12 de agosto de 2019

Criacionismo ou Evolucionismo, em qual devo acreditar?





Por Everton Edvaldo

Introdução: De onde veio a vida? De onde eu vim? Essa é uma pergunta clássica que permeia o homem desde a antiguidade. Muito antes dos cientistas se debruçarem para respondê-la, os filósofos já idealizavam respostas para essa questão. Como surgiu a vida? Hoje, existem várias tentativas de respostas, algumas religiosas, outras científicas, mas todas elas com suas dificuldades e limitações. Neste estudo, veremos as duas principais: Criacionismo e Evolucionismo. Vamos descontruir alguns “tabus” sobre o assunto, a fim de que possamos construir pontes e não barreiras com a Ciência. E mais, vamos ver qual o papel da igreja nessa questão.

DEFININDO OS TERMOS

1   O que é Criacionismo?

    É a crença de que o universo e a natureza vieram a existir e se vieram a existir, é porque não existiam antes e que algo ou alguém os trouxe à existência. Portanto, o universo tem uma causa. Essa causa geralmente é identificada como sendo inteligente, atemporal e não-espacial.

2   O que é Evolucionismo?
 
É a teoria que defende o processo de evolução das espécies de seres vivos, através de processos naturais, lentos ou progressivos. Quem propôs a investigar e a idealizar bem essa teoria, foi o cientista Charles Darwin.

Tipos de Criacionismo
                                                                                                                                          Existem hoje três tipos de Criacionismo: o científico, o religioso e o bíblico. Veremos de forma bem panorâmica, um pouco de cada um.

1  Criacionismo Científico.

Nas palavras do Mestre Adauto Lourenço, o “Criacionismo científico oferece uma posição física sustentável sobre uma origem não natural da vida e do universo. Ele não é uma proposta religiosa , pois não trabalha com argumentos religiosos de criação, mas em evidências científicas da criação.” (LOURENÇO, p. 21). Vamos elencar aqui alguns dos seus ensinamentos:

1.1  A natureza é o que é, e faz o que faz, devido as leis que a regem. Todo o universo é regido por leis bem precisas e estabelecidas.

1.2  Vida gera vida. Graças ao experimento de Pasteur, foi demonstrado que organismos unicelulares não surgem através da geração da matéria orgânica pré-existente.  Ou seja, a vida não pode surgir da não-vida. Somente a criação explicaria sua existência.

1.3  Capacidade de variação das formas de vida. Essa variedade acontece por causa da reserva genética. É ela quem explica toda a variedade existente. Os que creem dessa forma, ensinam que somente material genético é repassado para as futuras gerações. Novo material genético não é formado, apenas novas combinações são formadas.

1.4  Capacidade de adaptação das formas de vida. Alguns confundem isso com evolução (ou macro-evolução) das espécies. No entanto, diferente do que pregam os evolucionistas, essa adaptação não gera uma nova espécie. Isto significa que cachorro continua cachorro, gato continua gato. As adaptações estão relacionadas com as reservas genéticas e vão se manifestar assim que alterações ambientais exigirem.

1.5  As formas de vida possuem informação genética. Todos os seres vivos possuem DNA. Essa fonte de informação codificada possui centenas de milhões ou bilhões de letras genéticas sequenciadas.  Processos naturais não produzem essas informações. Somente uma mente inteligente poderia estar por trás da criação dessas informações. Isto é, “a origem da informação genética codificada só pode ser explicada por meio da sua criação.” (LOURENÇO, p. 30).

1.6  A composição do Universo. A grandeza do universo é muito precisa para ter surgido de forma espontânea. Ao que tudo indica, por trás do surgimento dele, existe uma mente inteligente, imaterial, não espacial, imaterial e atemporal.

1.7  O princípio antrópico. São as constantes físicas. Existem dezenas e a chance delas terem surgido e permanecido até hoje pelo acaso, é estritamente pequena. O universo é tão bem ajustado e afinado que fortalece a ideia de um universo criado por um design inteligente.

1.8  A origem do homem. Não há evidencias científicas, biológicas e químicas de que o homem e os chimpanzés tenham um ancestral em comum. A ausência desse “elo perdido” é uma pedra no sapato dos evolucionistas. Pelo contrário, as evidencias demostram que o homem foi bem planejado. Segundo o Adauto Lourenço:

“Estudos com o DNA mitocondrial mostram que todos os seres humanos vieram de uma única e mesma mulher, a chamada “Eva mitocondrial”, mãe de todos nós. Ela não foi um hominídeo, mas uma mulher como as mulheres de hoje.” (LOURENÇO, p. 33).

