29 de abril de 2019

Se a Evidência do Batismo é o Falar em Línguas, como ficam os mudos?




Por Everton Edvaldo. 

Esta é uma objeção frequentemente oferecida por aqueles que discordam que o falar em línguas é a evidência inicial do Batismo com o Espírito Santo. Eu penso que existem outras objeções mais fortes e sólidas, mas esta, nunca foi uma delas. 

Primeiramente, os casos de mudez exclusiva são muito raros.  A maioria dos mudos, na verdade são surdos-mudos. Eles não se comunicam oralmente conosco, porque não ouvem. A expressão deles está ligada à compreensão. Como falarão, como nós, se nunca ouviram? Os problemas de mudez decorrem de um erro de audição, porém, o aparelho vocálico, a língua e os sons, deles estão intactos. É por isso que a maioria deles, aprendem a falar mediante memorização. 

Tendo em vista que o problema deles não está na língua, mas no ouvido, o que lhes impede de falar em línguas ao ser batizado com o Espírito Santo? O dom de línguas, não pode ser aprendido, pois é uma dádiva divina. É o Espírito Santo quem a dá. Logo, soberanamente, não há problema nenhum para um mudo falar em línguas. Isto significa que esse argumento não compromete a doutrina da evidência inicial.

E vou além: Em nosso tempo, Deus não só tem poder para curar da surdez e mudez, como tem feito dessa forma na vida de várias pessoas. Elas são curadas e falam em línguas, para a glória de Deus. 

Eu penso que a doutrina da evidência inicial pode ser questionada, mas não com argumentos tão fúteis e incrédulos. 

Outra coisa que devemos refletir é acerca de alguns críticos que alegam que não podemos fundamentar doutrinas apenas com experiências mas com base na experiência de um mudo, querem negar essa doutrina. É algo muito incoerente, não?

22 de abril de 2019

O aspecto racional do culto Pentecostal.




Por Everton Edvaldo

Esse é um tema pouco abordado dentro das igrejas Pentecostais, no entanto, é de suma importância, pois, nós temos que dicernir o que é manifestação do Espírito do que é reação nossa às experiências do Espírito Santo e também o que é carnal, falso e demoníaco. Ou seja, devemos aprender a identificar a natureza dessas experiências. É divina, humana ou demoníaca? São três coisas distintas!

O Movimento Pentecostal é conhecido dentro dos círculos tradicionais como um movimento que incentiva e estimula o contato com aquilo que é transcendental, místico (não misticismo) e sobrenatural. Devido a isso, há quem pense que a fé Pentecostal é irracional. Já outros pensam que em razão disso, as experiências manifestadas em nosso meio não são subjugadas à nada.

Entretanto, a fé Pentecostal não é irracional e além disso, reconhecemos que é possível aquilo que é sobrenatural caminhar com o que é racional. Não há um abismo entre os dois.

O que é a 1 Carta aos Coríntios, se não um chamado à reflexão racional da vida e das doutrinas cristãs? Lá, o apóstolo Paulo combate (dentre outras coisas), uma série de distorções a respeito da manifestação do Espírito Santo (em especial sobre os dons espirituais).

Sendo assim, nós Pentecostais, acreditamos que as experiências que temos com Deus, podem e devem ser subjugadas às Escrituras. Por exemplo, sobre as profecias, Paulo disse que deveríamos julgá-las. Sobre a quantidade de pessoas que falassem em línguas, Paulo disse que houvessem dois ou três, ou seja, não muitas e ainda ressaltou que tudo fosse feito com ordem e decência. Todos esses aspectos implicam numa racionalidade no culto. O Espírito Santo jamais anulará a nossa consciência na hora de manifestar-se através de nós, muito menos tirará a nossa razão, violando nossas faculdades intelectuais.

É por isso que devemos ter cuidado com algumas ditas "manifestações espirituais" na igreja. Lamentavelmente, muita coisa tem sido vendida como experiência Pentecostal por aí. Há cultos que  parecem mais uma sessão espírita do que uma autêntica reunião para adorar a Deus. Porém, devemos ter cuidado, pois, como já diz o ditado popular: "nem tudo que brilha (ou reluz), é ouro".

