectivos comentários sobre Romanos 16.7.

4.    Júnia não é notável para os apóstolos, ela faz parte do corpo apostólico. Ela foi uma apóstola!

Importantes nomes da teologia pentecostal também estão convictos de que Júnia não somente é mulher, mas está entre aqueles que são chamados de apóstolos, ou seja, ela foi uma apóstola (independente de ter sido no sentido de mensageira/missionária ou alguém de posição de liderança que desempenhava trabalhos pastorais).

A começar pela Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal (CPAD) que diz:

“O fato de Paulo dizer que Andrônico e Júnia ‘se distinguiram entre os apóstolos” indica que se destacaram no apostolado. Talvez formassem uma equipe composta por marido e mulher. A referência a eles como parentes de Paulo pode significar que pertenciam à mesma linhagem de Paulo (ver 16.21).”[17]

Doutora Archer também está convencida de que Junia não é somente uma mulher, mas também uma apóstola notável, pois argumenta na nota de rodapé:

“Alguns argumentam que essa frase deveria ser dos apóstolos (indicando que não eram apóstolos). O argumento depende da preposição e do que ele expressa. Sobre esse ponto gramatical, veja Richard S. Cervin, "Uma Nota sobre o Nome 'Júnia (s)' em Romanos 16,7," Estudos do Novo Testamento 40 (1994): "A frase 'pelos apóstolos' expressa agente de um verbo passivo (ou, neste caso, adjetivo), mas o agente do passivo é expresso regularmente em grego pela proposição upo + o caso genitivo, e não pelo caso em ativo, que é usado para denotar instrumentos ou meios impessoais ... "Ele continua argumentando que, ao usar a preposição en, Paulo está dizendo que Junia e Andronicus são apóstolos estimados.[18]

Waldemar faz uma grande sacada quando afirma:

“A questão vital para nós é o significado de "Eles são destacados entre os apóstolos". Alguns estudiosos argumentam que isso deve ser lido: "Eles são respeitados pelos apóstolos." Embora a última leitura seja possível, Paulo poderia ter encontrado melhores maneiras de dizer isso sem ambiguidade. A maioria dos estudiosos concorda que a leitura natural é "notável entre os apóstolos", intentando essa equipe (provavelmente marido e mulher) como apóstolos."[19]

Pare para refletir um pouco, se Júnia não fosse apóstola, Paulo (como alguém inteligente que era) não teria colocado a frase de forma ambígua. O apóstolo dos gentios era muito cuidadoso com suas palavras, pois incorria no erro de ser mal interpretado. Por isso, ao colocar Júnia como alguém “notável entre os apóstolos”, ele estava certo de que seria bem compreendido, dada a notoriedade dessa personagem no corpo apostólico. Os cristãos romanos certamente não tiveram problemas com essa denominação de Paulo.

Há quem diga que Júnia não podia ser chamada de apóstola em Rm 16.7, porque essa designação se restringe aos Doze e à Paulo, portanto, esse texto deve ser interpretado da seguinte forma: “Andrônico e Júnia eram notáveis para os apóstolos”, excluindo-os, portanto do corpo apostólico. Contudo, esse argumento não é sustentável à luz da própria Escritura. Em um artigo em seu site pessoal, Keener destrói esse tipo de argumento:

"Se você concorda comigo sobre esse ponto ou não, Paulo fala de muitos apóstolos além dos Doze, incluindo ele próprio (Rm 1: 1, 13), claramente um grupo de primeiros apóstolos além dos Doze (1 Cor 15: 5-7, talvez relacionado aos seguidores enviados em Lucas 10: 1), Tiago, irmão de Jesus (Gl 1:19), Silas e Timóteo (1 Tes 1: 1 com 2: 6-7), Andrônico e Júnia (Rm 16: 7 ).”[20]

Em outro artigo, ele diz:

