Por Everton Edvaldo
Introdução:
Vamos começar nossa série de estudos sobre Criacionismo X Evolucionismo? Este é
um assunto vasto, muitas vezes mal compreendido, porém de suma importância.
Nesse estudo, vamos falar acerca de importância desse assunto, desmitificar
alguns entendimentos, revelar as ameaças à fé cristã e por último, como a
Bíblia se posiciona mediante a isso. Você está preparado? Então vamos lá!
A
IMPORTÂNCIA DESSE ASSUNTO. PORQUE PRECISAMOS FALAR SOBRE ISSO?
Essa é uma pergunta interessante,
contudo cheia de respostas.
Em primeiro lugar, eu diria
que precisamos estudar esse assunto porquê somos cristãos. É de se esperar que
os filhos que Deus (que também são criaturas das Suas mãos), conheçam a Bíblia
(domine, manuseie), o mínimo de Ciência e como ambas se relacionam.
Em segundo lugar, porque
graças à ignorância[1]
dessas coisas, muitos cientistas de má fé, ateus e opositores da fé cristã têm
se aproveitado para desacreditar da Bíblia e vê-la como um livro que conta boas
estórias, porém que não pode ser levada a sério.
Em terceiro lugar, porque este
universo, bem como tudo que nele há, aponta e atesta para um criador
inteligente, atemporal, não espacial e eterno (Salmos 19 e Romanos 1).
Em quarto lugar, porque
conhecendo esses assuntos, podemos preparar e educar nossa posteridade no
verdadeiro conhecimento do Senhor e já no presente tempo, podemos nos apropriar
desse conhecimento para propagar a mensagem da salvação com mais autoridade,
atraindo dessa forma pessoas para Cristo e aprofundando nosso relacionamento
com Deus. Dito isto, vamos aos outros pontos!
A
BÍBLIA E A CIÊNCIA PODEM ANDAR JUNTAS?
Há anos circula entre muitos
cristãos e não cristãos a ideia que a Ciência é contrária à Bíblia ou que a fé
e a razão não podem andar juntas, pois são inimigas. Será que isso é verdade?
Bem, ao longo dos séculos
ficou mais que provado que a ciência sempre foi amiga da religião cristã.
Acontece que o que muitas vezes é vendido como ciência, na verdade, não o é. A
verdadeira ciência auxilia, ilumina, e até esclarece muitos pontos sobre a
criação de Deus. Enquanto que a Bíblia estabelece os princípios morais de
conduta, revela o Criador, o Remidor e o Consolador. Mostra o caminho da morte
e da vida e muitas outras coisas que a Ciência não pode explicar. Graças à
Ciência, muitas curas têm sido descobertas para doenças terríveis. De modo que
não apenas essa, mas muitas outras contribuições devem ser analisadas e aceitas
pelos cristãos. Enquanto que o papel da religião cristã deve ir onde a Ciência
para, ou não alcança. A Bíblia lida
também com o sobrenatural, o metafísico, o misterioso, o mítico e o paradoxo.
Coisas que não se aceitam senão pela fé.
Por outro lado, precisamos
pontuar que a Ciência e a Religião cristã desempenham papéis distintos neste
mundo. O papel da Ciência é descobrir as leis e os processos naturais que regem
o universo e a vida, enquanto que o do Cristianismo é levar o homem ao
conhecimento do Deus verdadeiro e Salvador. Perceba que são papéis distintos,
não contraditórios, mas complementares. Durante o percurso aqui na terra, ambas
vão se encontrar e desencontrar, no entanto, nunca vão esbarrar uma na outra,
muito menos caminhar por caminhos opostos.
Acontece que na maioria dos
círculos universitários, o que é apresentado como Ciência, se aproxima mais de
uma religião do que qualquer coisa de natureza científica. Isto é, tem muita
coisa sendo vendida como ciência, sem ser.