Atualmente, muitas dessas experiências estranhas estão se popularizando e precisam ser combatidas, como por exemplo: unção do riso, unção do dente de ouro, unção do cai-cai, unção do latido, unção de Manassés, unção do helicóptero, theomania, profetadas, entre outras coisas.
Eu não ignoro o fato de que na história da igreja houveram episódios em que algumas dessas experiências foram vividas por homens de Deus. O problema é que as pessoas estão pegando o que é pontual e transformando em doutrina e liturgia, engessando dessa forma, a manifestação do Espírito Santo. Sem falar que muitas dessas experiências (muito bem documentadas por livros cristãos), foram reações dos cristãos ao Espírito Santo de Deus.

É preciso deixar bem claro que natureza dessa manifestações quase nunca é divina. Muitas vezes, não passa de emocionalismo das pessoas. Outras, tratam-se de induções psicológicas que desencadeiam numa série de reações no corpo das pessoas. Geralmente, tais práticas são feitas por pastores comprometidos (não com a Bíblia), mas com técnicas de hipnose, etc. E por último, lamentavelmente, há casos em que não passa de pura ação demoníaca.

Outras coisas também afetam a racionalidade do culto Pentecostal. Por exemplo: super valorizar o louvor em detrimento da exposição da Palavra de Deus; pregações antropocêntricas e motivacionais, gritarias desnecessárias que perturbam a ordem do culto, etc.

O remédio para isso está nas Escrituras. Precisamos ter mais domínio próprio nos cultos, ordem, decência e acima de tudo, amor! É urgente a necessidade de cultuarmos a Deus com entendimento!

Eu reconheço que nós Pentecostais devemos promover mais reflexões sobre esse tema e na prática, julgar e combater manifestações irracionais em nosso meio. A você cristão Pentecostal, minha recomendação é: não consuma qualquer experiência dos outros, você é um ser pensante! Submeta elas às Escrituras, julgue-as e as descarte se não estiverem dentro dos padrões bíblicos.

21 de abril de 2019

O Martírio de Inácio, Bispo de Antioquia.



Por Everton Edvaldo

Em 107 d.C, o imperador Trajano mandou prender e trazer Inácio, Bispo da igreja de Antioquia (na Síria), para Roma. Inácio (cujo alguns estudiosos identificam com a criança que Jesus colocou no colo em Mateus 18.2) tinha sido discípulo do apóstolo João e foi consagrado pelo apóstolo Pedro ao ministério como Bispo na igreja em Antioquia que nesta época era a terceira maior cidade do império romano. Ele foi Bispo dessa igreja por mais de 40 anos! Durante a viagem até Roma, multidões de crentes se reuniam nos portos para vê-lo pela última vez. Foi nessa viagem que escreveu 7 cartas, uma delas aos crentes romanos que vivam na corte do imperador e podiam de alguma forma tentar livrá-lo do martírio, impedindo-o de encontrar com seu Deus. Então ele escreveu o seguinte:

"Deixem-me ser alimento de feras selvagens- é assim que posso chegar a Deus. Sou trigo de Deus e vou ser triturado pelos dentes de feras selvagens para ser transformado em pão puro para Cristo. Eu preferia que vocês atiçassem as feras para que elas possam ser meu túmulo e para que não sobre nem um resquício de meu corpo... Que emoção terei diante das feras selvagens que estão preparadas para mim! Espero que acabem logo comigo. Vou aliciá-las para que me devorem logo e não fiquem à distância, como às vezes acontece, amedrontadas. E se elas se mostrarem relutantes, eu as provocarei... Que venha o fogo, a cruz, a luta com feras selvagens, o arrancamento de ossos, a laceração de membros, a trituração de meu corpo inteiro, as cruéis tortura do diabo- só me deixem chagar até Jesus Cristo." (Carta aos Romanos 4-5).

Nesse mesmo ano, no último dia de jogos do Coliseu, Inácio foi lançado aos leões e teve seu corpo estraçalhado pelas feras diante de milhares de pessoas que lotaram a arena. A tradição conta que seu coração foi achado e tinha escrito o nome: "Jesus."


15 de abril de 2019

7 curiosidades sobre Moisés no livro de Êxodo.




Por Everton Edvaldo.

1. Quando estava na presença de Faraó, Moisés não o revelou as reais intenções que eram de tirar Israel do Egito para sempre, mas falou ao monarca que:

a) Era para celebrar uma festa no deserto (Ex 5.1; 10.9). b) Era para cultuar (Ex 8.1,20; 9.1,13; 10.3). 