"O Novo Testamento usa o título “apóstolo” de duas maneiras. Os Evangelhos e Atos geralmente restringem o título aos Doze (Atos chama até os apóstolos de Paulo e Barnabé apenas em uma passagem!). Os cessacionistas estão certos quanto aos Doze: os Doze cessaram! Paulo, no entanto, aplica o título mais amplamente (por exemplo, 1 Cor 15: 5-7), a vários agentes inovadores autorizados por Cristo, como ele próprio (Rm 1: 1); Tiago (Gl 1:19); Andronicus e Junia (Rm 16: 7); e provavelmente Silas e Timóteo (1 Tes 1: 1; 2: 7)."  [21]

Em um livro Paulo, Women and Wives (Paulo, Mulheres e Esposas), Keener ainda é mais enfático ao explicar:

"Também não é natural ler o texto como meramente alegando que eles tinham uma grande reputação com os apóstolos. Uma vez que foram presos com ele, Paulo os conhece bem o suficiente para recomendá-los sem apelar aos outros apóstolos, cujo julgamento ele nunca cita sobre tais assuntos. Paulo em nenhum lugar limita a companhia apostólica aos Doze mais a si mesmo, como alguns propuseram (ver especialmente 1 Cor. 15: 5–11). Aqueles que defendem a opinião de que Júnia não era apóstola o fazem por causa de sua suposição prévia de que as mulheres não poderiam ser apóstolos, não por qualquer evidência no texto."[22] 

O que Keener está dizendo é que a tática hermenêutica de excluir Júnia do grupo dos apóstolos não possui evidência no texto, ela é motivada por outras questões (que não textuais). É como se as pessoas que não concordam com essa visão, façam exegese do texto já com “pressupostos de que não poderia haver uma apóstola mulher na Bíblia.”

Em seu clássico comentário da Epístola aos Romanos (agora disponível em Língua-portuguesa), Keener diz:

“Andrônico e Júnia parecem ser uma equipe apostólica marido-esposa (16.7; irmão-irmã é provável e qualquer outra coisa ter sido escandaloso). (...) Gramaticalmente, é possível ler ‘notável entre os apóstolos’ como sendo honrado por outros apóstolos, mas Paulo em nenhum outro lugar apela para a opinião dos ‘apóstolos’ como um grupo, de modo que a maioria dos estudiosos prefere a outra leitura gramatical possível, a saber, que Paulo chama-os de ‘apóstolos notáveis.”[23]

Então é claro que para Keener, Júnia foi uma apóstola! Nesse ponto, ele se alinha com a maioria dos estudiosos.[24]

No estudo sobre “Dons ministeriais para a igreja”, a Bíblia de Estudo Pentecostal também entende que os personagens descritos em Romanos 16.7 são apóstolos. [25] Na sua nota explicativa sobre Rm 16.7 também podemos encontrar a seguinte afirmação: “Andrônico e Júnia são chamados apóstolos.”[26]

Waldemar conclui sobre Rm 16.7: “este é o único lugar em que marido e mulher são rotulados como apóstolos.” (...) Ele [Paulo] observa não apenas que são apóstolos, mas também são destacados entre os apóstolos.”[27]

Por último,  Van Johnson também explica:

‘’Além da designação comum dos Doze, o termo apóstolo tinha uma gama de significados mais ampla que incluía aqueles que se distinguiam na igreja primitiva (1 Coríntios 15.5-7) diferencia esses dois grupos). O que temos aqui é a evidência de que uma mulher estava entre o grupo maior de ‘apóstolos’.[28]

      5.    Que tipo de apóstola Júnia foi?

Atualmente, essa é a questão mais importante do debate. Porque se Júnia foi uma apóstola, apenas no sentido de enviada/“missionária”, então esse texto não daria margem para que mulheres fossem ordenadas na igreja. Por outro lado, se Júnia foi uma apóstola que se destacou como líder da igreja primitiva, então temos aqui uma base para ordenar mulheres na congregação. Como os pentecostais veem essa questão? Bem, nesse ponto, os teólogos pentecostais se dividem, porque o próprio texto não fornece dados suficientes para tomar partido de forma clara, no entanto, isso não os impedem de se posicionar.

