22 de dezembro de 2017

Jesus, o maior Evangelista de Todos os Tempos.


Por Everton Edvaldo. 

Introdução: Nunca foi tão fácil ser escutado pelas pessoas como na atualidade. Atualmente, ter um público, ser ouvido, notado e ter a oportunidade de compartilhar suas ideias é algo que está bem mais acessível às pessoas simples. Grande parte desta conquista se deve  à internet. A internet deu voz aos pobres e notoriedade a pessoas que não tem uma boa formação acadêmica,  coisa que antes do advento das redes sociais, era bem mais difícil de se obter. Todavia, nem sempre foi assim. Poucos homens do passado, influenciaram tanto o mundo como se tem a oportunidade hoje, mas teve um, que dividiu a história e ainda consegue marcar gerações. Seu nome é Jesus e neste artigo, eu gostaria de falar um pouco sobre o ministério deste homem tão incrível! À princípio, vamos analisar o ministério de Cristo, e o seu contato com o público, de uma perspectiva social. Depois, veremos os principais aparatos que favorecia e dava suporte à trajetória de Cristo, isto é, as pessoas e as estratégias. Faremos isso com pintadas teológicas, práticas e devocionais, sempre que possível, trazendo para nosso contexto moderno e mostrando de que forma isso afeta nossa vida. Porém, antes de começar, permita-me deixar claro que limitaremos a análise da proposta desse estudo apenas ao Evangelho de Lucas. Logo, o artigo que leitor tem em vista, não é exaustivo, mas exclusivo a partir do contexto abordado pelo evangelista Lucas. Isto, porque a ideia de escrever este artigo surgiu durante minha leitura deste evangelho. Esboçado isto, vamos ao nosso texto! Boa leitura!

I- O  EVANGELHO DE LUCAS E O MINISTÉRIO DE JESUS: 

Dos quatro Evangelhos, Lucas é sem dúvida, aquele que se destaca por sua linguística refinada, riqueza de detalhes e ensinos. Há quem diga que é o mais completo, não menosprezando ou diminuindo o trabalho e a importância dos outros, mas reconhecendo suas devidas características, estilos e peculiaridades.

Pois bem, Lucas era gentio. Por sinal, o único gentio que escreveu dois livros do Novo Testamento. Não viu a Cristo, mas falou dele tão bem quanto aqueles que o viram. Lucas era médico, cooperador e porque não dizer, teólogo também! Um homem extremamente preparado tanto intelectual quanto espiritualmente para fazer o que fez. E o resultado está nas nossas Bíblias: o Evangelho que leva seu nome e Atos dos Apóstolos.

Graças à sua obra, podemos contemplar mais de perto, o ministério majestosamente exercido por Cristo. 

Lendo Lucas, conclui que Jesus foi o Maior Evangelista de todos os tempos, talvez nem tanto pela quantidade de pessoas que lhe ouviram enquanto ele andava por esta terra (embora "os números" não sejam insignificantes), mas pela forma como ele impactava quem lhe ouvia. Jesus tirou o sono de muita gente! A outros, ele devolveu o sono e o sossego que há muito tempo precisavam! 

Todas as dificuldades sociais que você puder imaginar, Jesus também esteve sujeito, como por exemplo:

1. Jesus era economicamente pobre. Se tivermos que classificar uma classe econômica para enquadrar Jesus, podemos afirmar com segurança que ele era pobre (Lc 2.24; Lv 12.8).

2. O lugar que ele morava era desprezado pelas pessoas. Sua família era de Nazaré, na Galiléia (Lc 1.26,27) e Jesus foi criado neste lugar (Lc 2.39,40; 3.16). Uma região bastante ignorada e desprezada pelas pessoas (Jo 1.45,46).

3. Jesus foi rejeitado em sua própria terra (Lc 4. 24, 29,30).

Aos olhos humanos, era improvável que Jesus tivesse êxito em sua trajetória de vida, mas o improvável aconteceu! Como isto aconteceu?  O que Ele fez? Porque Ele conseguia atrair tantas multidões? É o que verificaremos a partir de agora!

II- CARACTERÍSTICAS DE JESUS COMO PREGADOR:

Oficialmente, o ministério itinerante de Jesus só começou aos 30 anos (3.23), na Galiléia (Lc 4.14).  Vejamos agora, algumas características do seu ministério.

1. Jesus enfrentava os obstáculos. Foi nesta região que pela primeira vez propagou seus ensinos. Também é na Galiléia que Jesus enfrentou seus primeiros desafios, isto porque ele foi expulso da cidade de Nazaré onde fora criado (Lc 4.29,30). Pois bem, se em Nazaré Jesus não teve êxito, em Cafarnaum, o quadro é outro. É em Cafarnaum que Jesus deu passos importantes e tomou atitudes que mudaram drasticamente o rumo das coisas.

Entretanto, antes do êxito, veio a rejeição. Aliás, a rejeição foi uma característica que percorreu todo o ministério de Jesus (Lc 8.35-37; 9.51-53), porém, Jesus reagiu à rejeição com perseverança. Imagina se Jesus tivesse desistido de pregar o Evangelho ainda em Nazaré quando foi expulso da cidade? 

Pois bem, perseverar é uma atitude crucial para quem deseja crescer em qualquer área da vida. Tanto profissionalmente, quanto espiritualmente. A rejeição veio, mas Jesus não se deixou levar por ela. Alguém pode até fechar uma porta para você aqui, mas ali, haverá outra aberta para você.

Tenha consciência disso: sempre haverá pessoas que te ouvirão, e outras que não querem nem imaginar cruzando com você no caminho. Jesus passou por isso. Não estamos isentos de tal acontecimento.

Em Cafarnaum, a fama de Jesus corria por todos os lugares da circunvizinhança (Lc 4.37), pelo modo como ele transmitia sua mensagem. Lá, a mensagem de Cristo encontrou ampla guarida!

Eu poderia apontar várias conquistas de Jesus em Cafarnaum, mas isso tomaria um bom espaço neste capítulo de modo que ficaria muito longo. Por isso, não farei isto aqui, mas de modo geral, em Cafarnaum é onde Jesus encontra abrigo (Lc 4.38). Lá, também moram Simão (Pedro) (Lc 5.5), Tiago, João (Lc 5.10,11) e Levi (Mateus) (Lc 5.27,28), homens que se tornariam apóstolos de Cristo,  sem falar no público de Jesus que cresceu significativamente (Lc 4.40-42). Jesus esteve várias vezes em Cafarnaum, mas não se restringiu a essa região.

Desde então, o carpinteiro de Nazaré passou a usar algumas estratégias para lidar com o público, de modo que também podemos concluir que Jesus foi o maior comunicador da História. Há dois mil anos, Jesus usava com maestria os conceitos básicos de Marketing e publicidade. O modo como Jesus lidava e se comportava perante as pessoas, era algo que fazia toda a diferença. Jesus era diferente! 

2. Além de não se deixar abater pela rejeição, Jesus não fazia acepção de pessoas. Ele ganhou muitas pessoas com este gesto. Classes sociais criadas pelo homem, não se tornaram uma barreira para o ministério de Cristo. Sua mensagem era útil e sincera para qualquer ser humano que estivesse à sua frente.

Em Lucas, vemos Jesus entrando em contato com várias pessoas. Entre elas, o assistente da sinagoga (4.20), endemoniado (4.33), mulheres (4.38), multidões (4.42), excluídos da sociedade (5.12,13), fariseus e intérpretes da lei (5.17), enfermos (5.17; 6.6), viúvas (7.12), publicanos e pecadores (15.1), sacerdotes (19.47), saduceus (20.27), crianças (18.15-17) e governantes (23.1-3).