Esta é a falsa ciência, pois a verdadeira ciência é amiga da religião
cristã. A falsa ciência é ideológica, religiosa, ateísta, racionalista e
cética. No entanto, o falso não tira o valor do verdadeiro. Não podemos jogar a
água suja com o bebê dentro.
Por último, a história é prova
viva de que é possível um cristão ser um apaixonado por Ciência. Não há nada de
errado nisso! No passado, os grandes nomes da Ciência foram cristãos ou mesmo
não negaram a existência de Deus. Entre eles, destacamos:
Isaac Newton (1642-1727), fundador da física
clássica e descobridor da lei da gravidade:
“A maravilhosa disposição
e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que
tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada
descoberta.”
Alessandro Volta (1745-1827), físico italiano,
descobridor da pilha elétrica e inventor, cujo nome deu origem ao termo
voltagem:
“Submeti a um estudo
profundo as verdades fundamentais da fé, e […] deste modo encontrei eloquentes
testemunhos que tornam a religião acreditável a quem use apenas a sua razão.”
André Marie Ampère (1755-1836), físico e
matemático francês, descobridor da lei fundamental da eletrodinâmica, cujo nome
deu origem ao termo amperagem:
“A mais persuasiva
demonstração da existência de Deus depreende-se da evidente harmonia daqueles
meios que asseguram a ordem do universo e pelos quais os seres vivos encontram
no seu organismo tudo aquilo de que precisam para a sua subsistência, a sua
reprodução e o desenvolvimento das suas virtualidades físicas e espirituais.”
C. Oersted (1777-1851), físico dinamarquês,
descobridor de uma das leis do Electromagnetismo:
“Cada análise profunda da
Natureza conduz ao conhecimento de Deus.”
Friedrich Gauss (1777-1855), alemão,
considerado por muitos como o maior matemático de todos os tempos, também
astrônomo e físico:
“Quando tocar a nossa
última hora, teremos a indizível alegria de ver Aquele que em nosso trabalho
apenas pudemos pressentir.”
Agustín-Louis Cauchy (1789-1857), matemático
francês, que desenvolveu o cálculo infinitesimal:
“Sou um cristão, isto é na
creio na divindade de Cristo como Tycho Brahe, Copérnico, Descartes, Newton,
Leibniz, Pascal […], como todos os grandes astrônomos e matemáticos da
Antiguidade.”
Madler (1794-1874), astrônomo alemão, autor do
primeiro mapa selenográfico:
“Um cientista sério não
pode negar a existência de Deus, pois quem, como ele, pode penetrar tão
profundamente a Sua oficina e admirar a Sua Sabedoria, só pode ajoelhar-se
perante a grandeza do Espírito Divino”.
James Prescott Joule (1818-1889), físico
britânico, estudioso do calor, do electromagnetismo e descobridor da lei que
leva o seu nome:
“Nós topamos com uma
grande variedade de fenômenos que em linguagem inequívoca falam da sabedoria e
da bendita mão do Grande Mestre das obras.”
William Thompson Kelvin (1824-1907), físico
britânico, pai da termodinâmica e descobridor de muitas outras leis da
natureza:
“Estamos cercados de
assombrosos testemunhos de inteligência e benévolo planejamento; eles nos
mostram através de toda a natureza a obra de uma vontade livre e ensinam-nos
que todos os seres vivos são dependentes de um eterno Criador soberano.”
Gustav Jung (1875-1961), suíço, um dos
fundadores da psicanálise:
“Entre todos os meus
pacientes na segunda metade da vida, isto é, tendo mais de 35 anos, não houve
um só cujo problema mais profundo não fosse constituído pela questão da sua
atitude religiosa. Todos, em última instância, estavam doentes por terem
perdido aquilo que uma religião viva sempre deu aos seus adeptos, e nenhum se
curou realmente sem recobrar a atitude religiosa que lhe fosse própria.”