Por exemplo, a Bíblia de Estudo Pentecostal explica:

“Andrônico e Júnia são chamados apóstolos. Aqui, a palavra ‘apóstolo’ é usada no sentido geral, para referir-se a um mensageiro itinerante ou missionário e não no sentido especial de ‘apóstolo’.” [29]

Esse comentário parece sugerir que Júnia era apenas uma missionária, não uma líder da igreja.

Aparentemente, Craig S. Keener não vai por essa direção, pois comentando Rm 16.7, afirma:

“A pergunta maior é o que Paulo quis dizer ao chamá-los de apóstolos. Enquanto Lucas geralmente reserva o título para os Doze, Paulo aplica o título muito mais amplamente (começando com seu próprio ministério; ver 1 Coríntios 15.5-7; Gálatas 1.19; 1 Tessalonicenses 2.7 [com 1.1]). Aqueles que se opõem a Júnia como sendo uma apóstola, observam que Paulo fala duas vezes de apóstolos (agentes comissionados [enviados] de igrejas. Contudo, estes nem sempre são especificados como tais (2 Coríntios 8.23; Filipenses 2.25). Não se pode insistir que Paulo fala aqui meramente de ‘enviados de igrejas’ em oposição ao seu sentido normal de ‘apóstolos, uma vez que ele não oferece tal especificação aqui, a menos que se argumente que as mulheres não podiam ser apóstolas (o que constituiria um argumento circular aqui, assumindo o que é projetado para provar). Os outros usos em Romanos se aplicam a si mesmo (1.1; 11.13). Entretanto, devemos ter em mente que o uso mais amplo de Paulo por um agente encomendado por Cristo não especifica, como as pessoas às vezes supõem, ‘membros dos Doze’ ou ‘escritores da Escritura.” Isso parece implicar uma autorização especial e é normalmente acompanhado de sofrimento (1 Coríntios 4.9) e sinais e maravilhas (2 Coríntios 12.12).”[30]

Waldemar Kowaslski vai um pouco mais além:

“Andronicus e Junia não eram o único marido e equipe de mulheres. Lembra-se de Pedro e dos outros apóstolos em 1 Coríntios 9 que viajaram com suas esposas? No entanto, este é o único lugar em que marido e mulher são rotulados como apóstolos. Enquanto Paulo usa a palavra "apóstolo" no sentido de mensageiro, emissário ou "missionário comissionado", o contexto aqui sugere que ele os está elogiando e expressando respeito além do serviço cristão de nível mais baixo. Ele observa não apenas que são apóstolos, mas também são destacados entre os apóstolos. Percebo que muitos estudiosos argumentam que Paulo não está aqui se referindo a Andronicus e Junia como cumprindo um papel apostólico da mesma maneira que ele próprio. Em muitos casos, a evidência deles é que a instrução de 1 Tim 2.11-15 mostra que eles não poderiam ser apóstolos da mesma maneira que Paulo.” Mas temos esse rótulo "excelente" problemático, que deixa claro que eles não eram comuns ou médios. Dada a rigorosa defesa de Paulo desse direito ao título de "apóstolo" em 2 Coríntios, a aplicação de "destacado" a Andrônico e Júnia sugere que o papel deles era significativo. Considerando o acordo inicial e unânime de que Junia é uma mulher e apóstolo, devemos concluir que Júnia é uma mulher em um papel de liderança.”[31]

Sobre este ponto, eu não vejo Júnia apenas como uma missionária. Geralmente, quando Paulo usa esse termo para descrever alguém, trata-se de uma pessoa que exerce algum tipo de liderança na igreja ou está envolvida em trabalhos pastorais. O texto não chama Júnia de missionária, mas de apóstola e bem sabemos que uma das tarefas de um apóstolo é pregar o evangelho, mas não somente isso. Dentre outras coisas, um apóstolo também é um missionário, mas o contrário nem sempre é verdade. Recorrentemente, a linguagem neotestamentária para um missionário, é o termo “evangelista.” Então se Paulo não quisesse dizer que Júnia era uma líder importante, seria menos problemático tê-la chamado de evangelista. Mas não foi isso que ele fez ao se dirigir a ela pelo título (cargo) mais alto e nobre da igreja primitiva. Todas as pessoas que são chamadas de apóstolos por Paulo são importantes, porque somente Júnia não seria?