Jesus dizia: "Arrependei-vos" tanto para ricos quanto para pobres. Era uma mensagem sem discriminação. 

Muitas pessoas fracassam neste ponto no seu percurso porque não sabem lidar com o público ao qual se dirigem. Jesus sabia! Outras até dizem a verdade, porém fazem isto  de qualquer forma. Geralmente, dizer a verdade de forma errada pode até ganhar os ouvidos, mas jamais o coração. É preciso ser estratégico. 

Além disso, Jesus conhecia seu público. Ele sabia quando estava falando com um sacerdote altamente instruído e quando estava falando com simples galileus de pouca instrução. 

Atualmente, muitas pessoas falham neste ponto. Desconhecem e por desconhecer não sabem lidar com seu público, seja numa congregação, na rede social ou em algum outro ambiente. Precisamos conhecer as pessoas e suas necessidades. O que elas precisam ouvir? E de que forma podemos alcançá-las? Jesus sabia como! 

Jesus entrava na casa de publicanos e de pecadores para comer (Lc 5.29, 15.1,2). Ele sabia que se fizesse isso, seria questionado pelos religiosos hipócritas do seu tempo e  então teria a oportunidade expor sua mensagem naquele lugar (Lc 5.30-32). Jesus criava suas próprias oportunidades!

Lucas 7.36 e 11.37 são claros exemplos de que Jesus também era uma pessoa acessível e que ia às pessoas. Quando chamado para participar de alguma refeição, Jesus não recusava o convite. Aqui aprendemos três coisas:

Primeiro, Jesus nos ensina que um bom líder sempre está acessível a quem precisa.

Segundo,  Jesus nos ensina que não é insignificante ir às pessoas indignas da nossa atenção.

Terceiro, Jesus nos ensina que quando não existirem oportunidades, nós podemos criá-las e usá-las para expor o que temos.

Essas estratégias de Jesus aproximavam as pessoas dele (Lc 15.1). Havia praticidade e eficácia! Duas coisas altamente frequentes na trajetória de Cristo.

3. Jesus não era estático. Altamente ativo e dinâmico, o mestre de Nazaré não ficava apenas num lugar (Lc 4.43,44), mas percorria cidades e aldeias (Lc 9.6; 13.22).

Vejam os lugares que Jesus passou:

Jordão (4.1); Galiléia (4.14), Nazaré (4.16), Cafarnaum (4.31), deserto (4.42), Judéia (4.44), lago de Genesaré (5.1), monte (6.12; 21.37), casa de Levi (5.29-31), casa de Pedro (4.38), casa de Fariseu (7.36; 11.37; 14.1), casa de Zaqueu (19.5), casa de Marta (10.38), Samaria (17.11), Jericó (18.35, 19.1), Betfagé e Betânia (19.29), Jerusalém (19.28,41), Calvário (23.33), Betânia (24.50), Naim (7.11),  aldeia dos samaritanos (9.52), aldeia não identificada (9.56), aldeia de Emaús (24.13), povoado (10.38), cenáculo da páscoa (22.10), cidade não identificada (5.12), Genesaré (8.36), Betsaida (9.10). 

Alguns desses lugares Jesus passou mais de uma vez, sem falar que essa lista que citei nem é exaustiva. Se somarmos os detalhes geográficos de Lucas com os de Mateus, Marcos e João, as informações serão ainda mais extensas.

Isto é, Jesus expandiu sua mensagem, entrando nas sinagogas, casas, ruas, etc. O mestre de Nazaré além de estratégico, também era visionário. 

4. Jesus era um homem de oração. É a característica do ministério de Jesus que Lucas dá mais destaque. É importante ressaltar que desde o começo do seu ministério, Jesus estava envolvido com a oração (Lc 3.21). 

Isto significa que até mesmo Jesus tinha seus momentos de devoção com Deus, de modo que pudesse recompor sua espiritualidade, equilíbrio e direção (Lc 5.16). É o que falta em muitos pregadores da atualidade. Querem ser ouvidos, mas não buscam em Deus, a graça que precisam para suportar os desafios e transmitir aquilo que Deus quer. Muitos pregadores itinerantes pregam mais do que oram, mas Jesus nos deu exemplo de que não basta se dedicar fisicamente, é preciso buscar a Deus (Lc 6.12). É Ele quem dá as estratégias! 

Em Lucas, Jesus nos ensina que: 

Primeiro, é na oração que a mente se revigora para liderar (Lc 9.18). 

Segundo, é na oração que coisas sobrenaturais acontecem (Lc 9.28,29).

Terceiro, a nossa vida de oração influência as pessoas que estão perto de nós (Lc 11.1-4).

Quarto, através da oração recebemos bençãos da parte de Deus (Lc 11.9-13).

Quinto, a oração deve ser uma constante na nossa vida (Lc 18.1).

Sexto, que a casa de Deus é lugar de oração (Lc 19.46).

Sétimo, que através da oração ficamos de pé (firme) na presença de Jesus (Lc 21.36).

Oitavo, a oração nos livra de entrarmos em muitas tentações (Lc 22.40).

Nono, pela oração nos rendemos aos pés de Deus (Lc 22.41) e à sua vontade (Lc 22.42).

Décimo, que a oração intensa é a melhor alternativa para quem está em agonia (Lc 22.44).

Por fim, a oração nos faz ficar de pé e pronto para enfrentarmos qualquer adversidade que vier (Lc 22.45). 

Tal característica certamente é um distintivo no ministério de Jesus, isto porque quem tem uma boa relação com Deus, certamente vai ter sabedoria e discernimento para se relacionar com seu público, seja ele o de casa, faculdade, trabalho ou igreja.

5. Jesus tinha mensagem! Na época de Jesus, os ensinamentos sobre Deus geralmente, estavam confinados aos sacerdotes e ministros das sinagogas daquele tempo. Tais pessoas ora falavam da Palavra de Deus, ora falavam de seus próprios preceitos. Além disso, as pessoas comuns não tinham acesso às Escrituras com tanta facilidade. 

Daí aparece um Mestre que leva a Palavra de Deus até às pessoas e que fala dela com autoridade (Lc 4.36, 37). Este alguém era Jesus. As pessoas estavam famintas e só o bom pasto (que é a Palavra de Deus) podia saciá-las. Cristo falou sobre diversos assuntos, mas entre eles, um dos que mais se destacam no Evangelho de Lucas é a respeito do Reino de Deus (Lc 8.1). São inúmeras passagens que falam dele e que eu recomendo aos leitores deste artigo que leiam todo o Evangelho de Lucas para que possam entender com mais propriedade o que estou dizendo.

O tema da "Salvação pela fé" também é frequente neste Evangelho (cf. 7.50; 8.12; 8.48,50; 17.19; 18.42). Estava constantemente na boca de Jesus e na sua mensagem.

Era uma mensagem inteiramente direcionada ao povo, despertando em algumas curiosidade, comoção e em outras, milagres e conversão. Outro diferencial é que Jesus passava segurança no que dizia. Comunicar a verdade com segurança é algo fundamental!

No nosso século, o que falta em muitos pregadores é mensagem! Mensagem do céu, mensagem de Deus! Outros, tem mensagem, todavia transmitem-na com insegurança! Devemos fazer como Jesus, pregar com autoridade, crendo no que estamos pregando! Se nós não cremos no que está na Bíblia, como queremos que os outros acreditem em Deus, visto que ela é a única que testifica perfeitamente a respeito dele?