2. Diferente do que muitos pensam, foi a vara de Arão e não de Moisés que: 

a) Transformou-se em serpente na presença de Faraó (Ex 7.9,10). 

b) Transformou as águas dos rios em sangue (Ex 7.19). 

c) Foi usada para trazer a pragas da rãs (Ex 8.5,6). 

d) Foi usada para trazer a praga dos piolhos (Ex 8.17).

3. Moisés não liderava o povo de Israel  sozinho. Conforme o tempo foi passando, Moisés contava com o auxílio de pessoas para liderar o povo, como por exemplo: Arão (Ex 7.1), vários chefes que julgavam as causas simples do povo (Ex 18.24) e Josué (Ex 33.11). 

4. Moisés já tinha vivido 2/3 da sua vida, quando foi falar com o Faraó (80 anos, Ex 7.7).

 5. Moisés era muito importante na terra do Egito, tanto aos olhos do Faraó e de seus subordinados como aos olhos do povo (Ex 11.3). 

6. Várias pessoas pensam que o Tabernáculo foi o primeiro recinto construído afim de abrigar a religião judaica, todavia, antes dele, Moisés pegava uma tenda, armava ela fora e bem longe do acampamento e quando o povo queria buscar ao Senhor ia até ela. Moisés chamou ela de tenda da revelação (Ex 33.7). 

7. Apesar de Deus ter dito que escreveria as palavras na segunda tábua da lei (Ex 34.1), quem escreveu nela foi Moisés (Ex 34.28). 


13 de abril de 2019

Se Deus é bom e controla todas as coisas, isso significa que Ele é responsável por todas as catástrofes, desastres naturais e guerras? 



Por Everton Edvaldo.

A resposta é "não" e eu vou explicar o porquê! É verdade que Deus controla e governa todas as coisas. A Bíblia é bem clara e incisiva em dizer que as rédeas da história estão nas suas mãos. No II século depois de Cristo, Inácio, bispo de Antioquia escreveu assim na sua carta aos Efésios: "...tudo está sobre o controle de Cristo." (Carta aos Efésios 8.2).

No entanto, isso não significa que Ele causa, manipula ou determina cada coisa que acontece na terra meticulosa, absoluta e exaustivamente. Do contrário, todos nós seríamos marionetes e tudo quanto fizéssemos de ruim, na verdade estaria dentro da vontade de Deus, fazendo dEle tão mal ou porque não dizer, pior do que nós. Ou seja, até mesmo a desobediência, na realidade, seria uma obediência aos seus decretos. Então como podemos definir esse controle?

A definição de controle e governo de acordo com a Bíblia pode ser comparada em termos humanos ao comando dum capitão de um grande navio. As rédeas do navio estão nas mãos dele, ou seja, o curso. Ninguém pode alterar esse curso a não ser Ele. No entanto, o que acontece dentro do navio é de inteira responsabilidade dos tripulantes a menos que o capitão esteja envolvido diretamente em algo. Isto é, são os funcionários e tripulantes que são responsáveis pela ordem, manutenção, limpeza, dentre outras coisas que acontecem no navio. Contudo, o capitão continua no controle. 

Embora essa analogia sejas bastante limitada, podemos dizer que semelhantemente acontece no governo divino. Ou seja, embora Deus esteja no controle de tudo, há coisas que acontecem que Ele não pode ser responsabilizado. 

Sendo assim, eu diria que os desastres, catástrofes e guerras, podem ter várias causas. Eu vou trabalhar aqui apenas com três: a divina, humana e natural. 

