Por
Everton Edvaldo
Introdução: Há
alguns dias, escrevi um artigo intitulado “Construindo uma Sólida
Hermenêutica Pentecostal”. Nele, eu mostro como os principais apologistas
pentecostais mostraram a necessidade de aperfeiçoarmos a forma como
defendemos os nossos distintivos, ou aquilo que nos faz singular nesta presente
era. As reações foram diversas, alguns receberam de forma receosa, mas boa
parte dos leitores, se conscientizaram do que foi dito e entendeu a proposta do
ensaio que não esgota a temática. Um assunto ou método novo[1] costuma assustar certas
pessoas, por isso, é extremamente natural que haja alguém que o resista. Por outro lado, nós pentecostais não devemos
cair no erro de achar que produzimos tudo que já tínhamos que produzir no
cenário teológico ou que o que já foi produzido não pode ser aperfeiçoado ou
até mesmo atualizado. Esse tipo de postura seria uma espécie de “arrogância”
que não deveria existir em nenhuma comunidade cristã, principalmente na
Pentecostal. Particularmente, não costumo ver com bons olhos, pacotes
teológicos fechados que nunca podem ser colocados sob escrutínio, crítica e
diálogo, tendo em vista que a teologia é uma ciência em eterno progresso.
Por isso, quando alguém se propõe a lançar uma plataforma diferente das que
existem, procuro primeiro entender o que está sendo dito pelas lentes de quem a
defende, a fim de que não cometa injustiças e crie espantalhos sobre o mesmo. Foi
o que fiz quando li a obra “Hermenêutica do Espírito- Uma Proposta para a Hermenêutica
Pentecostal”, escrito pelo Dr e Pr Pentecostal Bernardo Campos. Neste
pequeno artigo, pretendo fazer uma análise da obra, mostrando pontos positivos
e ferramentas que podem agregar ao nosso contexto como um todo. Vamos lá?
I-
UMA PROPOSTA AMBICIOSA, PORÉM, INACABADA
Sim,
você não leu errado, a obra em questão é uma proposta ao Movimento
Pentecostal. Como bem sabemos, uma proposta é um convite, sugestão ou uma
oferta, neste caso, à Hermenêutica Pentecostal, não a aniquilação ou
negação de tudo que já existe antes. O Dr. Bernardo deixa logo claro, desde o
início da obra, que esta proposta primeiro deve ser entendida como ela
é, mas não no sentido denominacional ou confessional. (CAMPOS 2018,
p. 8)
Ou seja, não espere que essa obra caiba dentro da sua denominacionalidade, pois
essa não é sua intenção.
Segundo,
esta obra não é um rompimento total com os métodos que já foram
elaborados, antes é uma proposta teórica que “sugere dar um passo a mais
depois da exegese e da hermenêutica tradicionais.” (CAMPOS 2018, p. 8) Atente bem para
a expressão “proposta teórica” que supõe “não somente o manejo das
ferramentas exegéticas e das normas de interpretação. Exige também uma análise
da realidade socio-histórica, a iluminação do Espírito Santo para captar a
profundidade, o sentido mais pleno das Escrituras, assim como a arte de
conectar temas do Antigo e Novo Testamento por analogia para encontrar sentidos
teológicos.” (CAMPOS 2018,
p. 8)
Desde já eu gostaria de deixar claro que não concordo com tudo que o autor
escreve, nem mesmo com suas associações políticas, muito menos com todas as
fontes que são usadas pelo autor.
Por
outro lado, confesso que admiro a ousadia do Dr. Bernardo para suprir algumas
deficiências que não foram respondidas à altura no passado e que mostra na
prática, que o pentecostalismo cumpre bem a máxima cristã de procurar unidade
na diversidade. Sim, uma coisa que não falta no Pentecostalismo é diversidade. Como
toda obra humana, a proposta do Bernardo possui suas próprias limitações e
esgotamentos e porque não dizer percalços tendo em vista que quando se é
pioneiro em propor algo, o risco de cometer um deslize é gigantesco comparado
àqueles que terão o papel de julgar, avaliar, aperfeiçoar ou continuar. Portanto,
penso que há aspectos positivos na obra e o por outro lado, vejo a proposta
como inacabada. Sendo assim, esse artigo não é para rechaçar a abordagem, como
esperaria alguns, mas para tentar dialogar com a proposta. O autor está
convicto de que “o Espírito Santo completará e encherá os vazios que este livro
pode deixar e que nos livrará de erros e falsificações da unção que Deus tem
derramado em nossos corações para conhecer e reconhecer o Messias.” (CAMPOS 2018, p. 15)
II-
A RELAÇÃO ENTRE O INTÉRPRETE E A EXPERIÊNCIA
Apesar
da experiência se sobrepor à teologia no Movimento Pentecostal, o papel que ela
ocupou dentro da hermenêutica desenvolvida pelos seus sistemáticos foi quase
sempre marginal. Os antigos teólogos pentecostais viram (à sua época com razão)
com maus olhos qualquer participação da experiência no processo interpretativo.