V. Liebib (1803-1873), químico alemão fundador
da química agrícola:
“A grandeza e a sabedoria
infinita do Criador só são acessíveis àquele que se esforça para ler os seus
pensamentos nas entrelinhas do grande livro a que chamamos Natureza”.
Albert Eintein (1879-1955), físico judeu
alemão, criador da teoria da relatividade, Prêmio Nobel 1921:
“Todo profundo pesquisador
da natureza deve conceber uma espécie de sentimento religioso, pois ele não
pode admitir que ele seja o primeiro a perceber os extraordinariamente belos
conjuntos de seres que ele contempla. No universo, incompreensível como é,
manifeste-se uma inteligência superior e ilimitada. A opinião corrente de que
eu sou ateu, baseia-se sobre grande equívoco. Quem a quisesse depreender de
minhas teorias científicas, não teria compreendido o meu pensamento”.
Guglielmo Marconi (1874-1937), físico
italiano, inventor da telegrafia sem fio, Prêmio Nobel 1909:
Thomas Alva Edison (1847-1931), inventor no
campo da Física, com mais de 2.000 patentes:
“Tenho… enorme respeito e
a mais elevada admiração por todos os engenheiros, especialmente pelo maior
deles: Deus”.
Charles Darwin (1809-1882), famoso autor da
teoria da evolução:
“Nunca neguei a existência
de Deus. Creio que a teoria da evolução é plenamente conciliável com a fé em
Deus. A impossibilidade de provar e compreender que o grandioso e imenso
universo, assim como o homem, tiveram origem por acaso parece-me ser o argumento
principal para a existência de Deus”.
Edward Mitchell, astronauta da Apolo 14, um
dos primeiros homens a pisar na Lua, afirmou:
“O Universo é a verdadeira revelação da divindade, uma prova da
ordem universal da existência de uma inteligência acima de tudo o que podemos
compreender”.[2]
Ou seja, não nada que impeça um cristão de estudar a Ciência ou
até mesmo de ser um cientista.
A BÍBLIA COMO UM LIVRO QUE
CONTÉM CIÊNCIA:[3]
Um erro frequente de alguns cientistas é exigir que ela seja um
livro científico. Todos sabemos ela não é um livro de Ciência, onde encontramos
todas as respostas sobre como as coisas que existem funcionam meticulosamente.
Contudo, é preciso dizer que isso não nos dá fundamento para desprezá-la, pois,
apesar de não ser um livro de Ciência, ela contém Ciência e tem se mostrador
precisa e à frente de muitas descobertas. Para entendermos isso melhor, vamos
definir o que é Ciência e o que é a Bíblia:
O que é Ciência? Segundo o Doutor Roger Liebi:
“Ciência é o esforço humano de maneira sistemática, em observar,
pesquisar e descrever a natureza. As conclusões são ainda provisórias e
limitadas. ‘’Errar é humano’’ também vale neste caso. No entanto, de um modo
geral na Ciência consegue-se alcançar avanços progressivamente na área do conhecimento.” (LIEBI, p. 05) .
O que é Bíblia? Segundo este mesmo autor:
“... é a Palavra de Deus. Ela é inspirada por Deus e aplicada
por Deus. A Bíblia é a fala de Deus registrada de forma escrita. Ela é perfeita
e inerrante, não apenas quando fala sobre Deus e Sua graça, mas também quando
fala sobre sua natureza e a história.” (LIEBI, p. 05) .
Dito isso, quais são as
passagens bíblicas que contém informações que foram mais tarde comprovadas pela
Ciência? Elas são precisas? O Doutor
Liebi trata desses detalhes com muita propriedade em seu livro “A Bíblia e a
Ciência’’, de modo que você pode adquiri-lo se quiser saber mais sobre o
assunto. Colocarei aqui as que mais me chamaram atenção:
Astronomia: É impossível
contar as estrelas!
“Como não se pode contar o
exército [de estrelas] dos céus...” Jeremias 33.22 (600 a. C).