2.  O Criacionismo Religioso.

Este se configura naquela crença de que tudo veio a existência através de uma força suprema. Esta, pode ser uma única entidade, ou até mesmo várias. Estas crenças não são baseadas (ou pelo menos não dependem) em evidências científicas. Elas são aceitas pela fé e estão repletas por vezes, de elementos folclóricos, mitológicos, religiosos e culturais.[1]
De acordo com o Pastor Claudionor de Andrade:

“Cada religião possui o seu criacionismo. Dos gregos à tribo mais escondida da Amazônia, é possível encontrar uma narrativa da criação do Universo. Algumas fantásticas; outras pueris. Mas todas igualmente absurdas. Tais mitologias são o resultado de uma tradição oral transmitida por Adão e Noé a seus filhos, foi corrompida pelo tempo. Em sua base, porém, há um fundo de verdade.” (ANDRADE, p. 22).

 Alguns movimentos criacionistas religiosos tentam usar a ciência para provar suas crenças, no entanto, suas pressuposições continuam sendo religiosas. Os principais tipos de criacionismo religioso são: o cristão, o judeu, o muçulmano e o hindu. Todos eles possuem suas vertentes e divergências, no entanto, possuem uma coisa em comum: todos eles se baseiam em “escritos sagrados.” Segundo Adauto Lourenço:

“O mais conhecido dentro da cultura ocidental é o cristianismo cristão, em suas muitas formas: Criacionismo da Terra Jovem, Criacionismo da Terra Antiga, Geocentrismo Moderno, Criacionismo Dia-Era, Criacionismo Progressivo, dentre outros.” (LOURENÇO, p. 41).

Existem alguns movimentos que consideram a teoria do Design inteligente, também como uma forma de criacionismo religioso, no entanto, ela é uma teoria científica e não tem nenhum compromisso com pressupostos religiosos. Essa teoria tenta detectar quem estaria por trás de tudo que existe, se é um projeto inteligente, ou o acaso. Já outros cristãos tentam reconciliar a crença em Deus com crenças evolucionistas. É o chamado Evolucionismo Teísta, abraçado pela Igreja Católica Romana. Esse tipo de Evolucionismo diz que Deus teria iniciado o processo de criação, porém, estabeleceu leis que teriam regido o processo evolutivo.[2]

3    O Criacionismo bíblico

Como dissemos no estudo anterior, a Bíblia não é um livro científico, porém, isso não significa que ela não contenha ciência. Acontece que o criacionismo bíblico se contenta com que a Bíblia diz sobre a origem do Universo. É verdade que a Bíblia não diz muito sobre esse processo criativo, ou pelo menos, não da forma como gostaríamos. Muitas perguntas não podem ser respondidas, porque nunca foi intenção de Deus provar que Ele é criador de todas as coisas. A Bíblia simplesmente já começa com essa verdade (no livro de Gênesis) e é ela quem vai nortear todos os outros livros das Escrituras. Tire a doutrina da Criação das Escrituras e só restará folhas e tinta neste livro. A Bíblia não faz sentido sem a doutrina da Criação. Não podemos acreditar que tudo que existe foi mero produto do acaso. Por outro lado, isso não significa que devemos desprezar o que a ciência diz. Elas podem andar juntas, desde que seja entendido que a Palavra de Deus sempre tem primazia sobre a palavra do homem. Isto significa dizer que a ciência deve ser submetida ao crivo das Escrituras e mais, ela deve ser interpretada à luz desta.

Sendo assim, o criacionismo bíblico trabalha com a Bíblia como fonte de autoridade e regra de fé. No criacionismo bíblico, se fala mais no Criador que na criação. Exemplos:

- Segundo as Escrituras, tudo que veio a existir, possui um Criador (Genesis 1 e 2).

- Esse Criador trouxe tudo à existência pela Sua Palavra (Genesis 1 e Hebreus 11.3).

- Esse Criador não criou as coisas e deixou o universo à deriva (deísmo), mas intervém na Sua criação quando bem lhe aprouver (teísmo), (Genesis 6-9).