Paralelamente a isso, os pentecostais leigos já praticavam há décadas o que
mais tarde seria colocado em pauta nas recentes discussões sobre o
pentecostalismo. Vários teólogos pentecostais (outros mais, outros menos) estão
levando em consideração hoje o papel que a experiência ocupa na hermenêutica
pentecostal. Bernardo Campos é um deles e sua obra, foi escrita para crentes em
geral, mesmo para aqueles que não tem uma formação teológica profissional, mas
que têm sede de conhecer tudo que é relativo ao Messias vindouro e a ele pessoalmente.
(CAMPOS 2018, p. 13)
Uma
das primeiras coisas que Bernardo faz questão de fazer é definir então o que
seria uma Hermenêutica do Espírito. Para ele, “é a interpretação da Bíblia e
dos acontecimentos históricos com a direção do Espírito Santo, cuja finalidade
última é reconhecer o Messias, autor de nossa salvação. É uma interpretação
vital dos acontecimentos que apontam para o Messias.” (CAMPOS 2018,
p. 14)
Vejamos,
se nas antigas abordagens, havia muito espaço para a questões gramaticais,
léxicas, sintáticas e literárias do texto bíblico, na proposta do Bernardo, a
direção do Espírito Santo no processo interpretativo ganha o seu próprio
espaço, dessa vez, na direção do processo, mas não anulando o aspecto técnico
do estudo.
Contudo,
por que é tão importante falar de uma Hermenêutica do Espírito nos dias de
hoje? Porque há muita coisa da experiência religiosa que uma pessoa natural com
“os cânones de sua racionalidade moderna, é incapaz de entender ou explicar.” (CAMPOS 2018, p. 18) Além disso, essa
atividade hermenêutica instrumentaliza aos crentes a capacidade de “explicar
seu mundo e com isso, sua própria identidade religiosa e social.” (CAMPOS 2018, p. 18)
Para
Campos, a experiência com o Espírito Sando, imerge o cristão numa nova dimensão
espiritual, no entanto, esta dimensão e a compreensão da fé estão intimamente
ligadas com as Escrituras e a experiência do Cristo ressurreto. Eis a
Hermenêutica do Espírito. (CAMPOS 2018, p. 20) Campos usa a
experiência dos discípulos e apóstolos como paradigma para todas as gerações que
imergem nessa nova dimensão, no entanto, até que ponto essa correlação pode ser
precisa, é algo que deixo para outros colegas trabalharem.[2] Mas mesmo se não puder ser
feito uma ponte direta entre as experiências particulares dos discípulos e nós,
isso não anula a urgência de uma hermenêutica do Espírito.
Bernardo
propõe um método de intepretação “da realidade a partir de uma compreensão
espiritual das Escrituras. Em outras palavras, uma leitura da realidade desde a
iluminação do Espírito Santo em referência direta às Sagradas Escrituras ou com
a ajuda delas. Palavra e Espírito como um binômio obrigado para salvaguardar do
erro ou de cair em uma subjetividade incontrolável.” (CAMPOS 2018,
p. 21)
Creio que essa co-dependência entre Espírito e Escritura é indispensável,
principalmente para avaliar ou interpretar fenômenos que não foram abordados de
forma exaustiva pela Escritura, como é o caso do mundo dos espíritos. No
Cristianismo, há mais mistérios sobre anjos e demônios do que certezas. O
Bernardo trabalha a ideia do discernimento dos espíritos como um elemento que
ilustra bem essa questão. (CAMPOS 2018, p. 22) Uma vez que a
própria Escritura não esgota o assunto, podemos discernir muita coisa do mundo
espiritual através da experiência com o Espírito, até porque nós pentecostais
cremos que Deus não parou de revelar-se ao ser humano.
Campos
explica: “Cremos em uma revelação de Deus aberta, mas sempre iluminada pelas
Sagradas Escrituras.” (CAMPOS 2018, p. 23) No entanto, não
confunda revelações atuais do Espírito com a própria Escritura. Campos deixa
claro: “Os cristãos afirmam que as Sagradas Escrituras são e contém a Palavra
de Deus revelada aos homens através da história.” (CAMPOS 2018,
p. 23)
Toda construção teórica de conhecimento religioso deve tê-la como ponto de
partida. (CAMPOS 2018, p. 23) Logo, nosso ponto de
partida é um conhecimento revelado no sentido de que se sustenta na revelação
que foi escrita pelos escritores sagrados ou hagiográficos. (CAMPOS 2018,
p. 24)
No
entanto, o nosso cotidiano exige uma série de respostas que satisfaça a sede de
sentido que temos. Sendo assim, naturalmente, nos processos exegéticos o ponto
de partida tem sido a nossa situação vital e não a do autor do texto. (CAMPOS 2018, p. 25) Não corramos o risco
de interpretar isso de forma errada. O que Bernardo está dizendo é que o que
nos leva à Escritura não é simplesmente a situação em que viveu o autor
bíblico, mas sim as nossas situações e demandas. Ninguém se aproxima das
Escrituras sem uma situação própria envolvida. Alguns porque vão pregar, outros
porque vão se alimentar da Palavra de Deus e assim por diante. A própria
história do início do movimento pentecostal tem pouco disso, quando o Charles
Fox Parham pede a seus alunos que procurem uma evidência no livro de Atos do
batismo. Os alunos já não eram leitores da Bíblia? Sim! Mas até então não
tinham percebido que havia na Escritura uma evidência do Batismo. Quem disse a
eles que precisava haver uma evidência e ela estava nas Escrituras? Parham!