“Olha para os céus e conta as
estrelas, se é que podes!” Gênesis 15.5b (21 séculos a. C)
“A
partir do Hemisfério Norte consegue-se enxergar em torno de 3.000 estrelas a
olho nú. O mesmo ocorre a partir do Hemisfério Sul. Assim, é possível
visualizar em torno de 6.000 estrelas como pontos luminosos individuais no
firmamento sem auxílio de instrumentos. A Bíblia, no entanto, afirma
expressamente que é absolutamente impossível para um ser humano descobrir a
real quantidade de estrelas existentes. Desse modo, nos anos passados, essas
afirmações bíblicas estavam em contraste com a Ciência. Galileu Galilei, em
1610, foi o primeiro homem a direcionar um telescópio para o céu. Ele chegou à
conclusão de que poderia haver em torno de 30.000 estrelas. No decorrer dos
anos, no entanto, os telescópios foram aprimorados. Hoje o número de estrelas
no espaço sideral pesquisado gira em torno de 1022 (algarismo 1,
seguido de 22 zeros). É impossível conta-las! Pode-se apenas fazer modestas
estimativas.” (LIEBI, pp. 6,7).
Física: Luz- Movimento ou Estado
“Onde está o caminho para onde
se difunde a luz...?” Jó 38.24 (3° Milênio a.C)
“Até o
Século 17 havia a convicção, na Ciência, de que a luz era um estado, a exemplo
do que ocorre com a escuridão. Quando se observa a luz, no dia a dia, não se
consegue detectar que a luz pudesse estar se movimentando. Ao acendermos um
facho ou uma lamparina em uma sala escura, a luz imediatamente se espalha por
todo o ambiente- parece ser um ato instantâneo. Nesse caso não é possível
perceber alguma movimentação da luz. Isaac Newton (1643-1727), um dos maiores
físicos da história, conseguiu comprovar o movimento da luz. Através da sua
teoria de partículas esse estudioso descreveu a movimentação da luz no ambiente
como sendo uma sequência extremamente rápida de partículas luminosas em
movimento. (...) Hoje sabemos que a luz se propaga no espaço com uma velocidade
incrível de aproximadamente 300.000 km por segundo. No livro de Jó, onde está
relatada uma história de alguém que viveu no 3° Milênio a.C, o fato da
movimentação da luz já era conhecido há muito tempo, pois nele se fala sobre o “caminho
da luz.” (LIEBI, pp. 16,17).
Geociência: O Globo Terrestre.
“Ele [Deus] se assenta no seu
trono acima da cúpula da terra...” Isaías 40.22- NVI (700 a.C).
“Os
chineses imaginavam que a terra fosse quadrangular. Os egípcios falavam que a
terra era um retângulo. Os babilônios supunham que fosse um barco flutuante. Os
antigos hindus a descreviam como um disco sustentado por elefantes. Em 1492,
Cristóvão Colombo desejava provar a forma esférica da Terra navegando ao redor
dela. O primeiro a realmente conseguir fazê-lo com sua frota, porém foi Fernão
de Magalhães (1480-1521). Assim, foi estabelecida a prova científica clara e
direta para a forma esférica de nosso planeta. No entanto, já nos tempos
remotos da Grécia Antiga havia a concepção de que a Terra era redonda. Contudo,
na Bíblia a forma esférica da Terra foi confirmada ainda antes dos antigos dos
antigos gregos. Foi o profeta Isaías quem falou na Terra como sendo um globo,
já no ano 700 a. C (Isaías 40.22). Na Bíblia, Isaías utilizou a palavra chug do
hebraico antigo, que representa um círculo tridimensional. Em Jó 22.14 ela é
empregada para descrever a “abóbada do céu.” No Analytical Hebrew and Chaldee Lexicon, o dicionário de Benjamin Davidson, p. 249,
a palavra chug é traduzida por sprere (esfera). Diversas
versões bíblicas espanholas, por exemplo, transcrevem corretamente a expressão chug há’aretz,
de Isaías 40.22, como el globo de la
tierra (i.e.: o globo da terra). “ (LIEBI, p. 21).