- Esse Criador também se revela pela Sua criação (Salmos 19 e Romanos 1) e também Palavra (Salmos 119, João 17.17).

- Tudo que o Criador revelou pela Sua Palavra é preciso e confiável, por isso, posso acreditar nela (Salmos 33.4; Provérbios 30.50).

- Esse Criador controla, governa e sustém tudo que existe.

O Criacionismo bíblico também se compromete com a literalidade de Gênesis 1-11. Cremos que o autor (Moisés) não está escrevendo um livro fictício ou um conjunto de crenças sincretistas que já existiam na época, mas registrando algo verídico.

Fundamentos do Criacionismo bíblico:

De acordo com o Pastor Claudionor de Andrade [3] três elementos constituem os fundamentos do Criacionismo bíblico. São eles:

 A Bíblia Sagrada. A Bíblia do começo ao fim nos fala de Universo que foi criado por Deus. Ela é a testemunha desse fato e ela é inerrante e inspirada por Deus.

b)    A razão humana. A nossa consciência é suficiente para nos convencer de que existe um Criador (Romanos 1). É por isso que muitos tem chegado à conclusão de que o Universo foi criado, sem o auxílio de pressupostos religiosos, mas somente científicos.

c)    A Criação. Ela mesma testemunha quem o Criou (Salmo 19.1), Deus Todo-Poderoso que sustenta e mantém tudo sob seu controle e governo. Embora de forma turva, muitas religiões pagãs têm reconhecido isso através da própria criação.

A diferença entre o Criacionismo bíblico e o religioso.

Em suma, o primeiro se compromete a ensinar que tudo foi criado unicamente pelo Deus das Escrituras, enquanto que o segundo reconhece que o Universo possui um Criador, porém, este Criador não tem que ser necessariamente o Deus da Bíblia. Ele pode ser Zeus, ou uma Energia Cósmica, ou qualquer outra divindade. Por fim, todo criacionista bíblico é um criacionista religioso. Porém, o contrário, nem sempre é verdadeiro.

Questões que envolvem o criacionismo bíblico:

Certamente, temos grandes desafios pela frente. Quando lemos o relato bíblico, nos deparamos com muitas dúvidas, como por exemplo: há dois relatos distintos em Gênesis 1 e em Gênesis 2 acerca da criação? Posso confiar no livro de Gênesis? O relato do dilúvio (Gn 6-9) pode ser autenticado pela ciência moderna?  Os dias de Gênesis 1, são literais ou figurados? A Bíblia ensina que a terra é o centro do universo? A Bíblia relata a existência de algum ser humano antes de Adão e Eva? E os dinossauros, eles existiam mesmo? Se os luzeiros só aparecem no quarto dia, como existia luz? Essas e outras perguntas vão surgir naturalmente no estudo do criacionismo bíblico, e se por acaso não tiverem respostas agora, não comprometem a doutrina da criação, só a tornam mais ainda curiosa.

Evolucionismo Teísta

Alguns criacionistas flertam com a teoria da Evolução. São conhecidos como Evolucionistas teístas[4]. Nesse grupo, temos liberais, católicos e evangélicos. Estes, defendem que é possível harmonizar Genesis 1-3 com as teorias do Evolucionismo. Nesse caso, Deus teria criado o homem e a evolução teria ocorrido. Algumas crenças defendidas por eles são: os seis dias da criação em Gênesis 1 são longas eras e a terra existe há bilhões de anos.

Tipos de Evolucionismo

Assim como o Criacionismo, o Evolucionismo também possui suas variações. São elas:

1.    Lamarckismo.

Essa teoria evolutiva foi elaborada pelo biólogo Jean Batista de Lamarck[5] no começo do século XIX. Ele desenvolveu a teoria dos caracteres adquiridos que na época foi sucesso, porém hoje, é desacreditada. Para Lamarck, o ambiente alterava os organismos das pessoas e consequentemente causava mudanças em seu comportamento. Lamarck publicou sua teoria no ano de 1809, no livro “Filosofia Zoológica”, sendo este trabalho de grande importância para as Ciências Biológicas, servindo de base inclusive para o trabalho de Charles Darwin.

Os dois princípios do Lamarckismo são:

Lei do uso e desuso

- De acordo com Lamarck, um órgão do corpo humano se desenvolve cada vez mais na medida em que é mais usado. Por outro lado, por atrofiar e até desaparecer caso seja pouco utilizado.