Divina: Diferente do que ensina o Deísmo, o Deus da Bíblia intervém na Sua criação e Ele faz isso da forma como Lhe aprouver desde que não o faça de modo ditatorial, tirânico e/ou sem amor. Somado a isso, Ele governa e regula Sua criação, muitas vezes, fazendo com que venha sobre  a humanidade: guerras, desastres e catástrofes. Contudo, Ele não faz isso de maneira antiética, arbitrária, sagaz ou sádica, mas sempre como resposta ou resolução para o homem, seja para castigá-lo ou prová-lo. Isso faz parte da forma como Ele regula e governa o mundo. Deus pode enviar essas coisas sobre um povo ou uma nação com no mínimo, quatro objetivos: 

A) Juízo. O dilúvio, a destruição de Sodoma e Gomorra, as dez pragas do Egito, o extermínio dos cananeus e várias  desgraças que aconteceram com Israel ao longo da história, são claras demonstrações do juízo, ira e insatisfação de Deus com a humanidade. É difícil entendermos o porquê Ele faz essas coisas, pois assimilamos bem o conceito de um Deus amoroso, bondoso e misericordioso, mas infelizmente, esquecemos ou relutamos em entender que Ele também é justo e não se agrada das más obras que o homem faz. Nenhum mal moral escapa dos Seus olhos e se Deus não lhe trouxer juízo neste presente século, o fará definitivamente no Juízo Final.

Por vezes, esse juízo divino vem ainda em vida e muitas vezes, através de uma guerra ou desastre (Is 45.7; Mq 2.3; Am 3.6 ). Apesar disso, não devemos nos esquecer que até nessas coisas podemos ver a mão misericordiosa de Deus que nos dá tempo e oportunidade para o arrependimento. Ele também traz essas coisas para corrigir nossos passos e maus caminhos.

B) Provação e disciplina. Já há outros eventos dessa natureza que Deus traz para provar nossa fé, nos amadurecer e desenvolver. Talvez o maior exemplo bíblico seja o de Jó. Graças a todas as perdas de Jó, ele pode conhecer verdadeiramente quem era o SENHOR. 

O Salmista disse: "Pois tu, ó Deus nos submeteste à prova e nos refinaste como a prata. Fizeste-nos cair numa armadilha e sobre nossas costas puseste fardos. Deixaste que os inimigos cavalgassem sobre a nossa cabeça; passamos pelo fogo e pela água, mas a um lugar de fartura nos trouxeste." (Salmos 66.10-12).

O apóstolo Pedro coloca de uma forma de forma didática, a seguinte verdade:

"Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo estranho lhe estivesse acontecendo. Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria. Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes vocês são, pois o Espírito da glória, o Espírito de Deus, repousa sobre vocês. Se algum de vocês sofre, que não seja como assassino, ladrão, criminoso, ou como quem se intromete em negócios alheios. Contudo, se sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus por meio desse nome. Pois chegou a hora de começar o julgamento pela casa de Deus; e se começa primeiro conosco qual será o fim daqueles que não obedecem a Deus? (1 Pe 4.12-17). 

Veja ainda o que diz Tiago 1.2-4  e Deuteronômio 8.2.

Perceba que nesses versículos está em foco o juízo e a provação de Deus. Há momentos em que Ele traz isso para nos refinar, se revelar ou nos levar a um maior nível de intimidade com Ele. 

Já o autor aos Hebreus trabalha esse assunto sob outra ótica: a da disciplina. Ele disse:


"Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Ora, qual filho que não é disciplinado por seu pai? (Hb 12.7).

C) Ensino. Em todas as coisas ruins há a oportunidade de extrair as mais diversas  e ricas lições. Jesus disse: "No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo." O apóstolo Paulo falou: "Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que em ti confiam." E em outro lugar, ele disse: "Em Cristo, somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou."

Todas essas coisas apontam para quem está conosco, cuida e governa sobre nós. Qualquer coisa que vier da parte dEle, será para me ensinar lições incríveis e fortalecer minha fé; por isso, apesar de não ser algo fácil, devo receber com graças (em tudo dai graça) e paciência.


Que experiências teria Davi para contar se não fosse perseguido, confrontado e desafiado pelos mais temidos inimigos? Ele teria outras experiências, é verdade, mas nós não o veríamos do mesmo jeito. E o que seria de Israel se vivesse apenas períodos de glória?


Em algumas pessoas, a dor gera quebrantamento, disposição e revela quem de fato somos! Sem Deus: fracos! Com Deus: fortes!