III- O RESULTADO DO SEU MINISTÉRIO E ALGUMAS ESTRATÉGIAS USADAS POR ELE: 

Graças ao esforço espiritual e físico de Jesus, multidões se aglomeravam para vê-lo, a ponto de Lucas dizer que elas o apertavam (Lc 8.42) e se atropelavam (Lc 12.1). Numa destas ocasiões, a Bíblia registra que estavam reunidos cerca de 5.000 homens (Lc 9.14) fora mulheres e crianças (Mt 14.21) e noutra, mais 4.000 homens (Mc 8.9). Enquanto lia Lucas, eu contabilizei o contato pessoal e individual de Jesus com cerca de 155 pessoas, fora os 5.000 que já tivemos oportunidade de falar. Os estudiosos afirmam que a quantidade de pessoas que compunham as multidões que seguiam a Jesus, variavam e podiam chegar até 15.000! Eu me arrisco a dizer que desde o início de seu ministério até sua morte (cerca de 3 anos), Jesus foi visto por mais ou menos 20.000 pessoas, um número assustador para a época.

Como Jesus conseguiu atrair multidões em tão pouco tempo?

Basicamente, Jesus atraia multidões de duas formas.

Primeiro, através de sua fama que se espalhava pelos lugares rapidamente (Lc 4.14, 37, 40; 5.15; 7.17; 8.39) por intermédio de algum ato que ele fazia. Geralmente, por causa das curas e milagres que ele efetuava (Lc 11.14).

Por exemplo, quando curava alguém... a pessoa que foi curada ou recebeu algum milagre da parte de Jesus, ficava tão maravilhada que anunciava aos habitantes das regiões próximas o que tinha acontecido (Lc 8.39). As pessoas que ouviam, eram impactadas com os relatos e procuravam ir até Jesus (Lc 8.40).

Isto acontecendo com uma só pessoa já era glorioso, imagina com várias? O Evangelista Lucas relata que Jesus era muito atencioso com cada enfermo que lhe procurava impondo a mãos sobre cada um e curando a todos (cf. 4.40; 6.19). Ele era especialista em marcar as pessoas! 

Desta forma, sua fama se espalhava e as multidões se  reuniam para ir até ele.

Segundo, através dos seus produtores evangelísticos. Como assim produtores evangelísticos? Deixe-me explicar...

Aqui no Brasil, antes de um artista levar seu show ou qualquer outro evento para determinada cidade, algum produtor regional ou uma equipe interessada, entra em contato com os empresários do artista para consolidar o evento. Feito isto, o produtor, por exemplo, se for um show, se encarrega de divulgar a vinda do artista, conseguir patrocínios, etc. 

Há dois mil anos, Jesus já utilizava esse método. Claro que não da mesma maneira,  nem com o mesmo objetivo, mas girando em torno de preparar o povo para sua chegada. 

O primeiro produtor de Jesus foi João Batista (Lc 3.15-18). Ele preparou o caminho para a chegada do Messias. Algum tempo depois,  o próprio Jesus utilizou-se disto para os mesmos fins. 

É preciso enfatizar que Jesus primeiramente montou uma equipe, conhecida teologicamente como "colégio apostólico." São os 12 apóstolos separados e escolhidos pelo próprio Cristo. Serviam como cooperadores e auxiliavam o ministério de Jesus. Cristo os dotou de poder e os enviou para que também pregassem o reino de Deus e curassem os enfermos. A estes, Jesus também deu-lhes estratégias (veja Lc 9.1-5). "Então, saindo, percorriam todas as aldeias, anunciando o evangelho e efetuando curas por toda a parte." (Lc 9.6). 

O resultado era que com o regresso dos apóstolos, muitas pessoas os seguiam de volta e Jesus as acolhia, pregava para elas e curava as que precisavam de cura (Lc 9.10,11).

Isso foi tão eficaz que em outra ocasião Jesus designou 70 discípulos para irem nas cidades e lugares que ele havia de ir. Estrategicamente, Jesus os enviou de dois em dois (Lc 10.1,2). A estes, Jesus também deu autoridade, poder e recomendações (Lc 10.3-12, 16).

No nome de Jesus, eles expulsavam os demônios e desfaziam as obras das trevas (Lc 10.17), de modo que as pessoas passavam a ouvir sobre Jesus e quando ele entrava nesta cidade, sua fama já estava consolidada e muitas pessoas vinham ao seu encontro.

Chamo os discípulos que antecediam a chegada de Cristo de produtores evangelísticos e estes eram responsáveis também por prover pousada para Cristo (Lc 9.52), preparar determinado lugar para uma celebração (Lc 22.8-10), ou ir em busca de qualquer outra coisa que Jesus precisasse (Lc 19.29). 

Interessante que Lucas os chama de "mensageiros" em 9.52. Neste versículo, mensageiros também foram enviados à Samaria, mas os samaritanos não o receberam. Aqui se evidencia o que eu afirmei lá em cima, isto é, que a rejeição continuou sendo um desafio para o ministério de Cristo. Contudo, Jesus não se deixava abater por tais coisas. Ele sabia aproveitar todas as alternativas e acredite, muitas surgiam. Sempre há uma alternativa, sempre há! Existem os que fecham a porta e os que abrem, bata na porta tanto de um como de outro e entre naquela que lhe for aberta.

Bem sabemos que não parou por aí, quando ressuscitou Jesus disse que "em seu nome se pregasse arrependimento para remissão dos pecados a todas as nações, começando de Jerusalém." (Lc 24.47). Estes são chamados por Cristo de "testemunhas" (Lc 24.48). Hoje, os apóstolos não estão mais vivos, mas nós que somos seguidores de Cristo, estamos! Nós somos os produtores de Jesus nesta geração e devemos levar o Evangelho a toda criatura, aprendendo em tudo com o Mestre e honrando o Seu nome. 

Voltando à nossa análise do contexto em que Jesus viveu, o Mestre de Nazaré agora tinha dezenas de trabalhadores, porém ele ainda os considerava como poucos. Jesus disse: "A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos." (Lc 10.2). Ele alguém visionário e nunca se conformava com aquilo que já tinha conquistado. A visão de Jesus era ampla e ele desejava alcançar muito mais pessoas.

Pois bem, com o público perto de si, Jesus agora podia desenvolver ainda mais seu ministério. Ele se relacionava com as multidões de modo muito pessoal, como já tivemos a oportunidade de vermos lá em cima, e anunciava-as a verdade, ora os repreendendo (Lc 11.29), ora os ensinando (Lc 14.25) e em algumas ocasiões até lhes alimentando (Lc 9.11-17). Não só as palavras de Jesus como também seus atos causava-lhes admiração (Lc 11.14).

Embora não fosse muita coisa, o ministério de Jesus também contava com um patrocínio (Lc 8.1-3). Sim, podemos chamar de patrocínio por que havia um investimento no reino Deus. A diferença deste patrocínio, para os da atualidade, é que esse investimento não visava lucro financeiro, mas sim vidas para Deus.

É verdade que o ministério de Jesus tinha um custo, mas ele não  explorava ninguém, nem exigia luxo nos lugares que chegava. Por exemplo, Lucas registra que grande parte do transporte de Jesus era feito à pé, isto é, andando (Lc 8.1) e quando necessário, ele se utilizava dos barcos que estivessem à disposição (cf. Lc 5.3; 8.22, 37). Já para entrar em Jerusalém, ele o fez através de um jumentinho (Lc 19.30). Vejam que Jesus aproveitava os recursos que lhe eram acessíveis. 