Assim como a ocasião faz o detetive, logo trataram de investigar essa tal de
evidência e acharam: o falar em línguas.
Bernardo
Campos alerta que isto não significa “colocar em segundo plano as Sagradas
Escrituras. É só reconhecer que sempre partimos da nossa existência e desde
ali, influídos pela cultura com seus acertos e desacertos, vamos buscar na
Bíblia uma resposta de Deus para dar-lhe sentido à nossa vida.” (CAMPOS 2018, p. 25) É nesse sentido que a experiência de
cada um joga um papel importante e até determinante no processo de
interpretação da realidade significativa e peculiar. (CAMPOS 2018, p. 27)
Mas o
que é essa tal da “experiência”? Para Campos, é uma “forma de conhecimento ou
habilidade derivadas da observação, da participação e da vivência de um evento
ou proveniente das coisas que sucedem na vida.” (CAMPOS 2018,
p. 28)
Esse conhecimento é “objetivo quando provém das Escrituras e subjetivo,
pessoal, quando se apropria do sentido interpretado.” (CAMPOS 2018,
p. 28)
Campos
segue seu texto e fala sobre algo que geralmente é ignorado por muitos
hermeneutas evangélicos: a presença da eisegese no processo de interpretação. O
autor vê dois sentidos na expressão: um positivo e outro negativo. Para ele:
‘...Todo intérprete de maneira
inconsciente introduz na compreensão do texto bíblico questões e perspectivas
contemporâneas que nem sempre foram consideradas pelo hagiógrafo ou escritor
sagrado. É o aspecto subjetivo da interpretação da qual não nos podemos livrar,
mas sim devemos controlar. É a nossa vivência o que nos permite aproximarmos ao
texto e encontrar nele ‘sentidos’ que, desde outras experiências, ou da
ausência delas, não se visualizaram. Não obstante o que foi afirmado, a eiségeses
tem também um sentido negativo quando pretende dizer ao texto o que o texto não
quis dizer. Isto é deplorável na interpretação bíblica. Uma eiségesis sem
exegese conduz ao erro e a uma perigosa e irracional arbitrariedade.” (CAMPOS 2018, p. 31)
Particularmente
creio que há um certo grau de perigo em conceder muito poder ao intérprete, no
entanto, não há como negar que não existe aproximação do texto bíblico sem
pressuposições. As pressuposições são intrínsecas ao ser humano, portanto, é
utópico e inútil querer negar que isto aconteça, ou até mesmo tentar anular. O
máximo que podemos fazer é minimizar. Pense comigo: por que pessoas usando o
mesmo método (MHG) chegam a conclusões tão diferentes? Pelo simples fato de
carregar consigo pressuposições e experiências para o texto. Vamos anular a
experiência? Não, até porque é impossível! Neste caso vamos trabalhá-la.
Por
outro lado, creio que o perigo que acompanha a concessão de poder ao intérprete
precisa de reguladores. Bernardo Campos fala de alguns:
1. Aquilo
que é subjetivo a nós precisa ser controlado.
2. Devemos
nos abster da prática de dizer ao texto o que o texto não quis dizer.
3. Interpretar
o texto sem exegese conduz ao erro e a uma perigosa e irracional
arbitrariedade.
Eu entendo
a preocupação de Bernardo quando diz que “uma pura exegese, sem uma experiência
que a motive, é simplesmente uma leitura técnica, como feita por uma máquina ou
um literato bem informado. Uma leitura sem sentido específico para o
intérprete. O estudo científico da Bíblia é necessário, mas não é suficiente.
Necessitamos interpretar com o Espírito para encontrar seu sentido profundo e
imediato a nós.” (CAMPOS 2018, p. 31) Eu gostaria de
destacar dois aspectos relevantes a partir desse trecho:
Primeiro,
uma leitura tecnicista, mas sem ser regada pelo Espírito Santo pode levar ao
mero formalismo. Creio que muito daquele racionalismo e formalismo que precedeu
o liberalismo teológico nas igrejas da Europa foi devido a isso.