O que é um apóstolo na linguagem paulina? É um plantador de igrejas, um arranca “toco”, e dentre algumas tarefas que ele exercia estão algumas como: pastorear, instruir, defender a fé cristã, pregar o evangelho, fortalecer os fracos na fé, etc. Então embora o texto por si só, não diga claramente que Júnia era uma “Pastora” ou uma líder da igreja primitiva, o leque doutrinário paulino sobre o trabalho dos apóstolos nos ajuda a esclarecer que tipo de apóstola ela era. Restringir o apostolado de Júnia à evangelização seria um reducionismo semântico.

Embora não creia que Júnia estivesse no mesmo nível dos 12 (assim como nenhum outro apóstolo estava), penso que Júnia desempenhou um ministério de liderança tão importante e notável quanto o de Paulo.

Se Júnia foi chamada de apóstola, é porque viu o Senhor ressurreto (essa era uma das condições para o apostolado 1 Co 9.1. Ela parece pertencer àquele grupo de apóstolos mencionados em 1 Co 15.7.

O fato de Júnias ser citada em par com seu esposo Andrônico, também pode indicar que seu ministério detinha funções semelhantes às das duplas de apóstolos mencionados em Atos dos apóstolos como Paulo e Barnabé, depois Paulo e Silas/ Barnabé e João Marcos. Essa seria uma prática mais antiga existente já nos dias de Jesus (Quando ele envia os 70 discípulos de dois em dois Lc 10.1-11). O Evangelista Mateus também menciona os apóstolos em pares de dois (Mt 10.1-4). A pergunta seria: Porque Júnia seria somente uma missionária? Por ser mulher?

Outra pista: Andrônico e Júnia foram presos por conta do Evangelho. Isto significa que eles eram ameaças ao paganismo. No Novo Testamento, todos os outros apóstolos que foram presos por conta do Evangelho exerciam papéis e funções de liderança na igreja, porque somente Júnia estaria de fora? Por ser mulher? O protagonismo do casal indica, aponta e fortalece o argumento de que Júnia exercia liderança na igreja primitiva.

Por último, primeiro os complementaristas tentaram masculinizar Júnia, depois tentaram excluí-la do corpo apostólico, agora a tática é minimizar seu trabalho e importância. Júnia já foi esquecida, silenciada, minimizada e já foi transformada até mesmo em ‘homem’, mas uma coisa é certa, Júnia ainda continua fazendo barulho e sendo uma pedra no sapato dos complementaristas. Eu desejo sinceramente que os debates continuem e os pentecostais brasileiros se atualizem sobre o assunto.

Conclusão:

Quem é a Júnia de Romanos 16.7? De acordo com as informações de Paulo (Romanos 16.7), era uma apóstola[32], alguém notável (destaque) entre os apóstolos, uma companheira de prisão, era judia e provavelmente esposa ou irmã de Andrônico. Paulo também dirá que ela estava em Cristo antes dele. Esse detalhamento tão meticuloso mostra que era uma figura importante e certamente influente. Vários Pentecostais sérios estão convictos disso, sendo assim, a minha visão sobre Júnia não se distancia, nem rompe com nossa tradição. Que mais pentecostais estudem sobre o assunto, Deus abençoe!