Devido ao seu ministério itinerante, Jesus não tinha morada fixa (Lc 9.58), porém, onde chegava, procurava se hospedar em alguma casa, quando lhe era concedido (Lc 4.38; 10.38; 19.5). Isso evitava gastos com hospedaria, etc. Que estratégico não é mesmo?

Por fim, Jesus ganhou muitas vidas sem defraudar ninguém, por meio da verdade e da honestidade, sem muito dinheiro, porém com muito trabalho, dedicação e estratégia. Até mesmo os lugares que geralmente Jesus pregava, eram estratégicos. 

Vou dar aqui dois exemplos:

Primeiro, a sinagoga. Lucas registra que Jesus pregou em várias sinagogas da Galiléia (4.15) e da Judéia (4.44). Ele pregou na sinagoga de Nazaré (4.16), Cafarnaum (4.33) e muitas outras que não são identificadas (6.6; 13.10). Em Jerusalém, ele usava o Templo para ensinar (19.47; 21.37).

Na época de Jesus, as sinagogas tinham um fluxo grande de pessoas. Jesus sabia que no sábado, muita gente estaria presente ali; logo, o que ele fazia? Ia para lá. Vejam que jogada sensacional! 

Segundo, geralmente (não todas as vezes), Jesus pregava em lugares espaçosos, como por exemplo os montes ou regiões planas. Tendo conhecimento do alcance da sua mensagem, Jesus não ficava confinado às ruas das cidades. Por vezes, a Bíblia registra que as multidões iam até ele, e ele estava em algum monte. Se refletirmos bem, montes são lugares mais tranquilos, onde o ar é mais puro e o ambiente é propício até mesmo para lhes transmitir seus ensinamentos. Me responda, é mais desgastante pregar para pessoas dentro dos centros da cidade onde se concentra as agitações ou fora deles? Fora deles não é mesmo? Quando não era no monte, era próximo a eles, num lugar plano (Lc 6.17), apto para caber grande quantidade de pessoas. Mais uma evidência de que Cristo não era irracional em suas atitudes. Ele pensava em tudo e tudo saía conforme Deus lhe abençoava.

Conclusão: Hoje vimos o quanto que Jesus era incrível! Era um pregador fora de série! Nem mesmo Sócrates, Aristóteles e Platão com todas as suas técnicas de pedagogia e oratória, viveram o que Jesus viveu. Com certeza foi, é e deve ser para nós um espelho de como impactar as pessoas com a mensagem de Deus. Ele próprio veio até nós e não apenas nos mostrou o modelo, mas executou ele, nos provando que é possível triunfar em meio às dificuldades. Antes de fazer essa análise do ministério de Jesus a partir do Evangelho de Lucas, eu mal conseguia imaginar como Paulo (o maior líder do Cristianismo depois de Jesus), propagava o Evangelho com tanta maestria. A única explicação para isto é Jesus! Jesus é o exemplo vivo disso. Sendo assim, não se intimide perante os desafios. Ore a Deus, dedique-se, busque estratégias da parte dEle e contemple o reino de Deus crescendo através de você

Que Deus continue nos abençoando!

13 de dezembro de 2017

"A CPAD publicou a obra de um autor calvinista, e agora?"



Por Everton Edvaldo.

A Casa Publicadora das Assembleias de Deus  (CPAD) publicou a obra " Os Tesouros de Davi", comentário do livro dos Salmos, escrito por C.H. Spurgeon, um autor calvinista, e agora?

Ei, calma! Isto não é o fim do mundo! Sim, não é! Alguns cristãos que há pouco, despertaram a respeito do tema envolvendo a mecânica da Salvação/ Arminianismo x Calvinismo, estão agitados porque a CPAD, uma editora cujo viés doutrinário está amplamente enraizado no Arminianismo-Wesleyano, publicou uma obra de um autor calvinista.

Todavia, será que os motivos que estão sendo apresentados, são sustentáveis à luz da realidade? Porque a CPAD não deveria publicar esta obra? O que estamos temendo? Pois bem, abordamos um pouco desse assunto no artigo de hoje.

Primeiramente, não é a primeira vez que a CPAD publica uma obra cujo autor é calvinista. Vários livros de autores calvinistas, cujo assuntos não abordam necessariamente, o campo doutrinário da Soteriologia, já foram publicados pela CPAD. Darei aqui alguns exemplos:

Pecadores nas Mãos de um Deus Irado e outros Sermões. Jonathan Edwards.

A Segunda vinda. John MacArthur Jr.

Ministério Pastoral. Alcançando a excelência no ministério cristão. John MacArthur Jr.

Segundo, não é a primeira vez que Spurgeon ganha espaço na CPAD.

Há alguns anos, a CPAD publicou a obra: O melhor de Spurgeon. 120 devocionais diários para alimentar seu espírito e refrescar sua alma. 

Sem falar que a tão renomada e reconhecida obra "Heróis da Fé" de Orlando Boyer, tem um capítulo inteiro falando de Spurgeon. Detalhe, essa obra também foi publicada pela CPAD e é bastante estimada por todos nós assembleianos.

Alguns assembleianos estão temendo, pois,  a CPAD publicou a obra de um calvinista, mas na verdade, tal temor não deveria existir entre nós. 

Primeiro, a obra não se trata de calvinismo. Spurgeon não viveu sua vida inteira pregando apenas calvinismo. A Bíblia está repleta de  outros assuntos que foram abordados pelos teólogos ao longo dos séculos, e que não falam de soteriologia Calvinista ou Arminiana de forma direta ou essencial em suas obras. Este é o caso dos "Tesouros  de Davi" lançado pela CPAD. A natureza do livro não é voltada para esta controvérsia.

Segundo, a obra vai muito além da questão: calvinismo x arminianismo. A importância de termos "Os Tesouros de Davi" traduzido de forma completa pela CPAD aqui no Brasil, significa uma grande vitória para a literatura cristã e teológica brasileira. Sem dúvida, é uma grande conquista!

No Brasil, tínhamos essa obra em língua Portuguesa de forma muito resumida pela editora Shedd. É o livro: "Esboços Bíblicos de Salmos" de C.H. Spurgeon, obra que traz apenas alguns sermões do príncipe dos Pregadores a respeito do livro dos Salmos. 

Terceiro, apesar de ser calvinista e de ter se envolvido em dezenas de controvérsias com arminianos e hiper-calvinistas durante sua vida, Spurgeon foi um homem de Deus e produziu muito material teológico valioso para nós cristãos.

Não é porque ele foi calvinista que devemos repudiar tudo quanto ele escreveu, mas devemos seguir o conselho do apóstolo Paulo: "Examinai tudo. Retende o bem." (1 Tessalonicenses 5.21).

"Os Tesouros de Davi" entra nesta categoria. Devemos ler com cautela, conforme os escritos de todos os homens, pois, qualquer livro que não esteja na Bíblia, está sujeito ao erro e é digno de uma leitura cuidadosa da nossa parte. Mas convém lembrar que: tal fato não se constitui um impedimento para a obra não ser publicada.

Sem falar que, antes de publicar tal obra, a CPAD trabalhou em cima de um objetivo:a edificação do público alvo e constatou que a obra cumpria esse objetivo, fato este que  fez com que o projeto de publicação fosse levado adiante.