Segundo,
os pentecostais leigos há décadas leem a Bíblia dessa forma que o Bernardo
categoriza. A grande massa dos nossos membros, sequer foram à escola direito,
mas foram pessoas amantes da Bíblia e do próprio Deus. Sem as ferramentas
técnicas da exegese e dos métodos Histórico-Gramatical e Histórico-Crítico, os
pentecostais foram vitalizados pelo contato com o próprio Espírito de Deus que
em tudo os guiava em toda a verdade. Claro que muitos deles erraram no processo
de interpretação, mas pelo uso inadequado da experiência e que agora estão
tendo a chance de corrigir isso, sem levar em conta o aspecto extremamente
pessimista com relação à experiência nos antigos métodos hermenêuticos.[3] A teologia Sistemática Pentecostal deixa claro
que “a primeira fonte interna de autoridade é a experiência. O indivíduo
relaciona-se com Deus no âmbito da mente, da vontade e das emoções.
Considerando a pessoa como uma unidade, os efeitos sofridos em qualquer um
desses âmbitos são sentidos, ou experimentados, nos demais, quer subsequente
quer simultaneamente.” (HORTON 2005,
p. 48)
Baseado
nisso, Bernardo explica que os avivamentos geram mudanças nas estruturas
denominacionais e provocam também mudanças nos paradigmas de conhecimento. Essa
mudança de interpretação configurada pelos movimentos do Espírito, concede às
experiências individuais ou coletivas o poder de enriquecer o sentido do
texto e o fazer polissêmico (com muitos sentidos). “Isso quer dizer que, à luz
de novas experiências, os intérpretes encontram nos textos bíblicos novos
sentidos que não estavam claros em uma leitura anterior.” (CAMPOS 2018, p. 34) Para ele, uma
“leitura da Bíblia e dos acontecimentos históricos à luz da experiência no
Espírito, produz novos sentidos para a vida. A isso chamam hoje muitos
intérpretes, um rhema, isto é uma Palavra de Deus nas Escrituras que adquire um
novo sentido em nossa vida e que, ao apropriarmos, se faz carne em nós
produzindo novos conhecimentos e novas práticas.” (CAMPOS 2018, p. 35)
No
meio reformado, David I. Starling foi um dos autores reformados a chegar bem
perto do que o Campos escreveu. Ao falar sobre o uso da Alegoria usada por
Paulo em Gálatas, ele diz que as múltiplas conexões intertextuais criam espaços
para que leitores posteriores encontrem muitos e variados pontos de conexão
imaginativa entre a história de Agar e a sua própria e que essa história constrói
uma ponte para os leitores cuja situação e experiências, há elementos
semelhantes. (STARLING 2019, p. 156) Segundo ele, a
“capacidade de uma personagem como Agar de tornar-se ‘muitas coisas para muitas
pessoas’ não significa que os contextos originais nas quais os escritores,
compiladores e leitores da Escritura entenderam os textos bíblicos perdem-se na
irrelevância em prol de propósitos de interpretação teológica.” (STARLING 2019, p. 157) E garante que “há
espaço para ampla diversidade de leituras reverentes e atenciosas que estão
atentas ao potencial do texto bíblico para gerar correspondências imaginativas
entre o mundo do texto e o mundo do leitor.” (STARLING 2019, p. 157) E por fim, esse tipo
de leitura “tem um lugar próprio na igreja, e não no mundo acadêmico.” (STARLING 2019, p. 157)
Bernardo
também desenvolve o conceito de que a experiência deve estar condicionada
dentre outras coisas, à inteligência espiritual, uma expressão que representa a
sabedoria do alto, visão holística e espiritual, para além do corpo e das
emoções, contudo, trabalhando em nosso ser harmonicamente com a inteligência
racional e emocional (CAMPOS
2018, pp. 36,37)
Pois
bem, se você me perguntar se eu concordo com tudo que o Bernardo ensinou nesse
quesito, talvez a resposta seja “não”, mas por outro lado, não podemos deixar
de ignorar que a experiência precisa sim encontrar o seu devido espaço dentro
da hermenêutica pentecostal. Se há arestas na abordagem do Campos, isso é outra
história, mas se existirem, não anulam a questão geral levantada por ele. Outra
coisa que não pode ser desprezada é a questão do Espírito Santo como alguém
dirige o intérprete da Bíblia, algo inclusive que a Declaração de Fé das
Assembleias de Deus no Brasil confirma quando diz que nós “a interpretamos sob a
orientação do Espírito Santo, observando as regras gramaticais e o contexto
histórico e literário.” (SILVA 2017, p. 29)
III-
A RELAÇÃO ENTRE O INTÉRPRETE E O PARÁCLETO
Outro
ponto trazido pelo Bernardo diz respeito ao relacionamento do cristão com a
Hermenêutica do Espírito. Para ele, há passagens na Bíblia em que foram
aplicadas a Hermenêutica do Espírito, uma espécie de atualização concreta e
vital do sentido da Escritura para revelar o Messias. (CAMPOS 2018,
p. 41)
Foi pela falta dessa experiência que os judeus não reconheceram Jesus como
messias e rejeitaram inclusive, o evento do Pentecostes.