Lei da transmissão hereditária dos caracteres adquiridos

- Esta lei complementa a primeira. De acordo com Lamarck, as características adquiridas por uma espécie, em função do uso e desuso dos órgãos, são transmitidas de geração para geração, ou seja, hereditariamente. As mudanças no meio ambiente são indutoras das transformações nos órgãos dos animais.

 Segundo Wilson Antonio Frezzatti:

''Jean-Baptiste Lamarck foi o primeiro a tentar montar um esquema específico para explicar o mecanismo do processo evolutivo dos seres vivos. Sua teoria postulava uma interação dinâmica entre os organismos e o ambiente, de tal modo que os primeiros poderiam se modificar quando frente a mudanças exteriores. Uma alteração no ambiente exige o aumento ou a diminuição do uso de certas partes do corpo: com o uso ou desuso, a estrutura dessas partes se transforma. A alteração física ocorre porque o organismo “percebe” uma nova necessidade surgida com a mudança no meio externo: fluidos e forças corporais são mobilizados para modificar a estrutura que irá satisfazer a necessidade. Essa nova característica será transmitida aos descendentes. As ideias do biólogo francês não tiveram repercussão em sua época, pois a Académie des Sciences era dominada por Cuvier, mas exerceram certa influência na Inglaterra.'' (Dossiê: DARWINISMO E FILOSOFIA TEMAS & MATIZES - Nº 15 - PRIMEIRO SEMESTRE DE 2009. pp.55-68).

2.    Darwinismo

Também conhecido como teoria da evolução de Darwin, evolucionismo, anticriacionismo, anti-ideologia, selecionismo, evolução variacional, credo dos darwinistas, visão de mundo e metodologia, é o nome dado à teoria proposta pelo naturalista britânico Charles Darwin para explicar como ocorre a evolução das espécies. Ao viajar pelo mundo, percebeu que os organismos vivos modificavam-se ao longo do tempo. Em 1859, publicou sua obra mundialmente conhecida: A Origem das Espécies. Nesse livro ele apresentou sua teoria da evolução, na qual dois pontos merecem destaque: a seleção natural e a ancestralidade comum.

Seleção Natural:

“A partir dessas observações, Darwin começou a relacionar a evolução artificial ao que tinha observado na natureza. Ele havia notado que os seres vivos apresentam características variadas, e algumas delas poderiam até influenciar na sobrevivência desses seres, pois, muitas vezes, alguns indivíduos morriam muito precocemente.A partir dessas observações, ele verificou que os que não morriam jovens conseguiam reproduzir-se e passar suas características aos seus filhotes. Darwin então propôs que haveria uma luta pela sobrevivência e que apenas os mais aptos poderiam sobreviver. Os que conseguiam chegar à idade reprodutiva passavam essas características aos seus descendentes. Ele chamou esse processo de seleção natural.” [6]

Ancestralidade em comum.

É a ideia que todos os seres vivos possuem um ancestral em comum que teria evoluído e dado origem às várias espécies que existem hoje. O mais antigo ancestral comum teria vivido há cerca de 3,8 bilhões de anos.

A teoria de Darwin ganhou força na academia e hoje é ensinada na maioria das escolas do Ocidente. Propondo uma origem natural das espécies e não sobrenatural, ela desconfigura e a visão bíblica acerca do surgimento da vida.

3.    Neodarwinismo:

“O Neodarwinismo, também chamado de Teoria Sintética da Evolução ou ainda Teoria Moderna Evolutiva, reúne estudos e conceitos de vários campos da Biologia para determinar e explicar os processos evolutivos. A Teoria surgiu no século XX após os avanços genéticos que foram utilizados para explicar algumas lacunas existentes nas teorias evolutivas da época. Dessa forma, o Neodarwinismo relaciona os estudos em genética, citologia, evolução, paleontologia, botânica e zoologia para sistematizar o processo de evolução e de diferenciação das espécies. O principal nome do pensamento evolutivo foi Charles Darwin, que estabeleceu a lei da Seleção Natural. Porém Darwin não conseguiu explicar como as características dos indivíduos eram passadas adiante (devido ao pouco estudo no campo da genética). Com o desenvolvimento da genética, as explicações para a hereditariedade foram surgindo e, atualmente, o neodarwinismo é a teoria evolutiva mais aceita entre os cientistas e estudiosos.”[7]

Embora nem todos os evolucionistas concordem com todas, de modo geral, os teóricos evolucionistas modernos creem no seguinte:

- Há uma rejeição ao registro simples e direto do Gênesis.