Alguns assembleianos não gostaram da publicação feita pela casa, pois Spurgeon não faz parte da confessionalidade da CPAD. Que a CPAD é uma editora confessional, todos nós sabemos, mas se por confessionalidade, entende-se como sendo publicar apenas autores que sejam arminianos e pentecostais, tal pressuposto deve ser reavaliado pelas nossas mentes.  Publicar apenas livros de autores que sejam unânimes nas suas crenças com toda a confessionalidade assembleiana é algo que empobrece e limita as rédeas do conhecimento teológico.

Por exemplo, a publicação de livros escritos pelo Norman Geisler. Geisler acredita que "uma vez salvo, salvo para sempre", e inclusive ele se considera um calvinista moderado, embora sua teologia esteja mais próxima de um entendimento arminiano do que do calvinismo propriamente dito. A CPAD já publicou alguns livros do Geisler e certamente, se fôssemos seguir à risca a confessionalidade, Geisler não deveria ser publicado pela CPAD, haja vista que ele aqui e acolá foge da nossa confessionalidade.

Sendo assim, não existe um motivo verdadeiramente justo que nos faça crer que a CPAD não deveria publicar o "Os Tesouros de Davi" escrito por Spurgeon. Essa obra, agora publicada em língua portuguesa, certamente, será uma fonte de bençãos para nossas vidas. 

Spurgeon passou mais de 20 anos preparando "Os Tesouros de Davi", que é o maior comentário do livro de Salmos já compilado! Quando terminou essa obra, ele exclamou:

"Abençoados foram os dias que passei meditando, condoendo-me, esperando, crendo e escutando com Davi! Poderia eu esperar passar horas mais alegres deste lado do portal de ouro?" (The Theasury of David, vol 7. (Londres, 1890).

Caro leitor, não se deixe intimidar por certas críticas que circulam nas redes sociais. Vale apena adquirir esta obra recém lançada pela CPAD e só depois de lê-la, tirar suas próprias conclusões sobre o que estou dizendo. Se estiver ao seu alcance, compre! Todavia, se não tiver interesse, não fique tecendo comentários maldosos para outras pessoas. 

Eu discordo do calvinismo de Spurgeon, e de vários outros pontos que ele veio a defender enquanto vida, mas isso não me impede de lê-lo, nem de admirá-lo. Contudo, ficar tentando boicotar a obra por motivos frívolos não é uma atitude madura. 

Que o SENHOR continue trabalhando através da boa literatura cristã e que nós venhamos desfrutar de tais bençãos!

Que Deus nos ajude!

27 de novembro de 2017

Você foi salvo para que possa salvar! Por C.H. Spurgeon



Por C.H. Spurgeon

"Como homens em um salva-vida remamos em um mar bravio e nos apressamos em direção ao naufrágio ali adiante, onde homens estão perecendo. Se não conseguirmos trazer os restos do navio naufragado à terra, pelo menos, pelo poder de Deus, salvaremos os que estão perecendo, salvaremos vidas e conduziremos os remidos às praias da salvação. Nossa missão, como a de nosso Senhor, é reunir os escolhidos de Deus dentre os homens para que possam viver para a glória de Deus. Todo homem salvo deve ser, sob o comando de Deus, um salvador, e a igreja não está em seu estado certo até que tenha alcançado essa compreensão. A igreja eleita é salva para que possa salvar, purificada para que possa purificar, abençoada para que possa abençoar. O mundo inteiro é o campo, e todos os membros da igreja devem trabalhar nele para o grande Agricultor. Terras incultas serão recuperadas, as improdutivas serão rasgadas pelo arado, até que o lugar solitário comece a florir como a roseira. Não podemos ficar contentes em nos manter os estamos precisando invadir os territórios dos príncipe das trevas."

Trecho extraído do livro: SPURGEON, C.H. Preparado para o combate da fé, as armas do ministério: a igreja, a palavra e o Espírito Santo. São Paulo: Shedd Publicações, 2005. Págs.; 53,54.

23 de novembro de 2017

6 Verdades bíblicas sobre a forma como você fala com os outros




Por Everton Edvaldo

Leitura Bíblica: (2 Reis 1.1-15).

Introdução: Há quem diga que as palavras possuem um potencial incrível sobre as coisas. O modo como você fala diz muito sobre quem nós somos, principalmente nesta era moderna. Nunca se viu uma geração que tem tanto prazer em falar e ser ouvida do que essa que estamos vivendo. As pessoas falam sobre qualquer coisa, as vezes de qualquer jeito, sem pensar nas consequências que isso pode acarretar.

Hoje falaremos um pouco sobre esse aspecto da vida: o da comunicação. Vamos extrair algumas lições a partir de um texto bíblico, que refletem bastante na nossa atualidade. Medite neste texto e meu desejo é que através dele, várias pessoas sejam  abençoadas!

Pois bem, "falar", é uma característica que está no homem desde o Éden (Gn 2.23) e que a humanidade foi desenvolvendo ao longo dos anos. Entretanto, infelizmente, nem toda pessoa sabe se comunicar de forma sábia e prudente com o outro.

No passado, haviam homens conhecidos como mensageiros. Estes, eram responsáveis por levar uma mensagem de uma pessoa para outra. Eram intermediários entre duas pessoas ou mais, e em alguns casos, até mesmo de nações. (Cabe observar que os mensageiros do passado possuíam outras funções que não descreveremos aqui para não sairmos do foco).

Muitos mensageiros do passado serviam aos reis da época, e este, é o caso do texto bíblico que estudaremos hoje. A Bíblia diz que o rei Acazias adoeceu e enviou seus mensageiros para consultar um falso deus, (Baal- Zebube, divindade de Ecrom) sobre sua saúde.

Todavia, o Anjo do SENHOR, usou o profeta Elias para repreender essa atitude de Acazias e lhe anunciar uma sentença. Elias comunicou essa sentença aos mensageiros do rei que logo trataram de informar ao monarquia, o que o profeta disse.

Então, o rei mandou um capitão com 50 soldados para que trouxessem Elias que estava assentado no cimo do monte. Em nome do rei, o capitão ordenou que ele descesse, porém, por conta de Elias, desceu fogo do céu e consumiu aqueles 51 homens.

O rei mandou um segundo grupo de soldados, que também foram consumidos pelo fogo.

Com insistência, o rei enviou um terceiro grupo de soldados que foi poupado e sobreviveu.

Pois bem, aqui cabe-nos fazer a seguinte pergunta:

Porque Elias não foi com o primeiro grupo e sim com terceiro?  Porque o terceiro grupo também não foi consumido como os outros? Por que a forma como o seu capitão falou com o profeta foi diferente.

Quais foram as formas que cada capitão falou com o profeta? O que aconteceu com eles? De que maneira isso fala conosco? Iremos estudar essa passagem detalhadamente, e a partir disso, vamos extrair 6 verdades sobre sobre a forma como você fala com os outros. 

Meu desejo é que de alguma forma você possa melhorar nos seus relacionamentos com o próximo de maneira que isso traga benefícios para sua vida. Boa leitura!

1. A forma como você fala com os outros faz toda a diferença.

O primeiro capitão chegou para Elias e disse: "Homem de Deus, o rei diz: Desce." (ARA, ACF, ARC); "Homem de Deus, o rei mandou você descer daí" (NTLH); "Homem de Deus, o rei ordena que tu desças." (NVI). Este foi consumido pelo fogo juntamente com seus homens.