Campos
faz questão de deixar claro que a Hermenêutica do Espírito tem um óbvio agente:
o Paracletos que fala de Cristo. (CAMPOS 2018, p. 42) Ou seja, essa
hermenêutica, diferente do que alguns pensam, não é centrada no leitor, mas no
Espírito que aponta para Cristo e cuja hermenêutica investiga pelo Espírito,
aponta para a manifestação de Cristo na história dos homens. (CAMPOS 2018,
p. 43)
e é essa mesma hermenêutica que nos livra do espírito do erro através do
discernimento que é extremamente necessário nesse processo. (CAMPOS 2018, p. 45)
Ao
mesmo tempo que o discernimento do Espírito é necessário, ele precisa de um
regulador. E qual é? Bernardo responde: “O discernimento é pelo Espírito, mas
se alimenta da Palavra de Deus.” (CAMPOS 2018,
p. 46)
e diz mais que toda Hermenêutica do Espírito orienta para o Messias vindouro. (CAMPOS 2018, p. 46) Se não orienta para o Messias, caia
fora! Campos ensina que somente uma Hermenêutica do Espírito pode nos livrar de
ser induzido ao erro e reitera que as Escrituras forma a base do discernimento (CAMPOS 2018, p. 47) pois quando não há
base objetiva, senão quando o todo é subjetivo, não há de onde obter verdadeira
segurança. (CAMPOS 2018,
p. 48)
Além
disso, “como cristãos, unicamente podemos ter segurança quando for medido ou
examinado um assunto cuidadosamente à luz da Bíblia, nosso prumo, mas também
iluminados pela certeza que nos dá o Espírito de Deus em nosso interior.” (CAMPOS 2018, p. 48) Aqui não podemos
cair no mesmo erro de alguns críticos do Quadrilátero Wesleyano[4] de supor que a experiência
está sendo colocada no mesmo patamar de autoridade da Bíblia. A relação entre
experiência e Bíblia não é equilateral, pois ela é nosso prumo. E por ela ser
nosso único prumo, que podemos crer na iluminação garantida do Espírito sobre o
intérprete.
Além
do discernimento, Campos destaca a questão da unção do Espírito. Ele explica
que o propósito da unção em nós em é em primeiro lugar ensinar. A unção interna
nos ensina todas as coisas e nos livra da mentira do mundo. (CAMPOS 2018, p. 51) Todavia, seu
propósito não se resume a isso, mas também a nos guiar em toda a verdade
mediante o testemunho interior, bem como em terceiro lugar, nos ajudando a
desenvolver o caráter de Cristo (CAMPOS 2018, p. 51) , além de claro, nos
capacitar para o desenvolvimento do ministério e nos dar um poder sobrenatural.
Sem ela, nosso ministério será ineficaz e sem brilho. (CAMPOS 2018, p. 52)
Mas
uma coisa que me chamou a atenção na abordagem do Campos, é que ele não
restringe a Pentecostais o desenvolvimento de uma hermenêutica do Espírito.
Para ele, todos os cristãos têm a iluminação do Espírito para compreender as
Sagradas Escrituras e conhecer qual é a vontade de Deus e que todos os
verdadeiros cristãos estão capacitados para desenvolver uma hermenêutica do
Espírito e reconhecer sua presença. E mais: não é qualquer tipo de unção, é a
unção do santo, isto é, de Cristo Jesus. (CAMPOS 2018, p. 52) Através dela,
reconhecemos a vinda de Cristo em carne para redenção do ser humano. Ela também
empodera o cristão para a missão na linha do Messias. Além disso, Campos também
diz que o Espírito é o ator principal na vida os crentes de todos os tempos, sempre
glorificando a Cristo. (CAMPOS 2018, p. 53)
Um
momento clímax da obra pode ser notado quando Campo nos alerta sobre as
falsificações e imitações da unção. Ele diz:
“Em nosso desejo por buscar a unção de
Deus podemos cair em desequilíbrios e manipulações que nos induzirão ao erro.
Alguns pregadores são tão ousados que oferecem sua unção, como mercadoria ou
como selo de seu apostolado.” (CAMPOS 2018,
p. 54)
E
alerta que a “vida no Espírito por si só é um terreno escorregadio, se não
busca fundamentar-se das Sagradas Escrituras. Há falsificações e encantamentos
do diabo. É atrativa e são fáceis de confundir os motivos que nos movem a ela.
Na ansiedade por ter manifestações em nossos cultos e querer que ocorram coisas
espetaculares que impressionem os incrédulos, podemos forçar a ação do
Espírito, e abrir portas para outros espíritos. Podemos produzir experiências
extrassensoriais e confundi-las com a obra do Espírito. Ou talvez queiramos
imitar a unção dos outros, produzir seus resultados e colocar-nos como
portadores do avivamento.” (CAMPOS 2018,
p. 55)
É de suma importância que Campos deixe isso bem claro, pois se livra das más
interpretações de alguns, de que ele reconhece como genuína toda e qualquer
experiência religiosa. Isto não procede...
