30 de março de 2019

Quem é a rosa de Saron, o lírio dos vales em Cantares de Salomão 2:1-2



Por Craig Keener.

Tradução: Everton Edvaldo.

Qualquer música cristã retrata Jesus como o “lírio do vale”, a “rosa de Saron” e a “mais bela das dez mil”. As canções são lindas, e o ponto delas é que Jesus é a maior beleza e desejo de nossa vida.  Nós não devemos ler o significado dessas belas canções de volta para o significado da Canção de Salomão, no entanto; a “rosa de Sarom” neste livro não se refere a Jesus, direta ou indiretamente.
 
Este livro é uma antiga canção de amor, que fornece insights maravilhosos sobre o romance, a linguagem do desejo conjugal e apreciação, lidando com conflitos no casamento (o breve conflito é 5: 2-6), o poder do ciúme (8: 6), etc. Na medida em que reflete a beleza do amor conjugal, pode também nos fornecer palavras em nossa busca apaixonada por Cristo, mas esse não é o assunto direto do livro; o livro é um exemplo prático do amor romântico entre casados. (Por exemplo, a “casa de banquete” e a “bandeira” em 2: 4 podem se referir a antigos costumes matrimoniais: enquanto os convidados estavam banqueteando a festa de casamento, a noiva e o noivo consumavam seu casamento e supostamente penduravam uma bandeira quando selavam sua união. É duvidoso que devemos ler esses detalhes como um símbolo de Cristo, quando é muito melhor lê-los como uma imagem do amor sexual entre casados no antigo Israel).
 
Mas mesmo que Canção de Salomão fosse apenas um símbolo de Cristo e Sua Igreja, como alguns supõem, a “rosa de Sarom” e o “lírio do vale” não poderia se referir a Cristo. Como na NVI, é a noiva que declara: "Eu sou uma rosa de Sharon, um lírio do vale" - tão bela quanto a mais bela das flores; seu noivo a fez se sentir amada, apesar de suas próprias inseguranças (1: 6). O noivo também a compara a um lírio (2: 2; 7: 2); ela compara sua abordagem a alguém que se move entre os lírios (2:16; 6: 2-3; ele também aplica essa imagem a ela em (4: 5). Mesmo que a Canção de Salomão fosse uma alegoria de Cristo e da Igreja (o que é muito improvável), a“rosa de Sarom” não se referiria a Cristo, mas à Sua Igreja. Mais provavelmente, é um exemplo da bela linguagem romântica que um autor inspirado poderia aplicar à sua noiva, como um guia inspirado enfatizando a importância do afeto romântico em nossos casamentos hoje.

Fonte: https://www.craigkeener.com/who-is-the-rose-of-sharon-the-lily-of-the-valley-%e2%80%94-song-of-solomon-21-2/ 

28 de março de 2019

3 lições extraordinárias sobre o Maná no deserto





Por Everton Edvaldo.

Introdução: Em Êxodo 16.1-30, encontramos um dos episódios mais emblemáticos da Bíblia. Jesus, por exemplo, usou esse episódio para falar do verdadeiro pão que desceu do céu, isto é, ele mesmo, o pão da vida (cf. João 6.31-35). 

No entanto, nós cristãos podemos fazer várias aplicações a partir desse texto e se fizermos uma meditação acurada, aprenderemos lições espirituais que quando colocadas em prática, podem evitar alguns males. 

Contudo, antes de meditarmos nas lições espirituais, precisamos entender o texto à luz do seu contexto a fim de que possamos fazer uma releitura apropriada, aplicada e prática. 

Então vamos lá...

Estamos no século XV a. C. Mais de dois milhões de israelitas estão no deserto de Sim. Eles acabaram de sair do Egito, a nação que os escravizou por mais de quatro séculos (fazia só dois meses que haviam saído). Estão cheios de ouro, prata e bronze, todavia, sentiam falta da comida do lugar que outrora habitavam (Êxodo 16.1-3).

Então da alta e sublime morada, Deus brada à Moisés: "Eu lhes farei chover pão do céu. O povo sairá e recolherá diariamente a porção necessária para aquele dia."  (Êxodo 16.4). Interessante que essa passagem demonstra o cuidado de Deus sobre a vida dos seus. Ele nos mostra que o Deus que nos chama é o mesmo que se responsabiliza! 

Deus então enviou o Maná para Seu povo. Esse "pão", conforme chama Moisés, devia ser recolhido todos os dias, exceto no sábado. Para isso, os israelitas deveriam recolher a porção dobrada no sexto dia.

O principio era: cada um devia recolher quanto precisava (Êxodo 16.18) e ninguém devia guardar nada para a manhã seguinte. No entanto, alguns de Israel desobedeceram e guardaram um pouco até amanhã seguinte (Êxodo 16.20). Já outros saíram no sábado para recolher, violando o dia santo do SENHOR (Êxodo 16. 27).

A partir desse texto, gostaria de fazer uma releitura, aplicando os seus princípios às necessidades do nosso tempo. Meu objetivo é falar apenas sobre três:

1. Em primeiro lugar, nós precisamos viver um dia de cada vez e aprender com o hoje.

Os israelitas precisavam recolher a porção diariamente.

Na sociedade pós-moderna, as nossas preocupações não se restringem ao que vamos comer. É muito mais que isso. O homem moderno tem medo do amanhã e vive atormentado por algo que ainda não chegou. Não é à toa que várias pessoas tem desencadeado crises emocionais e de pânico, síndrome do Pensamento acelerado, transtorno de ansiedade, depressão, comportamento suicida, fobias, etc. Nós precisamos parar de querer "antecipar" o futuro!

Há uma frase de Abraão Lincoln, ex-presidente dos Estados Unidos que diz assim: "A melhor coisa do futuro é que ele chega à razão de um dia de cada vez."

Sim, a nossa luta é diária. Michael Jackson, considerado rei do pop pela indústria fonográfica, cantava:

"Todo dia crie sua história. Cada caminho que você toma você está deixando seu legado.Cada soldado morre em sua glória.Toda lenda fala sobre conquista e liberdade."

Criar nossa história todo dia não tem nada a ver com o imediatismo que assola a maioria das mentes pós-modernas. Também não evoca para si a ideia de comodismo, se contentar com pouca coisa ou não se planejar para o futuro. Também não confunda com a teologia do teísmo aberto. Não estamos falando dessas coisas. Viver um dia de cada vez é qualidade de vida. Ou vivemos um dia de cada vez ou então vamos comprometer a nossa jornada. Esse texto não é motivacional, coach, auto-ajuda, é mais que isso! É como uma luz que te direciona a relaxar, respirar, desacelerar e viver debaixo da providência de Deus. Somente dessa forma poderemos equacionar uma vida espiritualmente sadia com o estresse, rotina e preocupações do amanhã.

Veja que no sábado, os israelitas não deviam sair para recolher o Maná. E o sábado foi dado por causa do homem. Era um dia de descanso para o homem e para a terra. 

Então qual a dificuldade que nós temos para obedecer esse princípio? Porque nos matamos pelo futuro incerto? A gente esquece de viver quando colocamos o trabalho, a rotina e as responsabilidades acima da qualidade de vida. Dar prioridade a essas coisas não é viver, mas simplesmente existir. E quem se limitava a somente existir, nunca está satisfeito com nada. Se soubéssemos como isso é nocivo para nossa saúde emocional, física e espiritual, daríamos mais valor à vida, aos pequenos e bons momentos, ao aconchego da família e à lugares mais calmos.

Viver um dia de cada vez, é matar um leão por dia, é não trazer os problemas da rua para dentro de casa e não trazer os problemas de casa, para rua. É zerar os momentos de tensão no fim do dia. É se reerguer como uma fênix, em meio às cinzas e escombros. Viver um dia de cada vez exige amor próprio, vontade de viver e sabedoria. É prevenir para não ter que remediar. É matar/resolver o problema o mais rápido possível e não adiá-lo para o amanhã. 

Que esta geração aprenda a viver um dia de cada vez! 

 2. Em segundo lugar, nós precisamos aprender a ver Deus nas coisas e principalmente na nossa vida. 

Com o Maná, os israelitas agora podiam ter a convicção de que o SENHOR estava na trajetória deles, cuidando de tudo. 

Perceba que o maná foi dado para provar os israelitas. Num mundo onde o mal tem se apoderado cada dia mais das coisas, nós precisamos aprender a enxergar o SENHOR na história. Os cristãos tem costume de ver diabo em tudo, mas isso tem que acabar. Há coisas que o SENHOR permite na nossa vida para nos provar e trazer crescimento/desenvolvimento. O mesmo Deus que permite que nós caminhemos pelo deserto é o Deus que manda o Maná para nos alimentar. Até quando ficaremos com os olhos fechados para o mundo espiritual? Até quando vamos acreditar em Deus mas viver como se Ele não existisse ou como se Ele não estivesse lá, no controle de tudo? As rédeas da nossa vida e da natureza estão nas mãos dEle. Então porque a gente se desespera tão fácil se o Deus todo soberano, poderoso e majestoso está conosco no barco? 

Não podemos deixar que os ventos tempestuosos tire nossos olhos do alvo! Se isso acontecer, nós iremos afundar, assim como Pedro. Mas se nós confiarmos nEle, essa miopia espiritual irá cair por terra e somente então os nossos olhos o verão tal como aconteceu com Jó (Jó 42.5) e com o cego de Jericó (LC 18.41-43). Na Bíblia, alguns personagens desejaram ver o SENHOR em sua majestade, todavia, nem sempre Ele se manifestava de forma gloriosa. Às vezes, Ele se manifestava num furacão, na nuvem, na fumaça ou na brisa. O importante é que o SENHOR podia ser visto nas coisas mais simples da vida. Talvez o maior exemplo disso seja a vinda de Jesus ao mundo. Ele tabernaculou-se entre os homens a fim de nos trazer salvação. 