O segundo capitão foi ainda mais enfático:

"Homem de Deus, assim diz o rei: Desce depressa." (ARA, ACF, ARC); "Homem de Deus, o rei ordenou que você desça daí agora mesmo." (NTLH); "Homem de Deus, o rei ordena que tu desças imediatamente." (NVI). Este também foi consumido pelo fogo juntamente com seus homens.

Já o terceiro capitão disse:

"Homem de Deus, seja, peço-te, preciosa aos teus olhos a minha vida e a vida destes cinquenta, teus servos..." (ARA, ACF, ARC); "Homem de Deus, por favor, não acabe com a minha vida nem com a vida destes homens." (NTLH); "Homem de Deus, tem consideração por minha vida e pela vida destes cinquenta soldados, teus servos." (NVI). Este viveu e conseguiu levar Elias até o rei.

A primeira coisa que aprendemos aqui é que a forma como você fala com os outros faz toda a diferença.

Os dois primeiros capitães disseram quase a mesma coisa, porém com um tom de superioridade e autoridade. Já o terceiro, conseguiu sair vivo, poupar a vida de seus homens e levar Elias até o rei.

Muitas vezes, pensamos que as palavras que usamos não causam impacto na nossa vida. Até mesmo nas coisas mais simples, as palavras que usamos e também o modo como nos pronunciamos com o outro, fará peso na "balança da vida." De um lado da balança estão as coisas que podem nos prejudicar, ou ir contra nós; do outro, a oportunidade de fazer as coisas girarem ao nosso favor de modo que não nos prejudiquem.

Tais coisas afetam todas as áreas da nossa vida: física, espiritual, social, familiar, etc. Faz toda a diferença se na nossa casa temos pais que se comunicam com os filhos de forma sábia ou não. Por exemplo, os filhos sabem quando seus pais lhes dizem coisas para impor medo, sem nenhum diálogo. Infelizmente, isso pode trazer traumas para criança que não encontrará nos pais a oportunidade para se abrir e conversar com eles.

"Falar" é necessário para chegarmos a algum lugar aqui nesta terra. Porém, falar errado, ainda que no tempo certo, acarreta uma série de consequências. Somos seres tão inteligentes, porém tantas vezes, fracassamos no modo como devemos se comunicar com o outro. Seja no relacionamento dos pais com os filhos, ou do esposo com sua esposa. Seja entre o chefe de trabalho com seu funcionário, ou entre dois vizinhos, a forma como se pronunciamos fará toda a diferença.

No caso da passagem que estamos estudando, foi a vida do capitão e dos 50 homens que sofreu o juízo de Deus e morreram, entretanto, há  casos em que não é a nossa vida que corre risco, mas sim a do outro. Podemos melhorar o dia de alguém com uma palavra, ou podemos piorar o que já não estava bem nela. Tudo com uma palavra.

No caso dos capitães, bastou apenas uma frase. Pouco mais de 20 letras, em nossa Língua Portuguesa, para que suas vidas fossem consumidas pelo fogo.

Onde este capitão errou? Primeiro diremos onde ele acertou! Primeiro, acertou quando foi obediente ao sei rei e segundo, acertou quando foi verdadeiro dizendo: "Homem de Deus..." Já seu erro, foi ter sido insensível à este mesmo homem que ele chamara de homem de Deus, se comunicando com o profeta com autoritarismo, imposição e quem sabe, arrogância. Perceba que o capitão não deixou os 50 soldados próximo ao monte para ir dialogar com Elias (o que seria mais louvável da parte dele), mas subiu ao profeta com todos os seus soldados (v 9), certamente para impressionar ou intimidar o profeta. Ao que parece, a intenção do capitão ou mesmo do rei, não era trazer Elias na conversa, mas à força.

Trazer Elias era sua tarefa, isto é, seu objetivo, mas o modo como ele se aproximou do profeta, pôs tudo à perder. Acabou que atraindo o juízo de Deus!

Veja, há certas ocasiões que acertar 50% da trajetória não fará com que alcancemos nossos objetivos. E pior: se falharmos com as palavras, de alguma maneira, elas nos trarão retorno. Esse retorno pode ser negativo e até mesmo grave. Por isso, devemos ter cuidado.

O segundo capitão também teve seus acertos, mas errou em cometer os erros do primeiro. Errou quando teve oportunidade de fazer diferente e não fez, muito pelo contrário, ainda foi além do que fez seu companheiro. Quando disse: "... Assim diz o rei: Desce depressa!" (v. 11), este segundo capitão jogou tudo por água abaixo.

Às vezes, cometemos um erro duplo. Erramos em cometer os mesmos erros dos outros, somando eles com os nossos próprios erros. Erramos quando vemos que o que fulano fez ou disse, deu errado, e achamos que conosco vai dar certo. Parafraseando a passagem, erramos quando achamos que com a "nossa tropa", com as nossas palavras e modo, conseguiremos o que precisamos. Erramos quando colocamos mais combustível no fogo.

Para finalizar esse ponto: não se chega de qualquer jeito à um profeta, principalmente, quando este profeta se chama Elias, um homem comum, porém de muita intimidade com Deus. Nessas horas e circunstâncias, o que a gente diz para o outro no presente faz toda a diferença, seja positiva ou negativa, seja no presente ou no futuro. Por isso devemos estar atentos!

2. A forma como você fala com os outros diz muito sobre quem é você.

Palavras podem ser responsáveis não só pelo que acontece, como também podem refletir aquilo que somos. A boca fala do que o coração está cheio (Mt 12.34). Isto significa que falamos de nós mesmos quando dizemos alguma coisa para outra pessoa. Não foi diferente no caso destes capitães que foram até Elias.

O termo hebraico usado para capitão é "sar" que significa um dirigente, chefe, capitão, general, comandante, oficial, capitão, príncipe. No sentido de que essa pessoa possui autoridade imediata como líder. Naquela ocasião, o capitão era o próprio representante do rei nas proximidades do profeta Elias.

Isso certamente dá mais vigor às palavras de qualquer líder. Vamos parafrasear mais ou menos a situação dos dois primeiros capitães.

"Devo falar dessa maneira, estou cumprindo as ordens do rei, não posso relaxar, mas falar no nível que possuo. Eu sou um capitão, meus soldados estão aqui, posso usá-los a qualquer momento."

O capitão tinha naquela ocasião, a autoridade, o poder, a força, e as palavras, mas faltou-lhes uma coisa: a sensibilidade para com o homem de Deus. A forma como ele falou, revelou sua insensibilidade. Estava ali apenas para cumprir as ordens do seu monarca. Nada mais que isso! Que pena! A forma como ele falou, revelou que ele tinha apenas essa "carta na manga",  acompanhado pela carcaça do poder e do prestígio. Só a roupagem de um líder pairava naquele momento. Sua posição ficou intocável o tempo todo e por conta disso, não escapou do juízo divino. Foi isso que aconteceu não só com o primeiro, mas também com o segundo.

Ambos estavam cegos, não enxergaram que quem estava no monte era Elias, que tinha ao seu lado, o Anjo do Senhor!

Elias está no monte, aparentemente desprotegido e só. Mas só aparentemente... Elias responde aos dois primeiros capitães, cada um a seu tempo, que se ele era homem de Deus, haveria de descer fogo do céu e consumi-los. De fato: Elias era um homem de Deus, e a forma como ele falou, testificou quem ele era. Elias era um homem de Deus, e se ele era um homem de Deus, suas palavras deveriam refletir isso!