Biologia: A
Formiga se Previne com Mantimentos para o Inverno
“Observe a formiga,
preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio! Ela não tem nem chefe, nem
supervisor, nem governante, e ainda assim armazena as suas provisões no verão e
na época da colheita ajunta o seu alimento. Até quando você vai ficar deitado,
preguiçoso? Quando se levantará de seu trono? Provérbios 6.6-9-NVI (Salomão;
Séc. 10 a. C).
“... as formigas, povo sem
força; todavia, no verão preparam a sua comida...” (Provérbios 30.25 (Agur Ben
Jaqeh; 1° metade do 1° Milênio).
“A
formiga mencionada na Bíblia refere-se à ‘formiga cortadeira’, com o nome
científico de Messor. Entre as numerosas espécies de formigas existentes em
Israel, a Messor é
a mais encontrada. A Bíblia relata que elas armazenam provisões para o inverno
e, assim, dão um bom exemplo de prevenção diante de tempos difíceis. Até o
Século 19 houve constantes afirmações por parte da Ciência de que a Bíblia
estava errada nesse aspecto. Os cientistas J.T. Moggridge e H. McCook, no
entanto, por volta de 1880, descobriram que a Ciência estava errada e não a
Bíblia. Essas formigas realmente armazenam provisões para o inverso e, para
tanto, possuem câmaras secas especialmente preparadas no solo.” (LIEBI, p. 33).
Ecologia: O Ano Sabático
“Seis anos semearás a tua
terra e recolherás os seus frutos; porém no sétimo ano, a deixarás descansar e
não a cultivarás, para que os pobres do teu povo achem o que comer, e do sobejo comam os animais do campo. Assim
farás coma tua vinha e com o teu olival.” Êxodo 23.10,11 ( Séc. 15 a.C).
“A
Bíblia organizou o sistema agrícola de Israel em ciclo de sete anos. As terras
poderiam ser cultivadas durante seis anos. No sétimo ano- que era o ano
sabático- as lavouras deveriam ficar sem cultivo algum. Após cada sete ciclos
que sete anos (a cada 49 anos), o ano sabático era seguido ainda pelo chamado
“ano do jubileu”, no qual as lavouras deveriam permanecer descansando por mais
um ano, sem cultivo. Para o cumprimento desses mandamentos era requerida muita
fé. À luz da Ecologia moderna, no entanto, isso faz sentido: Esses anos de
descanso permitiam a regeneração, a recuperação do solo. Isso permitia a
“recarga” da camada de húmos do solo. Assim, era possível obter maiores
colheitas nos anos seguintes.” (LIEBI, p. 43).
Higiene e
Microbiologia: Bactérias e Higiene em Geral
“Também todo
aquele em quem tocar o que tiver o fluxo, sem haver lavado as suas mãos com
água, lavará as suas vestes, banhar-se-á em água e sera imundo até à tarde.” Levítico 15.11 (Séc. 15 a.C).
“Em Levítico
15 e 17, o povo de Israel foi instruído a se lavar regularmente em banhos
ritualísticos para a purificação dessas impurezas. Nisso também estavam
incluídos os utensílios e as vestimentas. Tais medidas higiênicas não eram de
prática comum na Europa até à era moderna, o que causou muitas enfermidades, desnecessariamente.
Quando, por exemplo, a Europa foi varrida pela pela “morte negra” (a peste)
entre 1347 e 1353, morrerm em torno de 25 milhões de pessoas. No entanto, entre
os judeus houve o menor número de vítimas da epidemia porque ninguém dos outros
países observava a higiene corporal como eles. Quando verificaram que os judeus
foram menos atingidos, eles foram acusados de ser os causadores da peste, pois
teriam envenenado os poços. Em consequência disso foram assassinados em torno
de 1 milhão de judeus na Europa.” (LIEBI, p. 63).