Deus não ficou preso ao passado. Ele continua agindo no presente, não somente de forma transcendente mas também de maneira imanente e surpreendente. Ele está presente na nossa vida e fora dela, de modo onipresente e age por meios naturais e sobrenaturais. Eu consigo ver Deus em toda a criação e isso não tem nada a ver com o panteísmo cujo ensino diz que tudo é Deus. 

Cremos na doutrina da revelação geral (Salmos 19, Romanos 1) que ensina que o mundo físico (a criação) descortina o mundo espiritual de maneira que torna o homem indesculpável. É como várias luzes num palco apontando e iluminando para um determinado artista, criador daquele espetáculo. Sim, Deus deixou sua impressão digital em tudo que criou e o universo reflete e expressa a glória de Deus. É impossível estudar e observar o universo e não chegar à conclusão de que Ele é o autor de tudo isso, pois, em cada coisa deixou sua marca. É por isso que vejo Deus nas coisas.

Outro ponto que gostaria de observar é que precisamos ver Deus em nossa vida também. Óbvio! Ele não somente criou, controla, governa e intervém no macro universo, mas o mesmo acontece no micro universo. 

Eu preciso ver Deus na minha casa, na minha família, na minha saúde, na minha igreja, no meu trabalho, em todo canto. Deus está lá! Se não o vê-lo, andarei por caminhos tortuosos e sombrios. 

Se Deus está comigo, andarei pelos vales, pelo fogo, por águas agitadas e profundas; enfrentarei leões, gigantes, feras espirituais. Lutarei contra meus piores medos e traumas que eventualmente tenha desenvolvido no passado. Se Deus está comigo, posso até perder batalhas, mas jamais a guerra, pois esta já foi vencida no calvário e em tudo somos mais do que vencedores. Se Ele está comigo, há uma mão em que eu possa segurar firme, sem temer o amanhã. Se Deus está comigo, toda escuridão se transforma em luz mais radiante do que o sol. Se Ele está comigo, posso até ficar triste, chorar e sentir desânimo por um momento, mas jamais desistirei da jornada, pois Ele me carregará nos braços até que eu aprenda a descansar nEle e confiar no seu amor e cuidado. 

Que possamos ver Deus nas coisas e na nossa vida! 

3. Em terceiro lugar, nós precisamos descansar em Deus e na sua providência. 

Foi Deus quem havia providenciado o Maná para os israelitas. Ele não fez somente isso. Nos capítulos anteriores ao que estamos estudando, ele também fez águas amargas se tornarem potáveis e muitas outras coisas. Paralelamente a isso, Deus também estava guiando o povo de dia e de noite. Sem falar que eles não tinham somente a provisão e a direção, mas também a proteção e o cuidado. Isso se chama providência de Deus. Deus mandou o Maná todos os dias, e no sexto, mandava o suficiente para que eles recolhecem o dobro, porém no sábado eles deviam descansar. Interessante que Deus preparou um dia de descanso para os judeus...

Embora o mandamento do sábado tenha sido dado exclusivamente para os judeus, nós não devemos fechar os olhos para o princípio do descanso. O sábado da lei foi algo extremamente revolucionário para uma época onde as "leis trabalhistas" não levavam em consideração esse princípio. Nesta época, o homem era aquilo que produzia. A matéria, o solo e o que podia se extrair dele era a medida de sua riqueza. Quanto mais trabalho, mais riquezas. Produção era o lema daquela sociedade. No entanto, o princípio do descanso evocado pelo sábado ultrapassa épocas, gerações e continentes e ecoa como algo importantíssimo para nossos dias. 

a) A importância de descansar o corpo e a mente.

Nós precisamos dar descanso à nossa mente, ao nosso corpo e à nossa família. Há pais que estão sacrificando sua família em função do trabalho. São pessoas que na ânsia de prover o pão de cada dia, estão deixando de viver. São como máquinas e se tornam infelizes profissionalmente e como pessoas, acabam ficando insatisfeitas, estressadas e impacientes. Isso tem um impacto direto na família, pois os filhos crescem num lar conturbado e tendem a reproduzir as atitudes dos pais. Descanse! Respire! Tire um dia para se "desligar" dos problemas acumulados pela rotina. Esse é um tipo de descanso fisiológico, emocional, temporal e afetivo. 

b) A importância de descansar em Deus.

Todavia, gostaria de encerrar esse texto falando sobre um descanso muito mais sublime e excelente: o descanso espiritual. 

De nada adianta ter as contas em dia, visitar uma bela casa de praia num fim de semana, longe da agitação dos centros urbanos e não ter paz na alma. A nossa alma também precisa de descanso e o descanso espiritual é vertical e significa repousar em Deus. Vale lembrar que ele anda lado com a confiança no SENHOR. Essa confiança é terapêutica e faz bem à alma. 

Por último, deixarei aqui 5 motivos do porque eu posso descansar em Deus e na Sua providência:

• Porque o SENHOR garante que está conosco (Ex 33.14).

• Porque quando descansamos em Deus, o vislumbramos como nosso refúgio, fortaleza e nosso Deus (Sl 91.1-2).

• Porque quando estivermos cansados, ele nos restaurará as forças (Is 40.29; Jr 31.25).

• Porque esse é um convite de Jesus (Mt 11.28-30).

• Porque o SENHOR tem sido bom conosco (Sl 116.7).

Conclusão: Diante do texto que estudamos, podemos notar o quanto que Deus está presente na vida e no viver do ser humano. Nós não podemos caminhar de qualquer jeito sobre este mundo, pois, somos o povo santo e propriedade exclusiva do SENHOR. As circunstâncias difíceis as quais estamos sujeitos a passar, muitas vezes são provas de Deus. E elas são dadas a nós com o objetivo de nos amadurecer. São provas que nos fazem crescer e se desenvolver. Obedecer é melhor do que sacrificar, portanto, viva um dia de cada vez, veja Deus nas coisas e na sua vida e por último, aprenda a descansar na providência de Deus. Amém!

26 de março de 2019

Porque tanto os dons quanto o fruto são importantes!


Por Craig Keener.

Tradução: Everton Edvaldo.




O fruto do Espírito é produzido pelo Espírito operando em nós; ele expressa o caráter de Deus em seu coração, especialmente nos relacionamentos. À medida que esse fruto cresce, somos cada vez mais conformados à imagem de Cristo. A semente de Deus em nós (cf. 1Pe 1:23; 1 João 3: 9) produz o fruto de seu caráter dentro de nós. Podemos acolher isso crescendo distinguindo entre o fruto do Espírito e a obra da carne (Gálatas 5: 19-23) e assim preferindo semear ao Espírito em vez de à carne (Gl 6: 8). O trabalho e o mérito, no entanto, pertencem ao Senhor.
 
Da mesma forma que o fruto do Espírito, os dons do Espírito são também a obra do Espírito dentro de nós. Esses dons nos capacitam, como membros individuais do corpo de Cristo, a compartilhar com outros membros do corpo de Cristo. Mas como esses dons são para edificar o corpo de Cristo e expressar nossas funções como membros de seu corpo, eles, juntamente com o fruto do Espírito, nos ajudam a refletir a imagem de Cristo. Quando nós funcionamos juntos como o corpo de Cristo, como o corpo dele, nós revelamos juntos sua imagem. Assim como a semente, os membros do corpo compartilham o DNA espiritual daquele cujo corpo somos. Enquanto os frutos revelam o caráter de Deus em cada um de nós, os dons revelam o caráter de Cristo em nós, especialmente corporativamente.
 
Dessa forma, o fruto do Espírito mostra o que Deus pode fazer em nós e os dons do Espírito mostram o que Deus pode fazer através de nós. Em ambos os casos, é o trabalho de Deus e ele deve receber a glória (ou, novamente, na linguagem ocidental moderna, o mérito).
 
Se alguém tivesse que escolher, o fruto seria mais importante que os dons, porque em Gálatas 5: 22-23 (a passagem que especificamente articula o fruto do Espírito), o fruto chave e último é o amor (cf. contexto de 5:14). Em 1 Coríntios 13, Paulo nos lembra que os dons (ministérios uns para os outros) sem amor são sem valor (13: 1-3), e que os dons são parciais e serão suplantados ou preenchidos pelo que é completo quando Cristo retornar. Em contraste, o amor dura para sempre (13: 8-13). Precisamos de dons agora para construir um ao outro, mas quando Cristo voltar, não teremos mais essa necessidade.
 
A classificação do fruto acima dos dons não diminui a importância atual do último. O propósito dos dons é edificar o corpo de Cristo. Assim, eles oferecem uma maneira concreta de expressar o amor de Cristo uns aos outros. O que podemos oferecer aos outros mais do que o próprio trabalho de Cristo através de nós? Muitas vezes pensamos em dons num contexto exortativo, especialmente porque estamos pensando em Corinto, onde os cristãos estavam abusando de alguns dons. No entanto, Paulo lista dons também em Romanos 12: 6-8 e (em um sentido diferente) Efésios 4:11 (cf. também 1 Pedro 4: 10-11), apenas em termos de edificação mútua.
 
Os dois versículos que enquadram 1 Coríntios 13 nos lembram como os dons são valiosos quando usados ​​no amor: devemos buscar os dons que mais edificam o corpo (1 Coríntios 12:31; 14: 1). Assim, não dizemos: "Eu valorizo ​​o amor, então não preciso de dons espirituais". Em vez disso, dizemos: "Posso servir os outros em amor, buscando os dons que os edificam e compartilhando os dons que Cristo tem me dado."

Fonte: http://www.craigkeener.com/why-both-gifts-and-fruit-matter/

25 de março de 2019

Enquanto você dorme, Deus age por você!



Por Everton Edvaldo.

Em Gênesis 2, enquanto Adão dormia, Deus estava fazendo uma mulher pra ele. 

Em Gênesis 15, enquanto Abraão dormia, Deus falava com ele em sonhos. Foi em sonho que Deus falou a Abimeleque para não tomar Sara como mulher (Gn 20.3,6).