[1]Alguns teólogos dizem que Júnias (ou Júnia) era uma apóstola. Mas, pelo que tudo indica, ele (e não ela) era apenas um cooperador de Paulo. Mesmo que Júnias fosse uma mulher, o texto bíblico não confirma o seu apostolado, pois não era comum uma mulher ficar presa com homens: “Saudai a Andrônico e a Júnia, meus parentes e meus companheiros na prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e que foram antes de mim em Cristo” (Rm 16.7). Distinguir-se entre os apóstolos não significa, necessariamente, exercer o apostolado. Marcos e Lucas, por exemplo, não eram apóstolos e se distinguiram, se notabilizaram, entre eles.” https://cirozibordi.blogspot.com/2011/12/por-que-deus-prioriza-o-homem-na.html. Acesso: 28/09/2019.

[2] Esse artigo não é uma Exegese meticulosa de Romanos 16.7, mas um texto sobre pentecostais que juntamente comigo veem Júnia como apóstola.

[3] Já existem vários livros nos EUA exclusivamente sobre Júnia.

[4] Temos poucas referências a Júnia nos escritos assembleanos do Brasil. Por exemplo, na Lição Bíblica  (1 Trimestre de 2006 CPAD), a primeira lição cujo tema é “A Igreja de Roma”, trata de Romanos 1.7-15 e de 16.3-7,16. Vários personagens são citados como Epenêto, Apeles, Trifena, Trifosa, Priscila, Áquila, Maria, etc. Nada é dito sobre Júnia... Noutra lição Bíblica (2 Trimestre de 2014), o comentarista Elinaldo Renovato de Lima (lição 6) tratando acerca dos apóstolos fora dos 12, cita o teólogo pentecostal Stanley Horton que diz: “O Novo Testamento indica que havia outros apóstolos que também haviam sido dados como dons à Igreja. Entre eles se acham Paulo e Barnabé (At 14.4,14), bem como os parentes de Paulo, Andrônico e Júnia (Rm 16.7).” Ou seja, para o Elinaldo Renovato, Júnia era mulher e apóstola (num significado mais amplo). Sobre a feminilidade de Júnia, fica claro no seu livro de apoio “As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais.” (CPAD), onde no capítulo 4, ele fala das mulheres no Novo Testamento. Nas suas palavras, Paulo “enaltece o trabalho de várias mulheres, como Febe, Priscila (líder), Maria, Júnia, Trifena, Trifosa, Pérside, Júlia, Olimpas (ver Rm 16.1-15).”  Já no livro de apoio e lição sobre a epístola aos Romanos (Maravilhosa Graça CPAD), o comentarista e autor José Gonçalves diz sobre Romanos 16.7: “... enquanto outros se tornaram notáveis entre os apóstolos” não deixando muito claro qual sua posição sobre se Júnia era mulher ou homem e Apóstolo (a) notável ou notável para os apóstolos. Para o Pastor e Mestre Antonio Gilberto, não há como saber se Júnia era homem ou mulher... Ele diz: “Ninfa, v.13 (no original, o nome Ninfa está no caso acusativo de declinação gramatical (Nymphan); daí não se saber se trata de nome masculino (Nymphas) ou o nome feminino (Nympha) (É o mesmo caso de Romanos 16.7, onde lemos “Júnia”. No original, está no caso acusativo: "Ioyniam"). (http://www.cpadnews.com.br/blog/antoniogilberto/fe-e-razao/56/ministerio-dinamico-(parte-1).html. Acesso 29/09/2019). No livro “O Espírito e a Palavra” (CPAD), no capítulo 13, há uma seção intitulada “O Apóstolo Paulo e as Mulheres”. Nela, o autor Gutierres Siqueira, apesar de citar algumas mulheres como Prisca e Áfia, também não faz nenhuma citação a Júnia... Por último, o saudoso Pastor Severino Pedro da Silva em seu livro “A Igreja e as Sete Colunas da Sabedoria”, coloca Júnia na lista daquilo que ele chama de “apóstolos subentendidos.” Ele diz: “Chamamos de ‘apóstolos subentendidos’ aqueles que chegaram a fazer parte do apostolado, mas que não foram nomeados assim. Eles são portanto, descritos no ‘ofício’ e não no ‘título.’ Podemos destacar estes: (...) b) Andrônico e Júnia (Rm 16.7).” (PEDRO, p. 140). Na Teologia Sistemática (CPAD, p. 115), do teólogo Eurico Begsten, na seção que se fala dos apóstolos são mencionados personagens como Paulo, Silvano, Barnabé e os 12. Andrônico e Júnia são completamente  ignorados. Na edição 77 da Obreiro Aprovado, Ano 39 - nº 77 - 2º Trimestre/2017,  finalmente encontramos um artigo um que trata sobre Júnia de forma mais expandida (embora o autor não tenha a mesma visão que a minha). O título do artigo é: Júnia era uma obreira apóstola?