A forma como o terceiro capitão falou com Elias, também revelou quem ele era: um homem! Não qualquer homem! Um homem humilde, temente, sensível; ou nas palavras dele, "servo de Elias." O terceiro capitão era um homem de visão, sobretudo, sincero. Os outros falaram "homem de Deus" da boca para fora, mas este reconheceu verdadeiramente que Elias era um homem de Deus e provou isso não só com palavras mas também com atitudes.

O terceiro capitão nada mandou, nem ordenou nem impôs, apenas pediu misericórdia para si e para seus companheiros. Isto revela sua preocupação com seus soldados. O terceiro capitão verdadeiramente tinha um coração de líder. Um líder que ainda desejava que seus companheiros vissem seus filhos e esposa no fim do dia. Ele podia ter pedido misericórdia só para si, mas não fez isso (v. 14).

O terceiro capitão estava no mesmo nível dos dois capitães anteriores, mas isso só do lado de fora. Por dentro, tinha um coração de servo. Rebaixou-se perante o profeta! A forma como ele falou, revelou muito quem era que estava por trás daquela "farda."

Quer saber quem é alguém verdadeiramente? Observe a forma como ele fala com o outro. Existem pessoas que estudam para identificar quando há ou não verdade nas palavras de uma pessoa, e isso tem sido tão importante na nossa sociedade que até tem sido usado para perícias criminais.

Todos nós temos uma identidade, e passamos ela quando falamos. O modo como nos comunicamos com o outro é o cartão postal que as pessoas terão de nós. Há um ditado popular que alega: "A primeira impressão é a que fica." Infelizmente, a primeira impressão pode se tornar a última. Foi justamente isso que aconteceu com estes dois primeiros capitães e devemos fazer de tudo para que nas nossas vidas, não aconteça a mesma coisa.

3. A forma como você fala com os outros pode colocar sua vida em risco e também a dos outros que estão próximos de você.

A Bíblia está repleta de exemplos de personagens que colocaram sua vida em risco por causa da forma como falaram algo para outra pessoa. Algumas, até mesmo perderam a vida.

Isto é muito sério! No caso da passagem que estamos estudando, usar a força era desnecessária e dizer uma frase de forma errada, foi fatal.

É verdade que quando se coloca em risco, ainda existe esperança, todavia se vier a morte, só Deus pode intervir! Às vezes, essa morte é espiritual e contamina.

Não ande por terrenos perigosos se você tem a oportunidade de evitá-los! Não coloque em risco sua família, seus amigos, sua igreja. Existem pessoas que tratam sua família como recurso para usar contra o outro. Os dois primeiros capitães não se utilizaram de sua família, mas sim de seus homens de confiança. Homens que eram companheiros, amigos, pessoas que certamente tinham as suas famílias. Foi uma atitude tola! Colocou em risco sua tropa...

Também aprendemos algumas coisas nesta passagem, como por exemplo: existem coisas que não se resolvem pela força mas sim pelas forma como você fala. Como disse acima: a forma como você fala com os outros fará toda a diferença!

Os lares estão cheios de esposos que usam a força para resolver os problemas dentro de casa quando na verdade, uma comunicação prudente já bastava. Porém não para por aí, o mundo está cheio de pessoas que não dominam a arte da comunicação e preferem usar uma arma para impor sua vontade em tudo. O que poderia ser resolvido com a comunicação, acaba sendo tratado como um grande problema.

Alguém pode dizer: mas o que o capitão disse com Elias foi algo tão simples, afinal, ele estava apenas reproduzindo o mandato do rei. Não precisa de muita coisa para que grandes problemas surjam na nossa vida em razão de termos se expressado verbalmente de forma errada.

Conforme já tivemos a oportunidade de ver, as poucas palavras do capitão revelou quem ele era, e está claro de que ele próprio estava tratando a situação como se fosse um grande desafio. Por que se aproximar de Elias com 50 homens? Qual a necessidade disso? Ou seja, o capitão tornou todo o terreno propício e favorável para si, e quando ia dar o "xeque-mate", fracassou. A forma como ele falou, descortinou todo o seu exército, deixando-os vulneráveis.

Assim, entendemos que poucas palavras, ainda mais expressadas de forma errada, na verdade pode revelar grandes consequências para nossa vida e na daqueles que estão conosco!

Não adianta preparar todo o terreno e fracassar na comunicação. Ou melhor, vamos falar numa linguagem mais moderna: Não adianta ter posição social, força e autoridade. Bons líderes costumam falhar, não porquê não têm recursos, mas sim porquê estão falando de forma errada.

Grandes igrejas estão morrendo, templos suntuosos, repletos de obreiros preparados e cheios de recurso. Qual motivo de seu fracasso? Líderes que falham na comunicação. Estão comunicando a Palavra de Deus de forma errada. Essa é a única, se não a principal razão, haja vista que a boa Palavra de Deus quando é plantada, germina, cresce e dá frutos. Tais líderes estão colocando a vida de suas ovelhas em risco, infelizmente.

Os capitães apostaram tudo que tinha. Ei, vai com calma... Na hora de resolver algum problema não mostre todos os seus recursos. Poupe-os... Não coloque as melhores cartas na mesa quando não se precisa. Fazer isso numa ocasião desnecessária é desgastante, cansativo e perigoso.

Abaixe um pouco a visão e se aos teus olhos, o que você precisa é visto com grande dificuldade, experimente enxergar a situação com simplicidade e humildade, e assim, poderá conquistar seus objetivos.

4. A forma como você fala com os outros pode preservar sua vida e também a dos que estão próximos de você.

Sim, é verdade. A Bíblia fala que o terceiro capitão pôs-se de joelhos diante de Elias e disse: "Homem de Deus, peço-te, preciosa aos teus olhos a minha vida e a vida destes cinquenta, teus servos." (v. 13).

Veja o que ele fez:

a) colocou-se de joelhos perante Elias.

b) suplicou-lhe, (hb. Hanan que significa curvar-se para com alguém inferior, implorar, falar suavemente. Strong diz: "Na literatura da sabedoria, este verbo é usado principalmente nas relações humanas, para indicar atos de benevolência para com alguém necessitado." (CHAVE, p. 1646).

c) pediu-lhe para viver.

"Então, o Anjo do Senhor disse a Elias: Desce com este, não temas. Levantou-se e desceu com ele ao rei." (v. 15).

Perceba que diferença!

Primeiramente, graças à benevolência de Deus, este homem viveu, todavia não devemos descartar a idea de que este capitão era diferente do outros.

Ele não falou com o profeta de qualquer jeito, mas desceu o degrau do cargo que ele tinha naquele momento. Se despiu e falou com Elias como se fosse seu servo.

Este capitão verdadeiramente reconhecia que Elias era um homem de Deus. Por isso, soube enxergar que não deveria cometer os mesmos erros dos outros. Ele foi inteligente!

Veja como é importante a forma como falamos com os outros. Podemos evitar graves consequências usando as palavras adequadas. 

Outra coisa, observe bem, o capitão estava num lugar que não fazia parte da sua rotina, treinamento, etc. Porque se aproximaria de um homem de Deus, como se fosse "dono daquele pedaço?"

Pior que errar na forma como se fala com os outro, é errar na forma como se fala com o outro em um ambiente em que este tem domínio e você não. Se não entendeu, leia de novo.

Existem pessoas que se acham no direito de chegar em qualquer lugar e dizer o que quiser só porque têm posição social. Que engano! 