Em Gênesis 28, enquanto Jacó dormia, Deus lhe mostrou em sonho uma escada gigante que ia até o céu. Também foi a Jacó que Deus em sonho deu resposta aos seus problemas (Gn 31.11). Em Gênesis 31.24, Deus veio a Labão, o arameu e o advertiu sobre a vida de Jacó.


Em Gênesis 37, enquanto José dormia, Deus estava preparando para ele um novo tempo. 

Ei, enquanto você dorme, Deus trabalha, cuida e faz planos pra você. Você pode até dormir, mas o Deus que você serve, nem dorme nem tosqueneja. 

18 de março de 2019

Princípios para escolher alguém para relaciona-se




Por Everton Edvaldo

Em sua velhice, Abraão pediu para que Eliezer (o homem que cuidava de todos os seus bens), fosse buscar em sua terra natal, uma moça para casar com seu filho, Isaque. A ordem de Abraão é bem clara: "... não buscarás mulher para meu filho entre as filhas de cananeus, no meio dos quais estou vivendo..." (Gn 24.3).

A Palavra de Deus diz que Eliezer na hora de buscar uma esposa pra Isaque, orou ao SENHOR (Gn 24.12), depois quando ele a encontrou, a observou atentamente (Gn 24.21) e depois foi à casa dos seus pais. (Gn 24.32).

Através desses textos, podemos extrair algumas implicações para alguém que deseja ter êxito na missão de encontrar alguém para relacionar-se:

1- Não procure relacionar-se com pessoas com crenças, costumes e valores mundanos. Assim viviam as filhas dos cananeus. Serviam a outros deuses e tinham práticas pagãs, estranhas às de Abraão. Por isso, ele pediu que Eliezer (seu servo) fosse à casa de seu pai, para de lá escolher a futura esposa de Isaque. Anos mais tarde, sua família sofreu as consequências de ter entre eles, mulheres pagãs. A Bíblia diz que Esaú escolheu duas mulheres hititas para casar. "Elas amargurada a vida de Isaque e de Rebeca." (Gn 26.35). Isaque, tinha a mesma preocupação de seu pai quando disse a Jacó, seu filho: "Não se case com mulher Cananéia." (Gn 28.1). A Bíblia também diz que "... Isaque não aprovava as mulheres cananeias." (Gn 28.8), entretanto, seu filho, Esaú escolheu não obedecê-lo. 

Contextualizando: Quem procura relacionar-se com pessoas cristãs, evita uma série de problemas. Analise bem a conduta daquela pessoa que você irá escolher para viver a vida inteira. 

2- Ore ao SENHOR! Isto é, peça direção a Ele, para que ele ilumine seus caminhos e abra seus olhos. Converse com Deus a respeito do seu futuro, das suas escolhas e seus investimentos. 

3. Observe atentamente a pessoa que você está de olho. Sim, como ela é? Como se comporta? Quais são seus valores? É de família? Quem são suas amizades? Como é seu caráter e personalidade? Onde ela quer chegar? Quais são seus objetivos? Você precisa observar atentamente seus passo, antes de consolidar esse relacionamento. 

4. "Vá à casa dos seus pais." Isto é, procure se envolver com a família. Tenha algo para oferecer. Quando digo isso, não falo simplesmente de bens materiais e dinheiro. A coisa é mais ampla: você tem condições de assumir esse relacionamento? Os pais dela estarão seguro de que sua filha estará em boas mãos? Eles podem confiar em você? 

Conclusão: Apesar de não ser exaustivo, creio que esses 4 passos são importantes para quem deseja fazer uma boa escolha da pessoa amada. Se você gostou desse texto, marque alguém nos comentários e compartilhe.

11 de março de 2019

Não é todo mundo que vai te acompanhar até o fim



Por Everton Edvaldo.

Abraão é um daqueles personagens emblemáticos das Escrituras, pois dele procederam muitos povos e nações. Abraão é chamado de "Pai da Fé." Sua vida e testemunho era irrepreensível. Na caminhada da fé, Abraão teve que deixar algumas pessoas que ele amava para trás. A começar por Ló, seu sobrinho. Chegou um momento da caminhada em que os pastores dos rebanhos de ambos contendiam por seus bens serem muitos (Gn 13.5-7). E já não podiam morar juntos os dois na mesma região. Por isso, Abraão propôs que Ló se separasse dele e isso foi o que aconteceu. Porém, apesar de Abraão ter seguido sua vida, ele ainda era apegado a Ló (Gn 14.1-16), aliás, ele era seu sobrinho e a única forma de conservar a memória do seu irmão Harã, já falecido. Contudo, com a destruição de Sodoma e Gomorra, Ló vai morar com suas duas filhas numa caverna. Ele tinha perdido tudo, bens, cidade, sua esposa e seus genros. Abraão ainda era vivo, mas dessa vez, não amparou seu sobrinho. Abraão deixou para trás alguém que por muito tempo lhe foi importante, pois a caminhada com Deus não pode parar nem regredir. A ordem de Deus para seus servos é: "marche", progrida, evolua, supere! A próxima pessoa será Hagar e seu filho Ismael. Hagar era uma serva egípcia que engravidou de Abraão por sugestão de sua esposa. A mãe já vinha dando trabalho à família de Abraão há alguns anos. Mas dessa vez, Sara (esposa de Abraão) disse: "Livre-se dessa escrava e do seu filho..." (Gn 21.10).

Dessa vez, Abraão ficou perturbado ( Gn 21.11), porque era mais que um sobrinho, era seu primeiro filho. Após o SENHOR tê-lo consolado, a Bíblia diz que Hagar pega seu filho Ismael e saiu errante pelo deserto.
Lá na frente, Abraão teve que superar a dor da morte de sua esposa Sara (Gn 23.1).

Ei, não é todo mundo que vai te acompanhar até o fim. Cada perca que Deus permite que aconteça na sua vida, não é para te parar, mas para lhe fortalecer! Não fique desanimado nem paralisado quando alguém sumir da sua trajetória. O SENHOR dá e Ele mesmo tira. 

No final da sua história, muitas pessoas tiveram participação nela, mas só o SENHOR esteve contigo em TODOS os momentos, até o fim.

Deus abençoe!

8 de março de 2019

Nós temos que parar com o culto à emoção!


Por Everton Edvaldo.


Você já frequentou um culto, onde se sente em qualquer outro lugar, menos numa igreja? Nos últimos anos, algumas igrejas têm supervalorizado muito mais a emoção do que um culto genuíno a Deus. As pessoas gostam de extravasar, pular, chorar e por aí vai!  Se o pregador não for "avivado", gritar, pular ou fazer aviãozinho, ele é considerado frio pelas pessoas. Muitos cristãos estão consumindo cada vez mais, pregações prontas, que falem sobre sucesso financeiro, familiar e profissional. O culto tem se tornado irracional, recheado de emocionalismo barato, onde todos têm vez e voz, da pior forma possível. Estamos casados disso! Queremos cultos cristocêntricos, com mensagens expositivas que nos tragam não somente comoção, mas também transformação! Nós não queremos um culto à emoção, nós queremos cultuar a Deus! 

Igreja não é lugar de "estrelas."



Por Everton Edvaldo. 


Alguns cristãos têm usado o Evangelho para auto-promoção. Muitos, não querem mais ser a LUZ DO MUNDO, mas estrelas. Cristo não nos chamou para sermos estrelas. Infelizmente, as igrejas estão dando mais tempo ao louvorzão do que à explanação da Palavra de Deus. Os cantores que se intitulam de "Levitas do Senhor", cantam mensagens materialistas, humanistas e antropocêntricas. Eles dão um verdadeiro "show" em cima do púlpito, conseguindo os "aplausos" de muito e recebendo aqui mesmo o seu galardão. É muito fácil brilhar na igreja, é muito fácil fazer a diferença na igreja, onde todos estão te vendo. Mas Cristo nos chamou para sermos a Luz do Mundo! O seu e meu lugar de trabalho é no campo, onde as almas estão perdidas. Essas almas precisam ouvir o Evangelho do manso e humilde Jesus. Pouco importa para elas se você canta bem ou não, se sabe pregar ou não. Elas só precisam de Cristo! Chega de estrelas na igreja! Já chega!

6 de março de 2019

A diferença entre o Pregador e o Animador de Púlpito.




Por Everton Edvaldo.

O Pregador lê o texto bíblico, expõe e aplica a mensagem à igreja, o animador lê o texto bíblico, distorce e inventa. O Pregador fala com simplicidade, o animador diz ter tido uma "tremenda e nova revelação da parte de Deus." O Pregador deixa que o Espírito Santo anime sua igreja, o Animador, tenta à todo custo obter reações da igreja como glórias, aleluias, entre outras coisas. O Pregador quer que o povo entenda a mensagem, o Animador quer que o povo se emocione com suas palavras. O Pregador prega com segurança, o Animador fica inseguro quando a igreja não reage da forma como ele esperava. O Pregador dá ênfase nas partes importantes, o Animador grita o tempo todo. O Pregador se coloca diante de Deus para que por Ele seja usado, o Animador quer usar Deus para alcançar suas finalidades. O Pregador tem referência à Palavra, o Animador bate na Bíblia e a manuseia de forma irreverente. O Pregador tem cuidado com o tempo da mensagem, o Animador quer prolongar suas palavras até tarde. O Pregador faz parte de um diálogo vertical entre Deus e sua igreja, o animador dialoga de forma horizontal entre a igreja e ele mesmo. O Pregador não força o texto bíblico a dizer o que não diz, o Animador diz o que quer e fala que foi o SENHOR. Por fim, o Pregador deixa que Deus apareça, já o animador se coloca como a estrela principal.

Nesses últimos dias, Deus tem buscado os pregadores da sua Palavra e não os animadores de púlpito.

5 de março de 2019

Dons do Espírito Santo: O que os Pentecostais acreditam




O pentecostalismo começou com a crença de que, em sua origem, Deus estava restaurando o cristianismo do Novo Testamento trazendo uma descoberta e uma recuperação dos dons como 'sinal' para a Igreja, incluindo línguas, interpretação, milagres, cura e profecia.