- Bebem do Naturalismo, a crença de que a natureza é tudo que existe e do empirismo (a ideia que todo conhecimento é adquirido a partir das observações).

- O universo tem bilhões de anos e se originou no Big bang, uma grande explosão que originou tudo que existe. A grande quantidade de energia liberada por essa explosão teria esfriado e se tornado matéria que se condensou e formou as galáxias e as estrelas.

- A terra teria surgido desse processo e certas substâncias químicas formaram a primeira célula. Esta célula se reproduziu em outras e uma mutação teria produzido as primeiras variações. Das células mais adaptadas teria surgido toda forma de vida que existe hoje que através de um longo processo teria evoluído, gerando novas espécies de vida e a extinção das menos adaptadas.

- Não houve um dilúvio global. Os fósseis existentes são resultados de processos graduais que aconteceram durante os milhares de anos.

PORQUE NÃO DEVO ACREDITAR NO EVOLUCIONISMO?

É porque essa teoria está muito longe da verdade. Todas as correntes criacionistas possuem limitações e dificuldades, no entanto, trazem contribuições gigantescas seja na área da ciência ou da fé. Porém, o Evolucionismo tem se mostrado um sistema falho e danoso não apenas à fé, mas à própria moralidade. O Pastor e teólogo John MacArhur, em seu livro: Criação ou Evolução- A luta pela verdade sobre as origens do universo,oferece três motivos pelos quais ele não acredita no Evolucionismo. Em primeiro lugar, ele diz que o Evolucionismo é degradante para a humanidade. Seu ensino de que não passamos de uma espécie que evoluiu, ou de animais racionais, é degradante para um ser vivo que foi criado à imagem de Deus. Em segundo lugar, a Evolução é hostil à razão porque ensina que o acaso é a força motora que coordena o universo. Porém, para MacArtur, esta perspectiva do acaso é o oposto da razão. A lógica do bom-senso sugere que todo relógio tem um relojoeiro. Todo edifício tem um construir. Porque um universo tão gigantesco e complexo como o nosso, não teria um arquiteto-projetista por trás? Seria o acaso um ente inteligente? Por último, ele defende que a Evolução é antiética à verdade que Deus revelou quando deixa claro que não existe nada além do universo e que não podemos tomar o relato bíblico da criação como verídico.

Além desses motivos, gostaria de justificar o porquê um cristão não deve ser evolucionista.

Primeiro, no Evolucionismo, o nada gerou tudo. Isso soa muito incoerente, não? Do nada, nada vem! No entanto, eles defendem que o nada x nada = tudo que existe.

Segundo, no Evolucionismo, a desordem gerou ordem. Como pode uma explosão gerar um universo tão bem ajustado, complexo e inteligente? É como dizer que só basta explodir tijolos para que os arranha-céus sejam construídos.

Terceiro, no Evolucionismo, a vida é um acidente de percurso. As leis, a beleza, a precisão... tudo não passa de uma coincidência.

Quarto, no Evolucionismo, os seres humanos são um amontoado de células caminhando para a decomposição. Não há nenhuma esperança para o homem, nenhum consolo, nenhum propósito ou objetivo. Viemos do acaso e estamos caminhando para a morte. Nesse sentido, não somos melhores em nada dos animais.

Quinto, no Evolucionismo, o homem nada mais é que um animal em processo de evolução. Não há nada reservado para ele. Conceitos como moralidade, ética e dignidade não assumem sentido algum no Evolucionismo.

Sexto, no Evolucionismo, a sorte é quem controla o Universo. Ela é a força motora que rege tudo. As coisas só são como são, por causa do acaso.

Sétimo, o Evolucionismo não representa a boa ciência. O debate sobre as origens do universo está para-além da questão científica, pois o começo de tudo jamais poderá ser reproduzido num laboratório. O máximo que a ciência pode é tatear e teorizar sobre as origens, mas jamais comprovar detalhadamente como tudo ocorreu. Do contrário, o homem seria maior que o próprio universo e este, é grande demais para ser compreendido de todo pelo homem. Acontece que o Evolucionismo não passa de um produto naturalista que apesar de ser vendido como ciência, é incoerente com várias descobertas científicas e oferece uma teoria frágil e falsa sobre as origens de tudo. Isso não significa que os evolucionistas são pessoas más, ou que tudo quanto eles dizem é mentira. Apenas que o sistema que eles advogam é insustentável.