D) Revelar Sua Providência. Todas as coisas que Deus faz é com um fim. Portanto, pode acontecer dEle nos desertar das bênçãos materiais, de uma terra ou de nossa família com algum objeto que talvez não fique claro nesta vida. Todavia, nós devemos ter em mente uma coisa: Tudo que Deus faz é para Sua glória. Sendo assim, se é para a glória de Deus (João 11.4) eu não devo perder a fé nem ficar desanimado.  O Deus que me sustém está no controle de tudo. Às vezes, Ele nos tira algo para que passemos a vê-lo com mais nitidez em nossa vida. Sim, nós podemos ver Deus nas perdas, na angústia, no luto e na dor. A providência de Deus permeia todas as coisas e nada foge do Seu controle. Porém, devido à nossa pecaminosidade, isso talvez não esteja tão claro para nós. A nossa sociedade se acostumou a pensar da seguinte forma: "se alguém prospera nesta vida, Deus está com ele. Por outro lado, se essa pessoa passa por privações, dificuldades e aflições, Deus está exercendo juízo sobre sua vida." É nesse momento que a providência chega, mostrando que nos piores momentos da nossa vida, Deus está conosco e que não devemos focar na tempestade, mas em quem está no barco. A providência de Deus revela quem Ele é, o que faz e como interage conosco. Eu não preciso entender racionalmente todas essas coisas. Eu só preciso crer! 

2. Humana. Outros eventos dessa natureza são causados pelo homem e permitidos por Deus. Desta forma, o homem é o responsável  direto delas e não Deus. As más ações do homem na natureza destroem a terra e contaminam o cosmos. Graças ao homem, muitas espécies de animais estão sendo extintas, rios estão mudando seu curso natural ou simplesmente desaparecendo do mapa; os oceanos estão avançando sobre os litorais, a camada de Ozônio vem sendo danificada em razão das queimadas e o avanço das indústrias, as reservas naturais de árvores estão sendo desmatadas, etc. Além disso, o homem planeja o mal a momento. Ele fomenta guerras, promove a fome, entre outras coisas. Sendo assim, eles são inteiramente responsáveis e não Deus. Deus as permite, mas não as aprova muito menos têm prazer nelas. Ele simplesmente as tolera. A Bíblia diz que logo após a entrada do pecado no mundo, a terra se encheu de espinhos. Em outro texto, ela fala que a criação inteira geme por causa do pecado. Lembro-me do ataque ao World Trade Center. Dois aviões terroristas se chocaram com duas torres e poucos minutos após o ataque, ambas ruíram até o chão matando quase 3.000 pessoas. E quem não lembra do Holocausto comandado por Hitler que matou 6 milhões de judeus? E da Bomba de Hiroshima que além de matar, deixou sequelas pro resto da vida de quem vivenciou esta calamidade? Aqui no Brasil, recentemente teve a tragédia em Brumadinho que deixou centenas de pessoas desaparecidas e mortas. Tudo isso é de inteira responsabilidade humana. As fortes chuvas no Rio de Janeiro que estão inundando a cidade é o resultado de um péssimo saneamento, estrutura e administração que há anos vem desmatando os morros e construindo onde não é para ser construído. 

Deus está no controle dessas coisas, mas não têm prazer nelas. No entanto, Ele permite que as consequências venham como resultado das más ações do homem. 

3. Natural. Por último, há coisas que acontecem de forma natural, sem nenhuma ligação direta com o homem ou Deus. Exemplo: tornados, furações, erupção de vulcões, terremotos, maremotos, raios, etc. Tais coisas também estão debaixo do governo de Deus que as permite que aconteça, é verdade. 

Alguns Deus usa para julgar o homem, mas outros estão seguindo apenas o curso natural da terra. O Planeta se renova o tempo todo nas mais diversas e estranhas maneiras. No entanto, eu penso que não deveríamos culpar Deus por permitir que essas coisas atinjam muitas vezes, a humanidade. Porém, imagina quantas vezes Ele já não as regulou e não permitiu que elas nos prejudicassem? Quantos meteoros em direção à terra já foram repreendidos e mudados de direção pelas mãos do criador e que nós nem sabemos? Lembremo-nos da tempestade que se levantou quando Jesus e os discípulos estavam no barco. Deus permitiu que ela se levantasse, mas não deixou que ela os vencesse. Esse é um lado da moeda. Porém, em outra ocasião, Deus permitiu que uma tempestade se levantasse na viagem em que estava o apóstolo Paulo. O navio ficou completamente destruído, embora todos os tripulantes tenham sobrevivido.