No século XIX, alguns do movimento da Santidade assumiram que falar em línguas havia cessado com o encerramento do período da Igreja Primitiva, mas que os outros dons, como curas e milagres, ainda deveriam estar disponíveis aos cristãos. No entanto, na virada do século XIX, um desejo generalizado pelo dom de línguas também emergiu. Isto foi acoplado com o desejo já existente de uma restauração do "evangelho integral" [01] envolvendo o batismo do Espírito como uma experiência de empoderamento pós-conversão que permitiu o exercício destes dons como sinais.

O reavivamento do movimento de santidade que ocorreu no início do século XX, que deu origem ao pentecostalismo, envolveu milagres, cura, fala em línguas, profecia e dons de discernimento. A expectativa de uma restauração dos dons miraculosos à Igreja como um sinal do fim da era da Igreja levou os primeiros pentecostais a interpretarem esses eventos em torno de sua origem como uma restauração do fim dos tempos da "fé apostólica" em preparação para o retorno de Cristo.

As igrejas pentecostais hoje continuam a dar importância central aos dons miraculosos e proféticos da vida da igreja. Todos os dons espirituais do período do Novo Testamento devem estar em uso dentro de igrejas saudáveis, como a provisão de Deus para o seu corpo. Tais dons espirituais são vistos como uma parte essencial do trabalho de Deus dentro de sua Igreja. Eles não são apenas desejáveis, mas ativamente procurados.

Nota: [01] O "evangelho completo" ou "evangelho quádruplo" é resumido em "Cristo como Salvador, Batizador, Curador e Rei que Vem" (A. B. Simpson).

Tradução: Everton Edvaldo.
Fonte: http://talkingpentecostalism.blogspot.com/?m=1

2 de março de 2019

Falando nas Línguas como a Evidência Inicial e Física do Batismo no Espírito Santo




Por  BC. Radek Smetana.

Tradução: Everton Edvaldo.

Introdução

A Evidência Física e Inicial do Batismo no Espírito Santo é uma das doutrinas centrais das Assembleias de Deus (01), a maior denominação pentecostal do mundo. Juntamente com a ênfase no Batismo no Espírito como uma experiência distinta e subsequente à experiência do Novo Nascimento (02), estas são duas doutrinas clássicas e distintas do Movimento Pentecostal. Essa distinção é especialmente importante no mundo Carismático e Evangélico (03).



Essas duas doutrinas também provocam a maior controvérsia (04). A evidência inicial parece ser a mais explosiva. De fato, tem sido dito que os críticos modernos do Movimento Pentecostal não têm problemas com seus esforços no evangelismo, estilo de adoração, etc., mas sim com a doutrina da evidência inicial (05). “As línguas fazem as pessoas brigarem” (06).



Embora pudéssemos considerar essas palavras fortes demais, poderíamos concordar que o fenômeno de falar em línguas, talvez mais do que qualquer outro, marcou o Movimento Pentecostal do século XX (07).

Por outro lado, o pentecostalismo - como em todos os outros movimentos dentro do cristianismo - é um organismo vivo com algum tipo de movimentação interna. E embora a doutrina da evidência inicial seja a clássica, sempre houve pessoas dentro do próprio movimento que diferiam em suas opiniões a respeito delas (08).

Até mesmo alguns dos primeiros líderes hesitaram em afirmar a necessidade de línguas como a evidência física inicial do batismo no Espírito (09).


Podemos ver uma discussão contínua sobre esta questão ao longo da história do próprio Movimento Pentecostal e dentro do corpo mais amplo do mundo cristão. No entanto, uma mudança significativa pode ser vista na discussão com outras partes do Corpo de Cristo nos últimos anos. Podemos ver uma abertura real para o trabalho do Espírito Santo em todo o espectro cristão. Por exemplo, os evangélicos reexaminaram suas posições teológicas, e afirmam ter os mesmos dons que os pentecostais (10). Isso trouxe não apenas bons frutos e uma aceitação maior dos pentecostais entre outras tradições, mas também algum grau de incerteza e confusão dentro das próprias fileiras do Pentecostalismo. Como W.W. Menzies afirma, novas perguntas estão sendo feitas por aqueles que estão genuinamente interessados ​​na obra do Espírito, mas isso também traz nuances que levantam questões importantes para os pentecostais clássicos (11). Eles têm que definir mais claramente o coração de sua teologia, onde a doutrina da a evidência inicial está no centro.

Uma das razões importantes pelas quais escolhi este tópico como tema do meu ensaio, está relacionada com o meu próprio contexto. Eu venho de um país pós-comunista no qual o Movimento Pentecostal obteve seu reconhecimento oficial como parte legal da cena religiosa em 1989. Antes, os pentecostais existiam como movimento clandestino e perseguido por muitas décadas. Nenhuma divulgação, educação ou publicação foi oficialmente permitida. Desde 1989, muito tem sido feito especialmente na área de evangelismo (12), plantação de igrejas (13) e educação (14). Na área de teologia, bons materiais teológicos começaram a ser publicados, especialmente traduções de outras línguas (principalmente do inglês), (15). No entanto, debates sobre os pontos marcantes das ênfases doutrinárias pentecostais, como o batismo no Espírito e o falar em línguas, não foram muito representados. Isto é por causa da falta de literatura publicada na língua tcheca sobre essas questões e os debates que se desenvolveram ao longo dos anos em território anglo-saxão (16). Geralmente, podemos dizer que apenas perspectivas positivas são introduzidas. Alguns autores com perspectivas alternativas podem ser encontrados nas traduções tchecas, mas não muitas (17). Nem existe um documento como uma declaração oficial de verdades fundamentais. Só se presume que todo pastor do movimento mantenha a posição clássica.



O objetivo deste ensaio é trazer breves reflexões dos pontos importantes da discussão sobre a doutrina da evidência inicial e, se possível, o desenvolvimento atual dessa discussão. Assim, se traduzido, este trabalho poderia acrescentar alguma informação àquela que já possuímos e ampliar o quadro desta importante questão.


Doutrina e terminologia definidas

A doutrina da evidência inicial declara que o batismo dos crentes no Espírito Santo é evidenciado pelo sinal físico inicial de falar em línguas conforme o Espírito de Deus lhes concederem que falem (18). Está intimamente ligada a outra doutrina pentecostal central: que o batismo no Espírito é uma experiência distinta e subsequente à experiência do Novo Nascimento. A doutrina tenta expressar que embora possa haver muitos sinais de que a vida cristã é fortalecida pelo Espírito Santo, há um sinal externo que Deus forneceu como indicação imediata de ser batizado no Espírito Santo - isto é, o falar em línguas (19).



Deve-se reconhecer que o termo ''evidência inicial'' não é um termo bíblico (20) e que essa  doutrina é derivada principalmente do livro de Atos, embora o contexto de toda a Bíblia tenha sido enfatizado cada vez mais (21). A ausência desse termo na Bíblia é frequentemente vista como uma indicação de que a questão da evidência inicial simplesmente não é levantada na Bíblia e que o esforço dos pentecostais para definir essa doutrina é bastante artificial. A resposta dos proponentes é que toda formulação teológica não é isenta de sua limitação, pois representa a tentativa humana de expressar o que a Palavra de Deus significa. No entanto, consegue captar bem o sentimento de expectativa inerente às páginas do Novo Testamento, especialmente no livro de Atos (22).



Glossolalia, o termo técnico derivado da frase grega glossais lalein usada no Novo Testamento, significa, literalmente falar em (ou “com” ou “por”) línguas. A xenolalia descreve glossolalia quando a língua falada é identificável como uma dentre as mais de três mil línguas conhecidas (23). Parece que Lucas no livro de Atos entende desta maneira - como o falar de línguas reais. O apóstolo Paulo implica em 1 Coríntios 13:1 a ideia de falar nas línguas dos anjos, mas não há um consenso geral de que tal interpretação possa ser apoiada (24).

Questão 1 - Hermenêutica

A hermenêutica pode ser definida como os princípios usados ​​para interpretar apropriadamente as Escrituras (25). Todo aquele que tenta interpretar fielmente as passagens bíblicas deve seguir alguns princípios hermenêuticos. Há aceitação comum de alguns princípios básicos entre o movimento evangélico. B.T. Noel acredita que os seguintes princípios são importantes para a Hermenêutica Evangélica: intenção autoral, conteúdo gramatical do texto, [contexto] histórico do texto, autor e público original (26). É na área da hermenêutica que a doutrina da evidência inicial é fortemente contestada.

Passagens narrativas ou didáticas

A teologia pentecostal e a hermenêutica tem algumas características distintas e estas estão enraizadas em Lucas - Atos. “Sem os escritos de Lucas não poderia haver teologia pentecostal.” (27).

O principal suporte para a doutrina da evidência inicial vem dos textos narrativos no livro de Atos (28). Essa suposição tem estado historicamente sujeita a grandes críticas. O argumento clássico dos evangélicos é que, se as passagens da narrativa têm algo a ensinar, deve ser explicitamente declarado ali. Se não, a passagem narrativa não pode funcionar de maneira normativa (29).

Segundo W.W. Menzies, esta é a razão pela qual a teologia evangélica tem sido em grande parte, a teologia paulina. Para ela, os escritos de Paulo  representam a fonte da teologia, enquanto os Evangelhos e os Atos fornecem o marco histórico para essa reflexão teológica (30).

O uso de 2 Tm. 3:16 -17 (31) como resposta a esse último argumento não é de muita ajuda porque é óbvio que algumas práticas das narrativas bíblicas simplesmente não são mais repetidas (32). Mesmo assim, a nítida divisão entre passagens narrativas e didáticas parece ser uma visão simplista demais.

Do lado pentecostal, foi Roger Stronstad quem tentou mostrar que Lucas não era apenas um historiador, mas também um teólogo em si mesmo (33) e que sua teologia claramente tem alguns traços carismáticos. (34) I. H. Marshall também! 

Sendo que os mesmos proponentes do argumento contra o uso de passagens narrativas admitem a possibilidade da doutrina fluir da narrativa. O problema é que doutrina isso pode ser (35).