Está num lugar onde uma pessoa tem mais domínio sobre ele do que você? Olhe bem como vai falar com ela. Medalhas, honras e soldados não resolvem muita coisa quando se está diante de um profeta como Elias.

Me parece que este terceiro capitão enxergou essas coisas e com isso preservou sua vida e a dos seus soldados. Que percepção das coisas! Captou todo o cenário que estava ao seu redor, filtrou tudo e deixou fluir em formato de linguagem piedosa.

Uma boa conversa, pode salvar um relacionamento, um casamento. Pode tirar um filho dos maus caminhos. Quem afronta com a língua traz sobre si grande mal, mas quem sabe usá-la com sabedoria atrai a benção do SENHOR!

Palavras ditas de forma errada, podem arruinar tudo, mas as palavras que são ditas de forma sábia, podem evitar uma catástrofe (Pv. 11.14).

O terceiro capitão ofuscou-se e viveu. E no fim do dia, certamente viu sua família e filhos. Nunca mais esse homem seria o mesmo. Viu diante de sua face um homem de Deus e pôde escapar da morte que certamente lhe aguardava se ele tivesse feito as mesmas coisas que os dois primeiros capitães.

Use as palavras de forma sábia. Saiba falar com as pessoas. Você pode livrar a vida delas de vários problemas, ainda que por conta deste ato, não te tornes digno de uma pessoa louvável, pois todo mérito deve ser direcionado a Deus.

Desde as coisas simples, às mais complexas. Um simples "Eu te amo" dito para alguém que está do nosso lado, pode mudar o dia ruim dela para melhor. Entretanto, a ausência desse "Eu te amo" no dia-a-dia dela, pode matá-la silenciosamente (Pv 12.25).

O teu lema é: Se você pode fazer o bem, faça! Se você pode evitar o mal, evite! Se não pode melhoras as coisas, também não piore! Suas palavras devem ser ditas de forma inteligente e para isso, você não precisa mentir, enfeitar as palavras ou algo parecido. Só basta ser sincero!

5. A forma como você fala com os outros revela quem tem poder de verdade.

O contraste entre as expressões: "... O rei ordena: Desce/ Desce depressa."  ditas pelos capitães e "Se eu sou um homem de Deus, desça foto do céu e te consuma a ti e a teus cinquenta.", revela quem tem poder de verdade.

Vale lembrar que quem tem mais poder, obtém a vitória. Em certo sentido, os capitães tinham poder.

Veja, de um lado temos: um capitão, uma ordem, cinquenta homens. Do outro, só temos Elias, vestido de pêlos, com lombos cingidos de um cinto de couro (2 Reis 1.8).

Em quem você apostaria se tivesse uma mente natural e não soubesse desta narrativa? Certamente nos capitães. Eles tinham a força, e geralmente quem tem a força, consegue o que quer. Isto é segundo o prisma natural, pois quem disse que no mundo espiritual as coisas funcionam da mesma maneira? Observe que falei "geralmente". Geralmente, não quer dizer sempre... Ou seja, nem sempre quem tem a força, consegue o que quer.

Olhando de cima pra baixo, Elias tem mais poder! Poder outorgado por Deus. Esse poder não era propriamente dEle, mas de Deus. Elias tem o Anjo do Senhor ao lado. O Anjo do SENHOR é uma das figuras mais emblemáticas e poderosas da Bíblia. É visto como sendo a personificação angelical do próprio Deus! Esse mesmo anjo do SENHOR matou 185.000 homens em 2 Reis 19.35. O que seria 50 homens para ele? Todavia, observe bem a passagem que estamos estudando. Nem precisou da intervenção direta do Anjo do SENHOR. A palavra de Elias foi o instrumento pelo qual o juízo divino desceu.

A forma como você fala com os outros revela quem tem poder de verdade! Por isso, não meça o "poder" de alguém pela aparência dela. Muito menos deixe que a forma como você fala, coloque tudo à perder. Nunca subestime as coisas simples e desprezíveis.

Lembre-se: "O meu poder se aperfeiçoa na fraqueza." (2 Co 12.9). Elias é fraco, mas Deus está com Ele. Conclusão: Elias é fraco, mas Deus é Todo-Poderoso. Na verdade, quem não estiver do lado de Deus, está vulnerável e mais frágil ainda. Devemos lutar para que as nossas palavras não atraiam a ira de Deus, muito menos revelem que não estamos do lado de dEle. Se a forma como falamos com os outros, revelam que não estamos do lado de Deus, alguma coisa vai dar errado, então não insista!

Outra coisa, os capitães e seus homens também são fracos. O rei também é fraco. Detalhe: são muito mais fracos do que Elias, do ponto de vista espiritual. São eles que precisam de misericórdia. É o seu rei que está em rebelião contra Deus. 

Os dois primeiros capitães não perceberam isso, mas o terceiro sim. Foi isso que mudou suas palavras e comportamento diante do profeta Elias. Sua humildade foi sincera e acabou sendo devolvida em forma de misericórdia divina.

6. A forma como você fala com os outros dirá muito sobre se você alcançará ou não teus objetivos e conquistas.

Todos os três capitães tinham um único objetivo: trazer o profeta Elias à presença do rei. Mas somente ao terceiro, foi que o anjo do Senhor disse: "Desce com este; não tenhas medo." (v. 15).

Os dois primeiros fracassaram, mas o terceiro conseguiu! O terceiro capitão continuou com vida, preservou a de seus soldados, cumpriu com seu objetivo e manteve sua posição de capitão.

Todos temos objetivos e conquistas para alcançarmos. E parece até que é insignificante, mas a forma como falamos dirá muito sobre nossas conquistas e fracassos. Palavras ditas de forma errada podem frustar nossos projetos.

Às vezes, o ser humano se perde pela língua. De Gênesis à Apocalipse , a Bíblia fala a respeito de como a língua tem impacto na vida das pessoas (ex: Tg 3.1-10).

Por isso, é importante estarmos atentos quanto à isso. Fazer planos e lutar para alcançar nossos objetivos e anseios não adiantará de nada se você não souber lidar com ele. Assim como a tragédia já é certa para quem trafega numa avenida de olhos vendados, também já é certo que o fracasso virá sobre aqueles que não têm uma forma prudente de se expressar perante as pessoas.

Conclusão: Na passagem que estudamos hoje, os detalhes nos impressiona pela quantidade de lições que nos traz. Há quem diga que devemos pensar duas vezes antes de dizer uma bobagem, mas eu não partilho desse entendimento. Nem sequer pense em falar bobagens! Que o terceiro capitão seja exemplo para nós! Que possamos usar seu exemplo de humildade para crescermos na benção de Deus. É o SENHOR quem "dá graça aos humildes." (Pv 3.34). Temos muito o que melhorar na forma como nos relacionamos verbalmente com os outros. Se colocarmos em prática as orientações das Escrituras quanto a esse assunto, em certos casos, evitaremos alguns problemas e em outros casos, podemos até resolver os problemas que já existem. Lembre-se: "A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira." (Pv 15.1). Se você quiser uma pista para estudar mais à fundo sobre esse assunto na Bíblia, comece pelo livro de Provérbios. Fora os versículos que já foram citados, gostaria de deixar mais alguns outros: Pv 15.2,23; 18.13,21; 25.11. Pois bem, espero que essa palavra possa entrar no seu coração e que venha à sua mente os princípios que aqui foram ditos, nos momentos que você precise!

Que Deus te abençoe!