Então não devemos subestimar, nem temer. Há tragédias que Deus permite que venham sobre nós, mas que nos ensinam muito. A natureza, às vezes, assusta o homem. Porém, maior é o Deus que a criou. A dor é pedagógica e porque não dizer: uma das maiores professoras. 

Conclusão: Sendo assim, Deus não é responsável por todas as guerras, catástrofes e desastres que acontecem, porém mais importante que isso, é que Ele continua no controle e governo de tudo sem mudança, nem sombra de variação. Ele subsiste eternamente e eu me contento com isso. 

11 de abril de 2019

A singularidade teológica de Lucas-Atos



Tradução: Isaac Barboza

O que causou a negligência desses dois (Lucas-Atos ) volumes, especialmente como uma unidade? Em primeiro lugar, o evangelho de Lucas foi absorvido nas discussões sobre Jesus e os outros evangelhos. Lucas sempre teve o terceiro lugar entre os sinóticos. Na igreja primitiva, Mateus era visto como o evangelho principal, tendo raízes apostólicas e sendo visto como o primeiro evangelho a ser escrito. Nos últimos dois séculos, Marcos assumiu esse papel central (...) João sempre teve uma posição privilegiada como o evangelho "espiritual", uma descrição que remonta a Clemente de Alexandria no segundo século. Então Lucas ficou meio que perdido entre eles. Em segundo lugar, Atos ficou separado de Lucas como cânone distinguido entre os evangelhos e a história da Igreja primitiva. Isso cortou os dois volumes, e as pessoas liam as obras como peças separadas. Isso fez com que os leitores perdessem os links entre os dois volumes e a história teológica que os dois volumes juntos contam. O evangelho de Lucas estava relacionado aos outros evangelhos, enquanto Atos foi deixado só em uma ilha de gênero contando a história da Igreja primitiva. A continuidade entre Jesus e o lançamento da comunidade que ele estabeleceu ficou perdida no baralhamento. O material bíblico de Lucas-Atos é provavelmente a maior e mais negligenciada parte do N.T. Dos 7,947 versículos do N.T, Lucas-Atos corresponde 2.157 versículos, ou 27,1 por cento. Em comparação, as cartas paulinas têm 2.032 versículos e os escritos joaninos têm 1.407. Além disso, somente Lucas-Atos relata a história de Jesus Cristo desde o nascimento até o início da igreja no ministério de Paulo. Essa ligação é importante, pois dá perspectiva à sequência desses eventos. Muitos cristãos consideram Mateus e Atos juntos, porque Mateus é o primeiro evangelho e os Atos incluem a história da Igreja apostólica. Mas o elo canônico é Lucas-Atos, não Mateus-Atos, pois Lucas escreveu os dois volumes. Então, pensando biblicamente, é importante manter Lucas e Atos juntos e contar a história de Atos com um olho em Lucas. [1] 

A composição de Lucas reflete uma escolha literária e teológica deliberada... Lucas conecta explicitamente as duas partes de sua história - pois é uma história única - por meio de um prólogo para cada volume. O prólogo muito curto de Atos ( 1: 1–3 ) relembra ao leitor pretendido, Teófilo (em toda probabilidade, o patrono literário de Lucas), os elementos básicos do primeiro volume. O prólogo mais longo do Evangelho ( Lucas 1: 1–4 ), também endereçado a Teófilo, na verdade serve como uma introdução à composição como um todo. Os dois prólogos juntos tornam as intenções literárias de Lucas absolutamente claras: ele quer que os dois volumes sejam lidos em sequência como partes de uma única história.[2]
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[1] A Theology of Luke and Acts: God S Promised Program, Realized for All Nations

[2] Prophetic Jesus, Prophetic Church: The Challenge of Luke-Acts to Contemporary Christians 
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8 de abril de 2019

A importância de Lucas-Atos para a igreja moderna.




Por Everton Edvaldo.

Lucas-Atos trouxe uma contribuição gigantesca para o Movimento Pentecostal e este fez com que muitas igrejas tradicionais voltassem os olhos novamente para Lucas-Atos. Todo Pentecostal deveria conhecer bem essa obra. Digo isso, não porque não deveria estudar outros livros da Bíblia, mas porque particularmente, tanto Lucas (o autor), como sua obra (o Evangelho e Atos), são pouco conhecidos no seio da cristandade. Aqui apresentarei algumas curiosidades, informações e motivos pelos quais devemos estudar essa obra majestosa!