Vários autores resistem à tendência de ressaltar essa divisão (36). Segundo alguns, parece até ser um argumento orientado para o Ocidente (37). Isso é especialmente interessante à luz do fato de que há uma rápida multiplicação de crentes na América do Sul, na África e na Ásia, onde o poder do Evangelho não foi tão nutrido por uma abordagem racionalista da teologia (38) e onde a narrativa desempenha um papel mais importante do que no Ocidente. Deve-se também considerar que “a igreja estabeleceu legitimamente algumas de suas doutrinas e práticas através da narrativa histórica” (39).


Geralmente pode-se dizer que há mais abertura no mundo evangélico para o papel da narrativa hoje. Menzies chama isso de "revolução silenciosa", que enfatiza a importância das narrativas bíblicas e a riqueza do testemunho bíblico. Essa mudança hermenêutica no mundo evangélico mais amplo, abre novas possibilidades de diálogo com os pentecostais (40).

Experiência normal ou normativa.



Certamente, uma narrativa sozinha não faz uma doutrina. Deve haver repetição para estabelecer a norma, e esse é o outro ponto de discordância em relação à evidência inicial.



A posição tradicional do pentecostalismo clássico diz que falar em línguas sempre acompanha o batismo no Espírito Santo. Três passagens-chave (ou cinco (41) são extraídas de Atos para demonstrar que as pessoas estavam falando em línguas quando foram batizadas no Espírito Santo.

Rick Walston, um ex-ministro da Assembleia de Deus, compartilha em seu livro "The Speaking in Tongues Controversy", (A controvérsia do falar em línguas), as razões pelas quais ele mudou de ideia em relação a essa questão depois de ter mantido a posição pentecostal clássica por 20 anos. Ele tenta demonstrar que falar em línguas é normal, mas não é a experiência normativa (42). Para Walston, normal significa algo que pode acontecer, enquanto normativo sustenta a ideia de que algo deve acontecer (43).

Este argumento está intimamente ligado ao propósito que Lucas tinha em mente ao escrever o livro de Atos. James Dunn desafiou a abordagem das Escritura que trata o Novo Testamento como um todo homogêneo, de qualquer parte do qual textos podem ser extraídos de um assunto escolhido.

Ele sugeriu, em vez disso, que uma abordagem melhor é levar em consideração cada autor e livro separadamente, descobrindo suas ênfases teológicas particulares (44).

Walston, considerando o propósito de Lucas, argumenta que a intenção de Lucas não poderia ter sido estabelecer o padrão de evidência inicial porque há muitas ocasiões em Atos em que as pessoas acreditavam (e muito provavelmente experimentaram um batismo no Espírito), mas que nenhuma menção de falar em línguas é encontrada. Primeiro, ele compara cinco passagens tradicionais apresentadas como base para a doutrina da evidência inicial e, em seguida, mostra que mesmo aqui apenas três vezes, "o falar em línguas" é explicitamente mencionado. Ainda assim, ele conclui que “se houvesse, de fato, três incidentes explícitos de língua de um total de cinco, isso seria evidência razoavelmente forte (dedutiva)” (45).


Walston prossegue e apresenta outras 23 ocasiões em que o batismo do Espírito é pressuposto (depois que as pessoas são salvas), mas que o falar em línguas não é mencionado (46) e conclui o seguinte:


Argumentando que o padrão bíblico de que todos os que são batizados no Espírito Santo devem falar em línguas como a evidência física inicial dessa experiência é agora visto como uma generalização precipitada do raciocínio indutivo defeituoso (47).



A base deste argumento é a questão da intenção autoral, que é considerada por Walston a mais convincente. A questão norteadora é: Que importância Lucas dá às línguas como evidência do batismo no Espírito Santo? A resposta é que a ênfase de Lucas é predominantemente soteriológica, não pneumatológica, (48) e ele não está tentando estabelecer um paradigma sobre o falar em línguas.


Menzies concorda que a questão do que constitui "a evidência inicial" não é levantada em Atos ou no Novo Testamento em geral, mas isso não necessariamente "torna a doutrina inválida" (49). Ele responde que a doutrina das línguas evidenciais não pode ser tratada apenas em termos das categorias da teologia bíblica e que um enfoque exclusivo na “intenção primária” de um autor frequentemente leva a uma forma de “visão de túnel” que ignora as implicações de um texto individual para a perspectiva teológica do autor (50). Embora ele concorde com a abordagem de Dunn e encoraje os pentecostais a considerar seriamente a perspectiva teológica cada autor bíblico ao fornecer respostas convincentes sobre o elementos fundamentais de sua teologia, ele sugere também que a relação entre as línguas e o batismo no Espírito é mais uma questão de teologia sistemática. (51)

O Testemunho do Novo Testamento somente ou ambos os Testamentos juntos.

Em vez de enfatizar meramente o livro de Atos como a base para a doutrina, há uma sugestão para ver o fenômeno da glossolalia a partir da perspectiva mais ampla de todo o testemunho bíblico, especialmente o Antigo Testamento. Essa abordagem poderia se encaixar na alegação de Menzies de aplicar a teologia sistemática no assunto. “O Espírito Santo no Antigo Testamento raramente, ou nunca, vem de forma irreconhecível.” (52).

Os defensores desta visão mais holística enfatizam que sempre que o Espírito Santo interrompe uma vida humana, várias demonstrações de Seu poder e presença são demonstradas, acima de tudo, o dom da linguagem profética.



De fato, essas ocorrências frequentemente exibiam um processo de dois estágios. O Espírito Santo veio sobre a pessoa e a pessoa deu testemunho com um discurso profético repentino (53).



Além disso, o mesmo autor, Enloe, vê semelhanças na experiência de quatro profetas do A.T (54) quando ouviram pela primeira vez sons inspirados, viram visões divinas, sentiram uma sensação divinamente inspirada e proferiram palavras divinamente inspiradas. Atos 2 então repete o mesmo modelo - os 120 primeiro ouviram um som e então viram a aparência do fogo; eles provavelmente sentiram o Espírito Santo e começaram a falar palavras inspiradas pelo Espírito. Enloe chama essa experiência de um “caso de livro didático”. A única diferença é que agora o dom do Espírito é dado a todos, o que é considerado como uma “democratização” da experiência e poder profético.

De acordo com os proponentes da doutrina da evidência inicial, essa conexão entre o Antigo e o Novo Testamento também é vista no uso do termo grego incomum encontrado na frase “falar em outras línguas, conforme o Espírito  habilitou (apoftengomai) eles” em Atos 2. Este mesmo termo é usado na Septuaginta para a fala sobrenaturalmente inspirada e

Lucas cria uma ponte conceitual para o leitor grego original, quando ele usou o mesmo verbo para descrever a fala para a multidão na língua conhecida (verso 14). Lucas mostra que o mesmo Espírito Santo guiou os dois eventos de falar - um em línguas e outro em uma língua conhecida (55).

Este argumento não responde inteiramente à questão de se o batismo do Espírito é sempre acompanhado por falar em línguas; no entanto, isso pode nos ajudar a não depender muito do livro de Atos.


Questão 2 - Propósito das línguas.


“Se a grande quantidade de texto é o padrão, mais é dito nas Escrituras sobre glossolalia do que sobre o nascimento virginal ou a ordenação de mulheres.” (56)



Uma parte importante da discussão sobre a doutrina da evidência inicial está ligada ao propósito das línguas. Apesar da quantidade de referências e do fato de que falar em línguas é provavelmente a forma de discurso religiosa mais pesquisada na segunda metade do século XX, (57) ainda há uma variedade de opiniões sobre o objetivo desse fenômeno.


Os pentecostais clássicos distinguem entre falar em línguas como “a evidência física inicial do batismo do Espírito” (refletindo os relatos em Atos) e “o dom de línguas” mencionado em 1 Coríntios (58). Embora estes sejam distintos em propósito e uso, eles são os mesmos em essência (59). As línguas mencionadas em Atos são evidenciais e privadas, enquanto as línguas mencionadas nas Epístolas são públicas e destinadas à edificação geral quando usadas com o dom da interpretação (60).

O livro de Atos

Como já foi introduzido, Lucas registra especificamente os incidentes de línguas em três ocasiões (Atos 2, 10, 19). A perspectiva pentecostal (juntamente com passagens menos explícitas de Atos 8 e 9) compreende esses incidentes como confirmação do Batismo no Espírito. Ainda permanece a questão: qual é o propósito de falar em línguas no livro de Atos? Lucas não explica explicitamente isso.

Uma das possíveis respostas está relacionada com o significado da glossolalia no texto bíblico. Como já foi sugerido, o testemunho mais amplo das Escrituras (incluindo o A.T) parece implicar que falar em línguas está de alguma forma ligado à profecia “que é, por sua vez, o sinal de que se experimentou os benefícios (especialmente o poder em Lucas) da comunidade escatológica ” (61).

Enloe faz uma declaração similar: “Eu acredito que as línguas servem como confirmação profética do batismo do Espírito” (62).

O discurso profético foi um sinal da vinda do Espírito no Antigo Testamento e permanece também como a grande marca da vinda do Espírito na era do Novo Testamento.

Lucas certamente colocou experiências glossolálicas estrategicamente através dos Atos em um padrão tridimensional narrativo clássico, chegando a tornar claro que a glossolalia era, no mínimo, um sinal definitivo da vinda do Espírito (Atos 10:46) (64).

Muitos veem uma conexão entre o fenômeno pentecostal da glossolalia e a dispersão das nações em Babel. F. Macchia ressalta que as línguas de Pentecostes eram sinal de que o Deus de Israel agora também era revelado como o Deus das nações. Ele chama isso de "gentilização" do Espírito que estava ativo em Israel (65). Ele também vê no evento de Pentecostes um protesto inerente contra qualquer esforço para domesticar o Evangelho a um único idioma ou cultura (66).