A BÍBLIA COMO UM LIVRO
QUE NOS INCENTIVA A ESTUDAR
A
Bíblia é um livro fascinante! Ela nos convoca e nos incentiva a estudar as
Escrituras. Por outro lado, não despreza o ensino e o conhecimento científico.
No passado, a educação estava estritamente ligada com a religião. Por exemplo,
os babilônios conseguiram aprimorar a escrita colocando em tabloides
informações sobre os deuses, rituais, sacrifícios e encantamentos. Antes da
escrita, todo conhecimento popular e religioso era transmitido oralmente entre
as famílias que as tornavam conhecidas ao clã ou tribo. Em Israel, a educação
se desenvolveu a princípio por meio da lei moral, civil e cerimonial que devia
estar no coração deles, nos umbrais das casas e nas portas (veja Dt 6.1-9;
11.20). Ou seja, era papel da família educar os filhos na lei de Deus. Contudo,
passados os anos, os pais se corromperam e logo deixaram de ensinar os filhos
na lei do SENHOR. Resultado: os israelitas passaram a absorver a cultura de
outros povos.
Ao
longo da história de Israel, vários personagens desempenhavam o papel de
educadores do povo. Além da família, a literatura (ainda que de forma bem
embrionária) já era usada para educar o povo. Isto é, não só a lei, mas também
os livros poéticos com provérbios, salmos e lições de vida. Nesta época, reis,
sacerdotes e profetas também estavam envolvidos nesse processo.
Por
exemplo, no livro de Eclesiastes, o rei Salomão reúne (congrega) o povo para
ensinar-lhes o caminho da vida e da sabedoria. Em Provérbios, nós temos a
compilação de vários conselhos e ensinos que já circulava entre o povo
israelita. No período dos profetas, havia Elizeu e a escola dos profetas, ao
que tudo indica o primeiro seminário de teologia do mundo (II Reis 6.1-).
Com o
cativeiro babilônico e sem o templo de Salomão, os judeus viram e necessidade
de construir sinagogas que dentre algumas funções, tinha a de educar o povo na
lei do SENHOR.
No
período do Novo Testamente, existiam vários grupos e escolas de interpretação
da Bíblia. De modo que, todo o pano de fundo bíblico, histórico e social não
teriam sobrevivido se não fosse pela educação.
Além
disso, nós temos vários exemplos bíblicos de homens que eram sábios e bem
educados em várias áreas. Por exemplo, Moisés que foi instruído em toda a
sabedoria dos egípcios (Atos 7.22). Moisés estudou nas melhores escolas e
universidades do Egito. E sua formação sem dúvida, serviu como plataforma para
lá na frente escrever vários livros da Bíblia e educar o povo naquilo que de
melhor, ele absorveu. Êxodo, por exemplo, é uma obra singular escrita por
Moisés, que conta como o povo de Israel foi liberto por Deus do Egito, pelas
mãos de Moisés. Esse livro está recheado de elementos, símbolos, termos e
cargas culturais egípcias. Digamos que foi escrito em hebraico com “sotaque
egípcio.”[4]
Porém
não para por ai. Nós temos dezenas de exemplos na Bíblia de homens e mulheres
que se dedicaram ao ensino de coisas relacionadas à Deus, à vida e à natureza.
Por exemplo, seus ensinamentos sobre a natureza derivam (sua maioria) de
observações (o mesmo método que era usado pelos primeiros cientistas e
pensadores da humanidade) dos astros, das estrelas, ciclo da água, etc.
Gostaria
de falar sobre outro personagem: apóstolo Paulo. Esse homem que aprendeu aos
pés (sob os cuidados) do mestre Gamaliel, falava vários idiomas, conhecia as
Escrituras profundamente, literatura judaica (ex: talmude), poemas e poetas
(greco-romanos), filosofia, gramática, retórica e oratória. Era um verdadeiro
gênio. Quando escreveu a Timóteo, ele o aconselhou que tomasse também um pouco
de vinho por causa das suas enfermidades no estômago (1 Tm 5.23).