IV-
A RELAÇÃO ENTRE O INTÉRPRETE E A ESCRITURA
Embora
já tenhamos falado acima um pouco dessa relação, precisamos falar de como
Bernardo levanta a questão para nós. Para ele, a unção do Espírito permitiu que
Jesus atualizasse concretamente o sentido de Isaías 61, ressignificando o
cumprimento no seu próprio ministério (CAMPOS 2018,
p. 56) .
Isto certamente foi verdade não somente no ministério de Jesus, mas também dos
apóstolos. Mas talvez o link que ele faça conosco precise de mais
aprimoramentos.
Campos
se apropria da Hermenêutica usada pelos autores bíblicos para falar de uma
“hermenêutica fundante que permite redimensionar o sentido escritural desde um
contexto novo (na sinagoga). Em outras palavras, permite discernir, por ação do
Espírito de Deus, um sentido profundo (um sensus plenior) nas Escrituras e ver
na história um plus.” (CAMPOS 2018, p. 56) É claro que o sensus
plenior existe e é bíblico, no entanto, ele foi um fenômeno próprio dos
personagens inspirados pelo Espírito Santo. A pergunta que fica é: será que
esse tipo de frente hermenêutica é concedido àqueles que são iluminados pelo
Espírito Santo? Ou somente aos que foram inspirados? A Escritura parece não
responder essa pergunta.
Porém,
Bernardo pode ter encontrado uma pista em Pedro, o primeiro teólogo do
pentecostes. Ele seria o primeiro dos apóstolos e desenvolver uma Hermenêutica
do Espírito quando relê o evento do Pentecostes in situ como o
cumprimento das profecias de Joel. A profecia de Joel foi discernida por Pedro
como se cumprindo naquele dia, mesmo que o texto original apontasse para o
terrível dia do SENHOR. (CAMPOS 2018,
p. 62)
Seria a experiência de Pedro programática para todos os cristãos? O autor crê
que sim, mas eu particularmente ainda não fiquei convencido. Contudo, confesso:
a tensão é real! Bernardo garante: “creio que Deus- no poder de seu Espírito-
nos tem dotado de uma capacidade espiritual para entender, interpretar,
conhecer, reconhecer, profetizar, descobrir sentidos profundos; encontrar águas
da vida, em poços naturais. Temos a mente de Cristo. Temos uma inteligência
espiritual.” (CAMPOS 2018,
p. 63)
O máximo que o Pentecostal John R. Higgins chegou foi de dizer que há um
sentido contínuo nas promessas de João14-16 a respeito da orientação e ensino a
serem ministrados pelo Espírito Santo, mas não trazendo uma nova revelação, mas
trazendo novo entendimento, nova compreensão, nova iluminação. (HORTON 2005, p. 118)
Campos
prossegue com sua abordagem dizendo que toda “hermenêutica, produto de uma
exegese já assumida, deve contextualizar e fazer-se carne até levar a ações
concretas na vida cotidiana.” (CAMPOS 2018, p. 63) Eu concordo com ele,
principalmente quando diz que “vários acontecimentos e experiências espirituais
em nossos dias requerem uma interpretação no Espírito ou uma HDE.” (CAMPOS 2018, p. 64)
V-
O INTÉRPRETE E O LEGADO DO PENTECOSTES
Para
Bernardo, somos continuadores do Pentecostes. Nas suas palavras: “Desde esta
óptica, a experiência pentecostal tanto antiga como atual, é uma experiência
genuína do Espírito Santo em uma comunidade de crentes que se auto definem como
‘pentecostais’, isto é, continuadores da experiência de Pentecostes. (...) essa
experiência de Pedro, repetida pelos cristãos ao longo dos séculos, tem dado
lugar ao que chamado de Pentecostalidade. Uma construção teológica que opera
como um critério epistemológico para falar da vocação de universalidade da
igreja, e que, como categoria, permite superar a aporia da nova, mas precária
historização e institucionalização dos Pentecostalismos. É, ao mesmo tempo, uma
notae [marca] da igreja.” (CAMPOS 2018, p. 69) É difícil negar que isso seja verdade e
simplesmente continuar crendo que todo o evento do Pentecostes é programático,
menos a hermenêutica usada por Pedro para validar a experiência ali concedida. Mais
difícil ainda é acreditar que seja verdade e lidar com as tensões de um
intérprete que pode, pelo Espírito Santo, atualizar passagens das Escrituras.
Por outro lado, vejo um aspecto válido disso tudo que é a questão da
contextualização que certamente é algo que acontece.