1- Lucas-Atos é uma obra única que fala sobre a origem e disseminação do Cristianismo. Se ela não existisse, não saberíamos nossas origens.

2- É o livro mais extenso da Bíblia. "Nenhum outro autor, nem mesmo Paulo, escreveu um texto tão longo do Novo Testamento como Lucas." (STRONSTARD, p. 20).

Representa 1/4 do Novo Testamento.

3- Concentra a maior parte do Novo Testamento.

4- É o livro mais elaborado, documentado e detalhista do Novo Testamento.

5- É o texto que tem a linguagem e o vocabulário grego mais rico do Novo Testamento.

6- Possui uma didática exclusiva.

7- Foi escrito por um dos autores mais talentosos do Novo Testamento. Segundo Stronstard, "Lucas é um narrador cuidadoso e extremamente habilidoso." (STRONSTARD, p. 23). Na verdade, ele coloca "Lucas como o mais talentoso dos autores." (STRONSTARD, p. 28).

Agora apresentarei algumas peculiaridades de Lucas e de Atos.

Lucas:

• É o único que fala sobre a infância de Jesus.

• Tem uma perspectiva clínica e cuidadosa.

• É o livro que mais tem parábolas.

• Aborda Jesus como Messias- Filho do Homem, dando ênfase à humanidade de Cristo.

• É o que mais fala sobre o Reino dos céus.

• É o Evangelho que mais fala sobre o Espírito Santo. "Lucas fez dezessete referências ao Espírito Santo, em comparação com doze de Mateus, e seis em Marcos." (EDUARDO, Artur, p. 66).

• Mostra uma atenção especial dos marginalizados (mulheres e crianças) no ministério de Jesus.

• Introduz na mente dos seus leitores, a universalidade do Evangelho.

• Em Lucas há histórias exclusivas (16.19-31; 21.1-4).

• É o único Evangelho que registra os cânticos que eram cantados na igreja primitiva (Magnficat: Cântico de Maria).

• É o mais literário dos Evangelhos. Possui poemas, canções, parábolas, narrativas, sermões, etc.

Atos:

• Atos fala da origem e disseminação do Evangelho.

• Traça a origem do derramamento do Espírito Santo sobre os crentes.

• Relata como os cristãos primitivos viviam e quais desafios enfrentavam.

• Fala dos Atos dos Apóstolos e do Espírito Santo.

• Narra a conversão do apóstolo Paulo, o maior líder do Cristianismo depois de Jesus.

De modo geral, em Lucas (o Evangelho) temos um Jesus que é capacitado pelo Espírito Santo, enquanto que em Atos, vemos Jesus capacitando os seus discípulos com o Espírito Santo.

A Contribuição para a igreja moderna:

Não é verdadeiro o entendimento de que Lucas-Atos tem pouco a dizer para a experiência contemporânea. Segundo Stronstard, o "gênero adotado em Lucas-Atos é o da narrativa histórica, mas também uma dimensão didática, ou instrucional, e teológica." (STRONSTARD, p. 38).

Sendo assim, temos muito o que aprender com essa obra, pois ela oferece modelos e princípios que devem nortear a igreja. Além disso, Lucas-Atos tem uma teologia prática e carismática. Nela, aprendemos que necessitamos do poder de Deus para cumprirmos o ide e levar o Evangelho à todo o mundo!

1 de abril de 2019

Daniel na cova dos leões



Por Deyzi Silva.

Leitura Bíblica: (Daniel 6).

Autoria do livro: Daniel, contemporâneo de Jeremias e Ezequiel, que foi exilado na babilônia junto com outros jovens de linhagem real.

Data : Estudiosos da Bíblia postularam que Daniel escreve este livro durante sua vida. Os eventos retratados na Bíblia se estendem por um período entre (605 e 536 a.C) provavelmente, foi concluído no ano 530 a.C.

Propósito: Os eventos registrados e profetizados no livro de Daniel incentivavam e consolavam os judeus da época de Daniel. Embora estivessem derrotados e espalhados no exílio, seu Deus permanecia no controle da história.

Gênero : apocalíptico.