Em relação ao argumento da “gentilização”, deve-se reconhecer que os críticos da doutrina da evidência inicial usam essa ideia para mostrar que a principal razão da glossolalia em Atos era mostrar aos judeus a aceitação de Deus primeiro dos samaritanos (Atos 8) e depois os gentios (Atos 10). Eles veem as línguas como "evidenciais" no sentido de expandir o evangelho para fora do mundo judeu e concluem que estas eram ocorrências únicas que não estabelecem um paradigma para todo crente. As línguas serviam apenas para chamar a atenção dos judeus e para indicar que Deus estava agora derramando o seu Espírito sobre toda a carne (67) L. Hurtado sugere que cada uma das ocasiões (Atos 2, 10, 19) fornece uma base para mostrar que o Espírito estimula e acompanha o progresso do Evangelho em novos grupos étnicos e culturais.

Pode ser bom acrescentar aqui que parece que não há apoio para a alegação de que os glossais lalein em Atos serviam como propósito evangelístico (69). Como já mencionado, Charles Parham, o primeiro promotor da evidência inicial, considerou falar em línguas o componente-chave no plano divino de acelerar o evangelismo missionário, pressupondo que o missionário receba a linguagem da nação sem aprendê-la (70). Mais tarde, essa ideia foi rejeitada. “As línguas não são para evangelismo”. (71).

Também deve ser reconhecido que não há nada em Atos que corresponda ao fenômeno congregacional das línguas, descrito por Paulo em I Cor. 12 - 14 ou práticas privadas.

Escritos de Paulo

Paulo falava em línguas mais do que outros (72); no entanto, não há registro que apóie diretamente a ideia de ele teria falado em línguas depois de ser batizado no Espírito (73). Para alguns, a passagem em Atos 9 indica que ele não o fez, e eles sugerem que as línguas são apenas um dos dons manifestados no momento do batismo no Espírito.

M.W. Mittelstadt salienta que F.F. Bosworth não conseguiu reconciliar a separação de línguas como evidência inicial do "dom de línguas". Ele advertiu que nenhum dos apóstolos inspirados ou qualquer um dos grandes ganhadores de almas do mundo jamais pensaram nisso (74).


Este argumento é às vezes encontrado com a sugestão de que Lucas e Paulo diferiam em intenção e ênfase em seus escritos. Uma vez que entendemos isso, somos capazes de reconciliar o ensino de ambos os autores. Assim, ambas as ideias - a evidência inicial e o dom de línguas - podem ser introduzidas juntas (75).


Geralmente, poderíamos dizer que até mesmo Paulo não diz explicitamente porque Deus deu o dom de línguas. No entanto, ele indica várias maneiras pelas quais elas funcionam:



1) As línguas como um sinal (77): A citação do Antigo Testamento nesta passagem implica que glossolalia é um sinal para os incrédulos, mas não como uma ajuda evangelística como poderia ser suposto. É sinal do julgamento de Deus sobre a incredulidade.


(2) Línguas para a edificação da igreja: línguas com interpretação servem como uma ferramenta para fortalecer a assembleia dos santos. Nesse sentido, elas são tão importantes quanto a profecia (1 Coríntios 1: 5c); no entanto, ao contrário da profecia, o principal destinatário das línguas é Deus, não a igreja.


(3) Línguas como uma Expressão de Oração Privada e doxologia: como já sugerido, parece que as línguas têm mais funções no pensamento de Paulo. Elas têm o potencial de edificar não apenas a congregação, mas também todo crente (78).


(4) Línguas para a edificação dos crentes: Paulo é muito positivo sobre a natureza edificante das línguas; ele deseja que todos os crentes em Corinto falem em línguas (I Cor. 14: 5) (79).



Especialmente em conexão com o último ponto, a questão é levantada: se glossolalia é tão útil para o crente, devemos esperar que todos falem em línguas? Parece que Paulo não o fez; (80) no entanto, ele desejou que todos pudessem (81). Essas passagens são difíceis de explicar, e há várias opiniões a respeito dessas duas afirmações. W. Menzies tenta reconciliar essas duas passagens com a presunção de que I Cor. 12:30 está se referindo a falar em línguas em uma assembleia (82). Assim, a acessibilidade deste dom para todos os crentes seria mantida. Outros, por exemplo, Max Turner, no entanto, permanecem sem ser convencidos com essa explicação (83). 


Em relação a I Cor. 14:5, W.W. Menzies pressupõe que “nada no contexto sugere que o desejo de Paulo de que todos falassem em línguas não pode ou não deve ser realizado”. (84)


A resposta de Turner é que “juntamente com I Cor. 12:30, I Cor. 14: 5, sugere que nem todos falam em línguas, em qualquer contexto, mas que Paulo ficaria satisfeito se pudessem." (85)



Tendo revisado os escritos de Lucas e Paulo, podemos concluir que a glossolalia é um fenômeno ambíguo e sua finalidade nem sempre é totalmente explicada. Este fato deixa espaço para diversas perspectivas de como o falar em línguas pode ser percebido e parece trazer confusão também em relação à evidência inicial. 


Questão 3 - Desenvolvimento histórico da doutrina.


“A história não está do lado da evidência.” (86). Outro argumento importante concernente à evidência inicial é que, embora o falar em línguas não esteja ausente da história da igreja, (87) a conexão entre o batismo no Espírito e o falar em línguas está ausente (88).



Parece evidente que nenhum indivíduo ou grupo significativo na história da Igreja fez a conexão entre o batismo no Espírito Santo e a necessidade de falar em línguas (89).


A observação mais próxima da história da igreja implica que há muito mais evidências de que o batismo do Espírito seja uma experiência subseqüente da conversão, do que falar em línguas, sendo a evidência inicial do batismo no Espírito Santo (90). De acordo com S.M. Burgess, mesmo os dualistas radicais não fizeram nenhuma conexão específica entre o batismo do Espírito e o falar em línguas (91).

Aqueles que creem que Marcos 16: 9-20 é um apêndice acrescentado ao Evangelho, ver na menção de línguas nesta passagem a evidência de que a glossolalia persistiu até o segundo século (92). No entanto, isso é mais um argumento para o 'falar em línguas' apenas, não para evidência inicial.

A era da Reforma não trouxe nenhum desenvolvimento no assunto. Depois de Agostinho, Lutero argumentou que "novas línguas" haviam sido um sinal para os judeus, e essa confirmação não é mais necessária. Para Calvino, o testemunho interior do Espírito é mais importante que os dons. Dentro da Reforma Radical, a glossolalia permaneceu incidental e ocasional (93).

No século XIX, E. Irwing chamou a glossolalia de “um sinal permanente” da presença do Espírito. Foi logo após a virada do século passado, quando Charles Fox Parham primeiramente conectou a experiência de falar em línguas com o batismo no Espírito, mas até ele estava errado em sua conclusão a respeito do propósito da glossolalia.

A partir desta breve revisão, podemos concluir que é difícil defender a doutrina da evidência inicial a partir da perspectiva de seu desenvolvimento histórico. Ainda quando reconhecemos que foram necessários muitos séculos para restaurar a ênfase teológica encontrada na Bíblia, poderíamos ser mais tolerantes com o pensamento de que poderia ter levado quase 20 séculos para restaurar algumas verdades que os pentecostais estão mantendo, incluindo a evidência inicial. Eu pessoalmente concordaria com W.W. Menzies, que argumenta que, embora a doutrina das línguas evidenciais seja formulada na linguagem moderna e aborde questões contemporâneas, ela está ligada ao processo de desenvolvimento doutrinário que se estende de novo à era apostólica (94).

Conclusão

Como já foi dito, a parte ocidental do mundo cristão especialmente tende a fazer categorias rígidas e esquemas rígidos, e isso às vezes
vai contra nossa compreensão da obra do Espírito; o vento sopra onde quer (95) e sempre haverá um lugar para algum mistério sobre os caminhos do Espírito. (96) O batismo no Espírito não é apenas matéria de doutrina, é também uma experiência pessoal. No entanto, não podemos enfatizar a experiência em detrimento da Escritura, “a experiência dada pelo Espírito Santo pode fazer a diferença na forma como alguém tem compreensão da Escritura ”. (97).

Não deve ser esquecido que, especialmente no início e, em seguida, durante o século XX, milhares de pessoas experimentaram glossolaia, mais do que em qualquer outro momento da história. Naturalmente, o desejo surgiu para explicar esse fenômeno escrituralmente. Assim, a doutrina da evidência inicial foi introduzida, especialmente dentro do Movimento Pentecostal.

Nem todos os pentecostais ensinam que falar em línguas é o único sinal do Batismo no Espírito. Isso evidencia que a doutrina ainda deixa espaço para essas questões. Alguns deles foram criados neste ensaio. Parece que respondendo algumas perguntas são mais fáceis do que responder aos outros. Pode haver boas respostas para as questões do uso de passagens narrativas ou didáticas na formulação de doutrinas, intenção autoral e do propósito da glossolalia nos escritos de Paulo. Ainda há espaço para questões relativas à questão da experiência normal ou normativa. (98).  No entanto, se a questão é formulada de forma positiva: o que é consistentemente
sinal repetido do batismo do Espírito em Atos? Eu tenderia a concordar com Enloe que
diz que é a glossolalia (99). Além disso, a sugestão de Menzies de aplicar sistemática
teologia para a questão parece também ser útil.

A questão da evidência histórica para esta doutrina é também um forte argumento
que devemos considerar, e não é fácil lidar com isso.

A verdade é que a questão das línguas não nos leva ao cerne da Fé cristã, e eu concordo com a declaração feita por W.W. Menzies que essa
doutrina - por mais importante que seja para os pentecostais - não representa a contribuição teológica mais importante  que os pentecostais trouxeram para o corpo maior de Cristo. (100) “Não podemos e não devemos permitir nossa contribuição ao mundo Evangélico seja reduzido simplesmente à questão das línguas.” (101)

No entanto, também é verdade que em média na igreja pentecostal, onde o falar em línguas e outros dons espirituais são encorajados, em qualquer outro lugar oitenta de cem por cento das pessoas podem exercer  a glossolalia (102). Vale a pena incentivar as pessoas a buscar (não apenas) esse dom, porque os benefícios são ótimos.