[5] Essa obra elencou algumas coisas para o debate, como: 1. O nome em Romanos 16: 7 foi considerado um nome feminino na igreja primitiva por praticamente todos os escritores antigos. 2. As versões gregas das escrituras continuaram a soletrar como um nome feminino, com exceção de Alford em 1852 e nem notaram que poderia ser um nome masculino no apêndice até Weymouth em 1892. 3. Traduções antigas, como as versões latim antigo, vulgata, sahidic, copta bohairic e siríaco, o soletram como um nome feminino. 4. As traduções em inglês o leem como "Junia" até a última parte do século XIX, quando foi subitamente alterado para um nome masculino "Junian" ou "Julian" ou alguma variação. 5. Enquanto alguns acreditam que este era um apelido para o nome masculino “Junias”, Junias nunca apareceu como um nome nos primeiros séculos depois de Cristo e, portanto, não precisaria de uma forma de apelido. Epp lista manuscritos e coleções até Baljon (1898) e todos têm Junia como mulher, exceto Alford (1858). São 31 edições oficiais do texto grego contra 1.

[6] A opinião mais recente da maioria dos pensadores é a favor de um nome feminino. Ver Morris, The Epistle to Romans, 533; Lampe, “The Roman Christians,”, 223-24; Stott, The Message of Romans, 396; Moo, The Epistle to the Romans, 922-23/ Screiner, Romans, 795-96; Osborne, Romans, 406-07.


[8] KEENER, Craig S. Comentário de Romanos. Editora Reflexão, 2019. Pp. 299-300.

[9] KEENER, Craig S. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia- Novo Testamento. Vol II. P. 545

[10]  FEE, Donald D. e STUART, Douglas.  Entendes o que lês? São Paulo: Vida Nova, 2011. Pp. 100-101. 

[12] STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD. Pg. 116

[14] Melissa Archer (PhD, Bangor University) é Professora Associada de Estudos Bíblicos na Southeastern University em Lakeland, FL. Ela é exortadora da Igreja de Deus em Cleveland, Tennessee. A Dra. Archer recebeu seu PhD pela Universidade de Bangor, no País de Gales. Sua dissertação é intitulada ' Eu estava no Espírito no dia do Senhor': um compromisso pentecostal com adoração no apocalipse . Ela é membro da Sociedade de Literatura Bíblica, bem como da Sociedade de Estudos Pentecostais.

[15] MARGARET. Women in Pentecostal and Charismatic Ministry: Informing a Dialogue on Gender, Church, and Ministry. Boston: Brill, 2016. P. 42

[16] Asian Journal of Pentecostal Studies, Volume 20, Number 2  (2017). Pp. 158-159.

[17] Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD. P. 1579.

[18] MARGARET. Women in Pentecostal and Charismatic Ministry: Informing a Dialogue on Gender, Church, and Ministry. Boston: Brill, 2016. P. 42

[19] Asian Journal of Pentecostal Studies, Volume 20, Number 2  (2017). Pp. 158-159.