Campos
ainda ensina que a pentecostalidade é “assim uma experiência universal que
expressa o acontecimento de Pentecostes em sua qualidade de princípio ordenador
da vida daqueles que se identificam com o avivamento pentecostal e, por ele,
mesmo, constroem desde ali uma identidade pentecostal” (CAMPOS 2018,
p. 70)
e que o “movimento pentecostal é o produto de avivamentos, ou melhor, a
continuidade de vários outros avivamentos antecedentes. Nenhum avivamento é
estático ou parecido a outro. Cada avivamento é único. Em geral um avivamento é
gerador de experiências novas e até provoca uma revolução nas pessoas e no
entorno. (...) Uns se adaptam, outros resistem. O dilema é adaptar-se ou
morrer. (...) Quando um avivamento é genuíno, elimina resistências e envolve os
que se dispõem (os que se abrem ao Espírito) em um manto de paz e tranquilidade
de espírito. Produz-se arrependimento, convicção de pecado, zelo santificador,
retorno à Palavra de Deus, assim como uma sede de Deus e de sua presença,
aparte do gozo e alegria que correm como rios, e um sem fim de manifestações
extraordinárias.” (CAMPOS 2018, p. 71)
Sendo
assim, somos convocados a continuar o legado do Pentecostes, na convicção de
que o taumaturgo celestial irá operar hic et nunc (aqui e agora) através
de nós.
VI-
A RELAÇÃO ENTRE O INTÉRPRETE E O SEU MUNDO
ESPIRITUAL
Os
últimos dois capítulos da obra do Campos são uma tentativa de aplicar ou
elucidar na prática como a hermenêutica do Espírito pode ser útil e atuar, em
especial em duas áreas: batalha espiritual e sonhos. Por exemplo, ele acredita
que se requer “uma hermenêutica do Espírito sustentada sobre uma feliz
combinação entre princípios de exegese bíblica e experiência. Unicamente assim
poderíamos fazer aproximações ao ‘mundo’ espiritual, já que só mediante uma
metodologia teológica, crítica e racional, não poderíamos aceder. Requer uma
Hermenêutica do Espírito e algumas categorias novas de análise.” (CAMPOS 2018, p. 76)
É uma
combinação de conhecimento da Bíblia (como critério último e necessário),
aliado com o discernimento espiritual aberto inclusive ao reconhecimento do mal
pelo ouvir a voz de Deus interna e audivelmente, visões ou conhecimento de
manifestações extraordinárias. Claro, tudo isso submetido ao juízo das Sagradas
Escrituras. Ele também reitera que Deus fala de muitas maneiras e todas elas,
para verificar sua autenticidade- têm que ter seu correlato nas Escrituras ao
menos um sentido global. (CAMPOS 2018, p. 78)
Bernardo
também fala dos sonhos. Deus fala através de sonhos hoje em dia? Sim,
definitivamente! Se soubermos interpretar os sonhos numa perspectiva cristã,
poderemos ver mensagens espirituais em nossos sonhos. (CAMPOS 2018, p. 79) Esse aspecto se
perdeu dentro da hermenêutica evangélica, mas dentro da hermenêutica
pentecostal penso que precisaria ser trabalha de forma mais ampla. Antes mesmo
de estudar teologia, pela simples leitura bíblica, eu lembro de antes de dormir,
pedir para Deus abençoar meus sonhos, inclusive, me revelando, quando
necessário, coisas pertinentes ao meu universo pessoal. E assim aconteceu,
várias vezes! Sonhos proféticos existem, porém, nem todo sonho é profético,
portanto, tenhamos cuidado! Campos alerta: “Considere que nem todo sonho é uma
mensagem profética ou uma advertência. Ore por seus sonhos. Se estiveres
confundido ou confundida acerca de um sonho, peça conselho a Deus.” (CAMPOS 2018, p. 82) Consultar a Deus e às Escrituras sempre
é o melhor caminho!
Mais uma
vez Bernardo centraliza a atenção para as Escrituras quando diz que “dar muita
importância aos sonhos pode conduzir os crentes a deslocar a Bíblia a um
segundo plano ou o que seria pior, querer confirmar sua mensagem mediante
sonhos atuais. Em certa ocasião, um dos meus alunos do Seminário me disse.
‘Agora sei que o relato da mulher e o dragão, de Apocalipse 12 é verdadeiro.’