Notas:

(01) Declaração de Verdades Fundamentais da Assembleia de Deus, artigo número 8,
http://ag.org/top/Beliefs/Statement_of_Fundamental_Truths/sft_short.cfm [acessado em 28/1/2011].

(02) Declaração de Verdades Fundamentais da Assembléia de Deus, artigo número 7.

(03) Veja as definições dos Carismáticos e do Evangelicalismo em B. T. Noel, Pentecostalismo e Hermenêutica pós-moderna (Eugene, Oregon: Wipf & Stock Publishers, 2010), p. 4-5.

(04) S. M. Horton, "Batismo no Espírito: Uma perspectiva pentecostal", em O. Brand (ed.), "5 Perspectivas sobre o Batismo no Espírito Santo. (Nashville, Tennessee: grupo B & G Publishing, 2004), p. 101."

(05) T. Enloe, “Uma Abordagem Funcional para um Assunto Às vezes Sensível”, Jornal de Enriquecimento 15/3 (2010), p. 106.

(06) Enloe, “Uma abordagem funcional para um sujeito às vezes sensível”, p. 105

(07) M.J. Cartledge, Falando em Línguas, Perspectivas Multi-disciplinares. (Milton Keynes: Paternoster Press, 2006), p. XII.

(08)Veja S.M. Burgess, G.B. Dicionário McGee de Movimentos Pentecostais e Carismáticos,
(Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1996 - nona impressão), p. 339: “Nem todos os pentecostais clássicos ensinam a evidência inicial. As exceções incluem igrejas pentecostais clássicas organizadas na Escandinávia, Alemanha, Reino Unido e América Latina."

(09) G.B. McGee, Evidência Inicial (Eugene, Oregon: Wipf e Stock Publishers, 2007), p.
107-108. De longe, o líder mais conhecido entre eles era o ministro Fred F. Bosworth, e
entre os líderes europeus, por exemplo G. Jeffreys (Inglaterra), J. Paul (Alemanha) e outros.

(10) W.W. Menzies, R. P. Menzies, Espírito e Poder: Fundamentos da Experiência Pentecostal (Grand Rapids: Zondervan, 2000), p. 47.

(11) W.W. Menzies. "A questão da Evidência Inicial: Uma Resposta Pentecostal‟, Jornal Asiático deEstudos pentecostais, 2/2, (1999), p. 262.

(12) A Igreja Apostólica é a única denominação pentecostal oficialmente reconhecida pelogoverno na República Checa. Em 1989, a Igreja Apostólica contava com cerca de 800 pessoas,em 2010, cerca de 7000.

(13) 1989 - 3 igrejas locais, 2010 - 43 igrejas locais.

(14) 1992 A Academia Bíblica Pentecostal foi fundada e em 1996 tornou-se o Superior
Escola de Teologia e Missões.

(15) Muitos materiais da Universidade Global foram publicados na língua checa -livros didáticos do Nível Básico da vida cristã, através do Nível de Ministério Cristão até o
Nível de bacharel.

(16) Uma exceção pode ser vista na edição tcheca da Teologia Sistemática de S. M. Hortononde as questões do batismo do Espírito e as evidências iniciais são tratadas até certo ponto. S. Horton, Systematická teologie (Albrechtice: Křesťanský život, 2001), pp. 435 - 466. O livro daex-presidente da Irmandade Pentecostal Europeia J. Zopfi Na všeliké tělo (Albrechtice:Křesťanský život, 1997) também está disponível em checo, e há passagens onde estas questões são brevemente discutidas.

(17) Um trabalho significativo a ser mencionado aqui poderia ser J. Stott, Zápas mladé circumkve (Praha: Návrat domů, 2001).

(18) Declaração de Verdades Fundamentais das Assembleias de Deus, Artigo número 8.

(19) W.W. Menzies, S. Horton, Doutrinas Bíblicas: Uma Perspectiva Pentecostal, (Springfield: Logion Press, 1993), p. 135.

(20) É incerto quem primeiro cunhou o termo. Os primeiros Pentecostais referiram-se ao

fenômeno de falar em línguas como línguas evidenciais, a evidência, evidência bíblica e etc. Veja G. B. McGee, Evidência inicial, p. 110.

(21) Enloe. Uma abordagem funcional para um sujeito às vezes sensível”, p. 105 - 109.

(22) Menzies, Espírito e Poder, p. 143.

(23) Burgess, McGee. Dicionário dos Movimentos Pentecostais e Carismáticos, p. 335. O

termo não foi usado em inglês antes de 1879.

(24) Horton, "Espírito Batismo: Uma perspectiva pentecostal", p. 73. Stanley Horton não apoia esta ideia; ao contrário, ele sugere que existem mais de 4.000 idiomas e dialetos no mundo hoje e provavelmente até 5.000 línguas antigas, então o Espírito Santo tem muitas para escolher.

(25) B.T. Noel, Hermenêutica Pentecostal e Pós-moderna (Eugene: Wipf e Stock,

2010), p. 5

(26) Noel, Hermenêutica Pentecostal e Pós-moderna, p. 5. Este processo é denominado
abordagem gramatico-histórica da hermenêutica ou do método histórico-crítico de interpretação.

(27) W.W. Menzies, R. Menzies, Espírito e Poder, p. 43.

(28) As passagens correspondentes são Atos 2: 1 a 4; 10: 44ss; 19: 1ff e às vezes também 8: 4 - 24.

(29) W.W. Menzies, R. Menzies, Espírito e Poder, p. 38. Proponentes desta postura citada
aqui estão B. Ramm, G.D. Fee [que é Pentecostal!] e J.R.W. Stott.

(30) W.W. Menzies, R. Menzies, Espírito e Poder, p. 43.7.

(31) “Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, repreender, corrigir e
treinando em justiça para que o homem de Deus possa estar completamente equipado para cada bem trabalho. ”(NVI).

(32) Como  passagens clássicas do livro de Atos são citadas 1:26 ou 4:32.

(33) R. Stronstad, A Teologia Carismática de São Lucas (Peabody: Hendrickson
Publishers, Inc., 7 ed., 2002), p. 12.

(34) Stronstad. A Teologia Carismática de São Lucas, pp. 75 - 83.

(35) W.W. Menzies, R. Menzies. Espírito e Poder, p. 39.

(36) W.W. Menzies, R. Menzies. Espírito e Poder, p. 42. Há uma citação de W. Klein,
C. Blomberg, R. Hubbard, Introdução à Interpretação Bíblica: “… a narrativa geralmente ensina mais indiretamente que a literatura didática sem se tornar menos normativa ”. Também G. Osborn:“ A narrativa não é tão direta quanto o material didático, mas tem um ponto teológico e espera o leitor a interagir com a mensagem. ”

(37) Veja W.W. Menzies, A Questão da Evidência Inicial: Uma resposta pentecostal ‟, asiático Journal of Pentecostal Studies 2/2, 1999, p. 266. “… a questão da evidência inicial não é tão crítica em grande parte da Ásia, como parece ser no Ocidente ... porque a narrativa é um meio natural para a comunicação da verdade em grande parte da Ásia - talvez muito mais do que doutrina proposicional expressões."

(38) E.R. Lee, “Batismo no Espírito Santo - Uma Formulação Doutrinária”, Jornal de Enriquecimento. 15/3 (2010), p. 99.

(39) R. Walston, A controvérsia do falar em línguas. (EUA: Xulon Press, 2003), p. 148.

(40) W.W. Menzies, R. Menzies. Espírito e Poder, p. 43.

(41) Atos 8: 4-24 e Atos 9:17, porém glossolalia não é mencionado aqui.

(42) Essa é a posição amplamente aceita no movimento carismático. Veja Larry Hart: Batismo Espiritual: Uma Perspectiva Carismática Dimensional‟, em CH. O. Brand (ed.), Perspectivas sobre o Batismo no Espírito, p. 123. “A maioria dos pentecostais endossaria um padrão de línguas, vendo o falar em línguas como a evidência física inicial do Batismo no Espírito. Carismáticos, por outro lado, são um pouco mais brandos na questão das línguas: alguém pode ou não falar em línguas quando é batizado no Espírito Santo, mas falar em línguas ainda é visto como uma parte normal da vida cheia do Espírito e está disponível para todos."

(43) Walston, A controvérsia do falar em línguas, p. 12.

(44) J.D.G. Dunn, Batismo no Espírito Santo: um re-exame do ensino do Novo Testamento
sobre o Dom do Espírito em Relação ao Pentecostalismo hoje (London: SCM Press LTD,3 ed., 1974), p. 39; ele tenta ver a questão do batismo do Espírito a partir das perspectivas de vários Autores NT, ex: Paulo, João e Lucas.

(45) Walston, A Controvérsia do falar em Línguas, p. 123.

(46) Veja a tabela em Walston: A Controvérsia do Falar em Línguas,, p. 127; Exemplos
são: Atos 2: 38-41, 2: 46-47, 5:14, 8:12, 13:12 e assim por diante.

(47) Walston. A Controvérsia do Falar em Línguas, p 128.

(48) Walston. A Controvérsia do Falar em Línguas, p. 73. Ele, no entanto, reconhece
que Lucas também apresenta uma visão pneumatológica.

(49) W.W. Menzies, R. Menzies. Espírito e Poder, p. 122. O argumento clássico é que
a doutrina da Trindade também não é encontrada nas Escrituras. No entanto, veja a argumentação em McGee, Evidência Inicial, p. 191-192.

(50) W.W. Menzies, R. Menzies. Espírito e Poder, p. 124.

(51) R. P. Menzies, "Línguas Evidenciais: Um Ensaio sobre o Método Teológico", Asian Journal Estudos Teológicos 1/2 (1998), http://www.apts.edu/aeimages//File/AJPS_PDF/98-2- menzies.pdf [acesso em 01/10/2011].

(52) Lee. “Batismo no Espírito Santo - Uma Formulação Doutrinária”, p. 101.