No estudo a seguir , iremos nos concentrar e entender mais sobre o acontecimento retratado em Daniel capítulo 6.
Para compreendermos melhor a passagem descrita em (Dn 6), é necessário saber quem foram alguns personagens tratados naquela época.

Quem foi Dario? De acordo com a Bíblia, foi ele quem recebeu o império neobabilônico , após a morte de Belsazar. Ele é chamado de filho de Assuero. Daniel prosperou, durante o seu reinado e o de Ciro, o persa.

Quem foi Daniel? Daniel foi um profeta de Deus, que também trabalhou para os imperadores da Babilônia e da Pérsia. Ele era muito sábio e interpretava sonhos. Daniel ficou conhecido como um homem justo, que obedecia a Deus.

Porque o rei Dario constituiu 120 sátrapas? O rei Dario estava preocupado com o problema da corrupção, por isso, constituiu 120 sátrapas e 3 presidentes.

O que eram sátrapas, e qual sua função?Sátrapa era o nome dado aos governadores das províncias, chamadas satrapias, nos antigos impérios Aquemênida e Sassânida da Pérsia. Algumas de suas funções eram : governar todo o reino, prestar conta, evitar que o rei sofresse danos e cuidar da administração do reino.

Devocional:

A babilônia tinha caído, um novo império tinha se levantado , mas os homens que subiram ao poder continuavam corruptos. O rei Dario estava preocupado com o problema da corrupção, e por isso constituiu 120 sátrapas e 3 presidentes. Constituiu fiscais do erário público. Mas aqueles que deveriam vigiar e fiscalizar se corromperam. A corrupção estava instalada dentro do palácio, nas rodas mais altas do governo de Dario.

Em meio a este cenário de corrupção e caos , havia um lírio puro. Daniel, que naquela época tinha aproximadamente 85 a 90 anos. A Bíblia nos fala que Daniel tinha um espírito extraordinário. Daniel era um homem fiel, irrepreensível , íntegro, era querido do rei , se destacava entre os demais e era um homem de oração. A Bíblia nos fala que o rei Dario, pensava em estabelecer Daniel sobre todo o reino porque nele havia um espírito excelente.
Então, os presidentes e os sátrapas procuraram ocasião para acusar Daniel a respeito do reino; mas não puderam achá-la, nem culpa alguma; porque ele era fiel e não se achava nele nenhum erro nem culpa.

Então os sátrapas e governadores por inveja ou medo de que Daniel governasse sobre todo o reino , armaram uma cilada contra Daniel. E sabendo eles que Daniel orava 3 vezes ao dia , foram juntos ao rei e o propuseram o seguinte decreto , que todo o homem que fizesse petição a algum deus ou a qualquer homem, se não a ele , seria lançado na cova dos leões.

Dn 6.6-8 diz assim:  "Então, o rei Dario assinou a escritura em que não se podia revogar. Daniel pois quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa , e em cima, no seu quarto , onde havia janelas abertas do lado de Jerusalém, três vezes a dia se punha a orar. Então aqueles homens foram juntos a casa de Daniel, e o acharam a orar e a suplicar o seu Deus . E o entregaram ao rei. E o rei ficou penalizado , e se empenhou em salvar a Daniel. Mas já era tarde pois o decreto já avia sido lançado. Então ordenou o rei que trouxessem a Daniel e o lançassem na cova dos leões. E pela manhã ao romper do dia o rei chamou por Daniel com voz triste. E Daniel o respondeu; ó rei, vive eternamente! O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele ; também contra ti ,ó rei não cometi delito algum. E o rei se alegrou , e mandou tirar Daniel da cova. E ordenou o rei que jogasse na cova todos aqueles que tinham acusado Daniel, e foram jogados na cova dos leões seus filhos, suas mulheres e ainda não tinham chegado ao fundo da cova e já os leões de apoderaram deles. E lhe esmigalharam todos os ossos. Daniel pois prosperou no reinado de Dario e no reinado de Ciro o persa ."

Meditação:

Deus não livrou Daniel da cova dos leões, mas livrou Daniel da boca dos leões!

O texto nos ensina que podemos ser fiéis a Deus em meio a corrupção!

O texto nos ensina que devemos orar a Deus, mesmo quando as adversidades baterem na nossa porta !

O texto nos ensina que Deus livra e honra , aqueles que são fiéis a ele !

Que Deus abençoe!