Depois
do I século d. C tivemos grande pensadores que foram cristãos! Agostinho de
Hipona, Anselmo de Cantuária, Tomás de Aquino e Jonatha Edwards, figuram entre
os grandes filósofos da humanidade. Hoje, nós temos o Filósofo e Apologeta
cristão: William Lane Craig. Mas o cristianismo não é rico somente em
filósofos. Com o advento da Reforma Protestante, várias universidades famosas
da Europa foram construídas por cristãos.
Se por
um lado, a Bíblia não discrimina, nem milita contra o estudo secular, e se
apropria de muitos desses elementos para trazer ao mundo a revelação de Deus,
por outro, ela nos instiga a estudar as Escrituras Sagradas (cf. Dt 6.5-9; Js
1.8; Sl 119.9-16; Pv 3.1,2; 4.13; Os 4.6; At 17.11; Rm 15.4; 1 Tm 4.13; 2 Tm
2.15; 3.15-17; 2 Pe 3.18).
Então
se a própria Bíblia não é um livro anticientífico e anti-intelectual, porque
nós cristãos deveríamos ser? Nela, aprendemos que de uma forma direta ou
indireta, não há nada de errado em se dedicar aos estudos!
Conclusão: Que
através desse estudo nós possamos despertar para as demandas de nosso tempo.
Deus quer levantar uma geração de cristãos que conhecem profundamente a Bíblia
e a Ciência. Que sabem defender sua fé. Que não sucumbem mediante as oposições
ideológicas dos ateus e quaisquer que tentam ridicularizar a Bíblia. Sem
dúvida, Deus tem entre Seu povo pessoas que através das Ciências sejam elas
humanas, biológicas, exatas ou sociais, deem o seu melhor, são qualificados,
produtivos, amorosos e que aproveitam as oportunidades de influenciar a
sociedade através da sua fé. A hora é agora, e Deus conta com você!
Obras Citadas
ALMEIDA,
Abraão de. Apologia da Fé Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.
LIEBI, Roger. Bíblia e Ciência. A Ciência está
atrasada. Porto Alegre: Chamada, 2016.
VAILATTI, Carlos Augusto. As Dez Pragas e a
Abertura do Mar. São Paulo: Reflexão, 2017.
[2]
Para uma lista mais completa, acesse: https://cleofas.com.br/os-cientistas-e-a-fe/.
Acessado dia: 25/05/2019 às 23:16
[3]
As informações que colocamos aqui foram bem limitadas. Para mais informações,
veja “Apologia da Fé Cristã”, Abraão de Almeida. CPAD, 2012. Em especial, os
capítulos 2 e 3.
[4]
Isso é muito bem explicado pelo livro:
As Dez Pragas e a Abertura do Mar, do Doutor Carlos Augusto Vaillati.
Queira transforma em pdf por gentileza belo estudo 👏👏👏👏👏
ResponderExcluirSó uma correção a bíblia nunca afirmou que a terra era redonda, um trecho da enciclopédia judaica ajuda a ilustrar bem isso "Os hebreus consideravam a terra como uma planície ou uma colina concebida como um hemisfério, mergulhado na água. Sobre ela era arqueada a sólida abóbada do céu. Nesta abóbada estariam presas as luzes, as estrelas. Tão leve era essa elevação que os pássaros podiam subir e voar ao longo de sua extensão.", ou seja quando a bíblia se refere a firmamento, comportas do céu, Deus assentado sobre o "CIRCULO" ou até mesmo os passarinhos voando no firmamento e nas estrelas, ela está falando 100% literalmente, portanto isso só comprova como o relato de genêsis da criação não é literal, o que muitos fundamentalistas não concordam.
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