(53) Enloe. Uma abordagem funcional a um sujeito às vezes sensível”, p. 107. Os exemplos
são: Num. 11:25; 1 Sm. 10: 6; 1 Sm. 19:20; 2 Cron. 15: 1-7; 2 Cron. 20: 14-17; Isaías. 59:21.

(54) Isaías 6, Jeremias 1, Ezequiel 1, Daniel 10.

(55) Enloe. Uma abordagem funcional a um sujeito às vezes sensível”, p. 108.

(56) Burgess, McGee, Dicionário dos Movimentos Pentecostais e Carismáticos, p. 337. “Roy Harrisvile (1974) conta trinta e cinco referências ao fenômeno em Marcos, Atos e 1 Coríntios - vinte e oito deles em 1 Coríntios, vinte e três dos quais estão no capítulo 14.

(57) Cartledge, Falando em Línguas: Perspectivas Multidisciplinares, p. XIX.

(58) Burgess, McGee, Dicionário dos Movimentos Pentecostais e Carismáticos, p. 339.

(59) Declaração de Verdades Fundamentais das Assembleias de Deus, Artigo Número 8.

(60) Menzies, Horton, Doutrinas Bíblicas: Uma Perspectiva Pentecostal, p. 139.

(61) Burgess, McGee, Dicionário dos Movimentos Pentecostais e Carismáticos, p. 456.

(62) Enloe T., “Uma Abordagem Funcional de um Assunto Às vezes Sensível”, Jornal de Enriquecimento. 15/3 (2010), p. 108.

(63) Veja também W.W. Menzies, R. P. Menzies, Espírito e Poder, p. 126: “Quando Lucas lembra-nos do caráter profético do dom do Espírito, ele está de fato afirmando que o dom pentecostal está intimamente ligada à fala inspirada ”.

(64) Lee, “Batismo no Espírito Santo - Uma Formulação Doutrinária”, p. 104.

(65) F. Macchia. Babel e as Línguas de Pentecostes: Reversão ou Cumprimento?‟ Em M.J. Cartledge: Falando em Línguas: Perspectivas Multidisciplinares, pp. 34 - 51. Ele apresenta um argumento interessante que a confusão de línguas e a dispersão das pessoas em Babel deve ser visto como graça. “É o plano de Deus para a livre proliferação e diversificação de uma vida que não abriga ilusões idólatras e encontra sua verdadeira dignidade em glorificar a Deus ”, p. 42. “A unidade do Pentecostes não é, portanto, abstrato e absoluto, mas sim concreto e pluralista. Não é arrogante e egoísta, mas humilde e obediente. É respeitoso e tolerante às diferenças ”, p. 45.

(66) Macchia. Babel e as línguas de Pentecostes: Reversão ou Cumprimento?‟, 4.

(67) Walston, A Controvérsia do Falar em Línguas, p. 167.

(68) M.W. Mittelstadt. Lendo Lucas-Atos na Tradição Pentecostal, (Cleveland: CPT
Press, 2010), p. 73. Ver também M. Turner „Early Christian Experience e Teologia das Línguas‟ em M.J. Cartledge Falando em Línguas, Perspectivas Multidisciplinares, p.11: “É razoávelSuponha que Lucas considerasse o reconhecimento pentecostal da xenolalia, e o efeito positivo disso,ser um sinal único e providencial que marca o começo da era escatológica do Espírito profecia, uma que não se repetiu exatamente em outro lugar ”.

(69) Cartledge. Falando em Línguas: Perspectivas Multidisciplinares, p. 11.

(70) McGee. Evidência Inicial, p. 102. Até mesmo Zinzendorf acreditava (como os primeiros pentecostais)
que o falar em línguas tinha sido originalmente dado a fim de facilitar o empreendimento missionário - McGee, Evidência Inicial, p. 32.

(71) Horton. "Batismo no Espírito: Uma Perspectiva Pentecostal", p. 75.

(72) I Cor. 14:18.

(73) Veja o registro de sua conversão em Atos 9.

(74) Mittelstadt. Lendo Lucas-Atos na Tradição Pentecostal, p. 34. De acordo com
Bosworth, nem os grandes ganhadores de alma ensinaram isso. Mittelstad também dá o exemplo de William Seymour, o principal protagonista do Avivamento da rua Azusa em 1906. Ele mudou sua opinião sobre
línguas depois de estar decepcionado que muitas pessoas que vieram através desta experiência não viveram uma vida santa: “As línguas são um dos sinais que acompanham cada pessoa batizada, mas não é o
evidência real do batismo na vida cotidiana. Sua vida deve medir com os frutos do Espírito ”p. 36.

(75) Ainda assim, esta explicação não explica por que o relato de Atos 9 não o menciona
falando em línguas.

(76) M. Turner. 'Experiência Cristã Primitiva e Teologia de “Línguas ”- Uma Perspectiva do Novo Testamento', em M.J. Cartledge (ed.), Falando em Línguas, Perspectivas Multi-disciplinares, pp. 20-23.

(77) I Cor. 14:22.

(78) Isso geralmente não é uma ideia aceita. Veja M.J. Cartledge em Falando em Línguas, Perspectivas  Multi-disciplinares, p.24. “Essa explicação, no entanto, foi vigorosamente negada por Edgar que oferece uma enxurrada de contra-argumentos: (1) Tal visão contradiz o propósito do sinal declarado em ICor. 14:22; Marcos 16: 5-17 e implícito em Atos 2: 1-13. (2) Um presente privado não seria para a edificação da igreja e o torna único. (3) Tal presente seria egocêntrico ... ”e assim por diante. A resposta de Max Turner é que “Não há contradição entre as línguas vistas como um meios de devoção e o que é dito em I Coríntios. 14:22, Marcos 16: 15-17 e Atos 2: 1-13 a menos que um desses textos
arbitrariamente afirmem que as línguas só podem ter uma função. ” Fonte?

(79) Turner. Experiência Cristã Primitiva e Teologia de “Línguas ”- Uma Perspectiva do Novo Testamento ', p. 25.

(80) I Cor. 12:30.

(81) I Cor. 14: 5.

(82) W. Menzies, R. Menzies. Espírito e Poder, p. 136-139. Ele cita G.D. Fee: “Desde
o verso 28 é sincronizado com o verso 27, com enfático "você é", significando a igreja em Corinto, pode haver pouca dúvida de que por esta frase (na assembleia), Paulo também pretende atingir principalmente  a
assembleia local em Corinto. ”

(83) Turner. Experiência Cristã Primitiva e Teologia de“ Línguas - Uma Perspectiva do Novo Testamento ', p. 27: “Devemos assumir que profecia, ensino, curas, milagres, liderança e administração, estavam todos dentro e fora da assembleia formal... Nem todos falam em línguas, eles não podem ser restritos a dizer que nem todos têm o dom especial de falar em línguas na Assembleia ”, eles fazem? Deve significar que somente alguns falam em línguas, seja em particular ou em público (na assembleia).

(84) W. Menzies, R. Menzies, Espírito e Poder, p. 141.

(85) Turner. Experiência Cristã Primitiva e Teologia de“ Línguas ”- Um Novo Testamento
Perspectiva ', p. 28.

(86) Walston, A Controvérsia do Falar em Línguas, p. 155.

(87) Uma boa fonte desses exemplos poderia ser S. M. Burgess, O Espírito Santo: Antigo
Tradições cristãs (Peabody: Hendrickson Publishers, 1984) e o mesmo autor: O
Espírito Santo: Medieval Católica Romana e Tradições de Reforma. (Peabody: Editores Hendrickson Inc., 1997).

(88) Mas veja Burgess, Dicionário McGee de Movimentos Pentecostais e Carismáticos, p.
337.

(89) Walston, A Controvérsia do Falar em Línguas, p. 158.

(90) Veja McGee. Evidência Incial, p. 4 - 6: nomes de S. M. Burgess por exemplo Cipriano que afirma: … os que são batizados na Igreja são levados aos prelados da Igreja e
nossas orações e imposições de mãos obtêm o Espírito Santo." Semelhantemente Hipólito, Hilary Potiers e outros. Para mais também Burgess, O Espírito Santo: Antigas Tradições Cristãs e Cidadãs, O Espírito Santo: Medieval Católica Romana e Tradições da Reforma.

(91) S.M. Burgess. Evidências do Espírito: As Igrejas Antigas e Orientais‟, em G.B.
McGee, Evidência Inicial, p. 9; dualistas radicais tinham enfatizado o batismo do Espírito como experiência subsequente e muitas vezes superior.

(92) Burgess.  McGee, Dicionário de Movimentos Pentecostais e Carismáticos, p. 337.

(93) S.M. Burgess. ‟, Evidências do Espírito: As Igrejas Antigas e Orientais‟, em B. McGee, Evidência Inicial, p. 28.

(94) Menzies, Línguas Evidenciais: Um Ensaio sobre o Método Teológico, p. 6.

(95) João 3: 8.

(96) Hart. Batismo no Espírito: Uma Perspectiva Carismática Dimensional, p. 127.

(97) Horton, "Batismo no Espírito: Uma Perspectiva Pentecostal", p. 49.

(98) Por exemplo, é difícil imaginar 3000 pessoas convertidas no dia de Pentecostes
começando a falar em línguas. Que experiência incrível que teria sido! Toda Jerusalém teria ficado de cabeça para baixo. Podemos pressupor que Lucas não teria mencionado isso? Também o número de referências a pessoas que foram salvas sem mencionar falar em línguas, é uma questão em aberto para mim.

(99) Enloe, “Uma abordagem funcional para um sujeito às vezes sensível”, p. 107.

(100) W.W. Menzies, R. Menzies. Espírito e Poder, p. 142.

(101) Menzies. Línguas Evidenciais: Um Ensaio sobre o Método Teológico‟, p. 8.

(102) Walston. A Controvérsia do Falar em Línguas, p. 195. “Em média, na igreja não-pentecostal oitenta por cento das pessoas não podem falar em línguas."