[20] https://www.craigkeener.com/are-there-apostles-today-part-1/

[22] Craig S. Keener, Paul, Women and Wives (Peabody: Hendrickson, 1992), 242, quoted in Rebecca Merrill Groothuis, Good News for Women: A Biblical Picture of Gender Equality (Grand Rapids: Baker, 1997), 195
.
[23] KEENER, Craig S. Comentário de Romanos. Editora Reflexão, 2019. Pp. 299-300.

[24] “A maioria dos estudiosos lê a expressão grega como indicação de que ambos eram apóstolos.” KEENER, Craig S. Comentário Histórico-Cultural da Bíblia- Novo Testamento. Pg. 545

[25] STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. Pg. 1814.

[26] STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. Pg. 1727.

[27] Asian Journal of Pentecostal Studies, Volume 20, Number 2  (2017). Pp. 158-159.

[28] STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD. Pg. 116

[29] STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. Pg. 1727.

[30] KEENER, Craig S. Comentário de Romanos. Editora Reflexão, 2019. Pp. 299-300.

[31] Asian Journal of Pentecostal Studies, Volume 20, Number 2  (2017). Pp. 158-159.

[32] Há um artigo em inglês atualizado sobre o assunto. Nele podemos encontrar a seguinte conclusão: “Segundo as Escrituras, Júnia era uma apóstola. A evidência é autoritária, convincente, diversa e objetiva. O testemunho de manuscritos antigos, declarações de vários líderes da igreja até o século XII, definições lexicais, construção gramatical, exemplos das escrituras, consistência das traduções da Bíblia a partir dos anos 1300 em diante, e extensas bolsas de estudos contemporâneas e anteriores fornecem evidências conclusivas de que Júnia era uma apóstola feminina.” https://www.cbeinternational.org/resources/article/priscilla-papers/junia-female-apostle-examination-historical-record. Acesso: 29/09/2019.

6 comentários:

  1. Há um artigo muito bom e contrário (mas aí é que os argumentos se firmam) do Pr. Silas Daniel, na Revista Ensinador Cristão. Só não lembro qual a edição (foi numa que falava da administração da AD em Recife). Fez uma ginástica tremenda e por fim morreu na falácia do argumento literalista semântico. Coloco sempre as coisas na seguinte perspectiva: a CPAD que é contrária à ordenação feminina, tem no cast da CPADNews uma pastora: Elaine Cruz. É contradição que não acaba mais!

    ResponderExcluir
  2. Craig S.Kenner acrescenta:"Os antigos leitores reconheciam que Junias era mulher[...] As maioria dos estudiosos lê a expressão grega como indicação de que ambos (Andrônico e Junias) eram apóstolos. Parabéns! Sou assembleiano e já defendia o ministério pastoral feminino. Seu artigo me fornece mais argumentos.

    ResponderExcluir
  3. Quero que todos saibam o quanto sou grato pela restauração do meu casamento com a ajuda de um feiticeiro chamado Dr.Akhere. Ele é ótimo e único, consegui o contato dele aqui online a partir de depoimentos que li sobre ele ... eu disse a ele meus problemas e ele lançou um feitiço de amor que trouxe meu marido de volta para mim depois que ele me traiu e quis o divórcio, para minha maior surpresa meu marido veio com um carro novo marrom que ele acabou de comprar para mim, esta é a melhor coisa que já aconteceu comigo e agora estamos vivendo muito felizes juntos. Dr.Akhere está lá para responder ao seu problema de relacionamento e qualquer problema espiritual. entrar em contato com ele no e-mail: Akheretemple@yahoo.com, você também pode adicioná-lo no WhatsApp +1(315)316-1521

    ResponderExcluir
  4. Parabéns pelo esclarecimento.

    ResponderExcluir
  5. A paz do senhor Jesus Cristo a todos.
    Estudo muito bom.
    Deus abençoe.

    ResponderExcluir
  6. Nadir é feminino ou masculino? Nair? marivaldofornazin@yahoo.com.br

    ResponderExcluir