‘Por quê crês isso agora?’, lhe perguntei. ‘Porque à noite tive um sonho que me
confirmou esse relato’, respondeu. ‘É ao contrário’, repliquei: ‘A Bíblia
confirma que teu sonho é verdadeiro, e não ao contrário.’ Nossos sonhos, por
mais revelados que sejam, ocupam um lugar secundário na interpretação da
Bíblia. Sua interpretação depende dos conteúdos e mensagens da Bíblia.” (CAMPOS 2018, p. 80)
E
reafirma seu compromisso com a proeminência das Sagradas Escrituras:
“Uma coisa que devemos ter em mente é
que a Bíblia está completa, havendo coberto tudo o que necessitamos saber para
nossa salvação. Isto não quer dizer que Deus já não faça milagres ou que não
fale através de sonhos e visões hoje em dia. A diferença é que Deus já tem
revelado o caminho que Ele elegeu para tratar com o ser humano desde agora até
a eternidade, e esse caminho é Cristo e o sabemos pela Bíblia. Qualquer coisa
que Deus disse, já seja em sonhos, visões, ou mediante uma voz interna ou
externa (audível), terá que estar em completo acordo com o que Deus já tem
revelado em Sua Palavra. Os sonhos não podem relegar a um segundo lugar a
autoridade das Escrituras. Novamente, se Deus for falar a uma pessoa em sonho,
Sua mensagem estaria em perfeito acordo com Sua Palavra. Nossa crença na
inspiração, autoridade e suficiência da Escritura, não tira o fato de que Deus
fala excepcionalmente através dos sonhos na atualidade. Se você tem um sonho e
sente que Deus te deu, examine com muito cuidado a Palavra de Deus e
assegure-se que seu sonho está em total acordo com a Escritura, ou pelo menos
que não se opõe a ela.” (CAMPOS 2018,
pp. 81,82)
Logo, Campos
propõe uma hermenêutica do Espírito que leve em conta as experiências
espirituais. No caso dos sonhos, a interpretação deve buscar respaldo
primariamente nas Escrituras e com apoio secundário de experiências cristãs
similares. No geral, temos que buscar analogias com os símbolos da fé cristã e
seu sentido na Bíblia. (CAMPOS 2018, pp. 82,83)
Conclusão:
A
Hermenêutica do Espírito do Bernardo Campos é uma proposta para muitos,
estranha à Hermenêutica Pentecostal, mas como vimos neste pequeno artigo, há
conceitos interessantes que podemos extrair e se apropriar para aperfeiçoar as
ferramentas que já temos. Vimos que o autor também defende que a Hermenêutica
do Espírito passa por uma leitura exegética da Escritura (interpretação
científica), porém, vai além dela pois supõe uma
experiência-atualização-fundante do sentido do texto buscando seu sentido
profundo ou espiritual (CAMPOS 2018, p. 87) e que ela se
apresenta à luz da Palavra (CAMPOS 2018, p. 88) e no fim, Campos
fala que em outra oportunidade poderíamos discutir a cientificidade de uma HDE
e sua validação para às Ciências Bíblicas. Sua fundação como método, contudo,
deverá sustentar-se em uma consulta à tradição mais ampla da igreja, à história
da teologia e à moderna ciência bíblica, em correlação com a discussão
hermenêutica contemporânea. (CAMPOS 2018,
p. 88)
De qualquer forma, as observações do Bernardo podem ser úteis e agregadores à hermenêutica
pentecostal que a cada dia se aperfeiçoa. Que o Espírito continue nos ajudando
em tudo! Amém!
Bibliografia
CAMPOS,
Bernardo. Hermenêutica do Espírito- Uma proposta para a hermenêutica
pentecostal . São Paulo: Recriar, 2018.
HORTON, Stanley M. (Editor). Teologia
Sistemática- Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
SILVA, Esequias Soares (Org.). Declaração de Fé
das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.
STARLING, David I. Hermenêutica- A Arte de
Interpretação ensinada pelos próprios autores bíblicos. Rio de Janeiro :
CPAD, 2019.
[1]
No nosso caso, o que propus no artigo é algo novo ainda para muitos
pentecostais brasileiros, mas bem articulado/estruturado há pelo menos 40 anos
pelos pentecostais norte-americanos.
[2]
A impressão que Bernardo passa por toda a obra sobre a relação entre os
escritores bíblicos e os cristãos posteriores é que os primeiros estão debaixo
da inspiração divina, enquanto que o segundo grupo, da iluminação. Se isto é o
que Bernardo quis passar, não ficou claro, mas creio que há espaço para
afunilamentos da ideia.
[3]
Método Histórico Gramatical e Histórico Crítico.
[4]
O Quadrilátero Wesleyano diz respeito prática interpretativa metodista de usar
quatro fontes diferentes para chegar a conclusões teológicas. São elas:
Escritura, Tradição, Razão e Experiência. Saiba mais em https://www.theopedia.com/wesleyan-quadrilateral.
Acesso: 02/04/2020 às 22:25.
A hermenêutica do Espírito, nada mais é,do que a própria mediação do Espírito ao espírito humano, para obtermos acesso a conhecimento que não estão explícitos nas Escrituras. Aí entra os sonhos,o discernimento de espíritos, etc. Tudo debaixo das Escrituras,sendo ela o aferidor de tudo. Muito bom o artigo!
ResponderExcluirÉ isso aí!
ResponderExcluirMuitos não compreende tanto a continuidade de "Lucas-Atos", quanto a diferença da teologia Lucana com a teologia paulina.
Um da ênfase, ao desenvolvimento das obras do Espírito na igreja por efusão. E o outro, pela santificação e o progresso espiritual dos membros do corpo.