13 de março de 2020

Os 4 Tipos de Pentecostais




Por Everton Edvaldo

Eu gostaria de propor uma classificação mais ampla para o termo "Pentecostal". Infelizmente, as que temos disponíveis não cobrem a maior parte das demandas. A do Robert Menzies por exemplo, classifica como Pentecostal com base apenas no critério teológico, o que certamente leva a uma definição deficiente e limitada quando aplicada no contexto brasileiro. Menzies afirma que "Pentecostal", é todo aquele que acredita que o livro de Atos fornece um modelo para a igreja, aliado à doutrina da Subsequência acompanhada inevitavelmente do falar em línguas, bem como da contemporaneidade de todos os dons espirituais e que o "Neopentecostal", é quem crê nos itens listados acima, menos na normatividade das línguas (MENZIES, 2016).

O problema é que a tradição e a teologia Pentecostal é muito rica para ser delimitada por definições tão simples. Aqui no Brasil, o Neopentecostalismo é um termo pejorativo para se referir a "cristãos" com teologias, pregações, costumes e liturgias heterodoxas. Então se referir a quem não acredita na normatividade das línguas como "Neopentecostal" no Brasil, é uma declaração infeliz.

Então vamos lá:

Pentecostal histórico: Que pertence a uma denominação de matriz Pentecostal, mas que não acredita nem na doutrina da Subsequência, nem na Evidência Inicial. É o caso por exemplo, do teólogo assembleiano Gordon Fee.

Pentecostal teológico: É aquela pessoa que abraça a Teologia Pentecostal, no entanto, sem pertencer a uma denominação Pentecostal. É o caso por exemplo, do teólogo Craig Keener que apesar de já ter sido assembleiano, hoje pertence a uma igreja batista.

Pentecostal histórico-teológico clássico. É o Pentecostal que pertence a uma igreja Pentecostal, e que acredita nos dois distintivos do Pentecostalismo: a Subsequência e a Evidência Inicial. Ex: a maioria dos assembleianos brasileiros e norte-americanos.


Pentecostal histórico-teológico brando. É aquele que pertence a uma denominação Pentecostal, e crê acredita nos dois distintivos, mas com ligeiras modificações. É uma confissão menos dogmática. É o caso do William Seymour tardio. Um exemplo de modificação é a questão das línguas. Há Pentecostais que creem nas línguas evidenciais como algo normal, mas não normativo. Ou seja, o Batismo normalmente é o acompanhado pelo falar em línguas, mas não normativamente.


Obs:

(01) Há cristãos que não pertecem a igrejas Pentecostais, mas que abraçam a doutrina da Subsequência, sem no entanto, abraçar a Evidência Inicial. Estes, devem ser vistos como simpatizantes da teologia Pentecostal, ou como Pentecostais teologicamente brandos.

(02) Esse desencontro entre a proposta do Menzies e o contexto brasileiro se dá  porque a taxonomia que se popularizou nosso meio, é diferente da Norte-Americana. Entre nós, os Neopentecostais foram classificados na terceira onda do Movimento. Contudo, o termo "Neopentecostal" é usado de forma diferente, fora daqui. O historiador Pentecostal Vinson Synan, por exemplo coloca os Neopentecostais na segunda onda ou fase do Pentecostalismo e usa esse termo para se referir à renovação nas igrejas protestantes bem como no catolicismo. 

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