E QUANTO AO CRIACIONISMO?

Acredito que o criacionismo bíblico é suficiente para explicar as origens de tudo. É verdade que o criacionismo científico em muito tem ajudado para a causa criacionista, no entanto, quando se fala de algo mais sólido, o criacionismo bíblico é cotado como sendo o mais viável por ser aliado com aquilo que as Escrituras Sagradas afirmam. A Bíblia é a fonte de autoridade do criacionista bíblico. Ela é quem a chave para o entendimento da origem do universo e não a Ciência. A Ciência pode nos auxiliar de várias outras formas, e a história tem mostrado a boa ciência tem sempre andado lado a lado com as verdades bíblicas. Comparado à teoria evolucionista, tem se mostrado superior naquilo que se compreende como sendo o percurso da verdade. Vejamos:

- Segundo a Evolução, o universo é tudo que existe, não há nada maior que ele.

- Segundo o criacionismo bíblico, existe um Deus maior que o universo e não há nada acima dEle.

- Na Evolução, "Deus" é uma figura criada pelo homem.

- Segundo o criacionismo bíblico, o homem é quem foi criado por Deus.

- O Evolucionismo é uma teoria elaborada pelo homem.

- O criacionismo bíblico é uma doutrina estabelecida e revelada por Deus.

- No Evolucionismo, existe fé no acaso.

- No criacionismo bíblico, existe fé nas Escrituras.

- O Evolucionismo trabalha com teorias, hipóteses e especulações.

- O criacionismo bíblico trabalha com verdades.

- O Evolucionismo é mutável.

- A doutrina do criacionismo bíblico, não!

O PAPEL DA IGREJA NA FORMAÇÃO DE JOVENS CRISTÃOS.

Algumas igrejas colocam esse assunto como um tabu. Nós não precisamos demonizar a Ciência por conta do Evolucionismo. Muito menos ver a Universidade como um ambiente que vai tirar os jovens das igrejas, pelo contrário, não podemos temer, o papel da igreja é preparar os jovens, não para simplesmente para ganhar um debate, mas para ser um instrumento de Deus para aproximar pessoas que professam tais crenças à Deus.

É verdade que ¾ dos jovens estão saindo das igrejas depois de entrarem na Universidade. Porém, isso só tem acontecido porque estão despreparados, não é porque o evolucionismo é um ensino superior ao criacionismo. Eles saem por ignorância. Ao ver sua fé sendo destruída na sala de aula, diariamente perdem o gosto pelas coisas de Deus.

A igreja precisa entender que os jovens necessitam desse preparo e falar disso em seus púlpitos, produzir fóruns, debates e eventos que fomentem o diálogo e o fortalecimento da fé cristã! Isso é um grande desafio, porém é uma grande necessidade e Deus conta conosco para isso.

Obras Citadas

ANDRADE, Claudionor de. O Começo de todas as coisas. Rio de Janeiro: CPAD, 2015.
LOURENÇO, Adauto. A Igreja e o Criacionismo. São José dos Campos: Fiel, 2018.



[1] A crença de que tudo que existe no universo teve um início é bem antiga e estava presente na cultura de vários povos do passado.

[2] ‘’Em 1950, o Papa Pio XII divulgou uma encíclica confirmando que não há intrínsecos conflitos entre a teoria da evolução e os ensinamentos da Igreja Católica Romana, desde que os católicos ainda acreditem que os seres humanos são dotados de uma alma criada por Deus. Em 1996, o papa João Paulo II expandiu e reiterou a posição da Igreja, afirmando a evolução como "mais do que uma hipótese". https://www.britannica.com/topic/creationism. Acesso: 03/06/2019 às 13:19.

[3] ANDRADE, p. 22.

[4] Dentre os mais conhecidos adeptos dessa teoria temos: C.S. Lewis, Alister Mcgrater e Francis Collins. https://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/o-evolucionismo-teista-e-suas-incoerencias. Acesso: 04/06/2019 às 22:32.

[5] Curiosidade: Jean Batista  de Lamarck foi um naturalista francês responsável pelas primeiras teorias sobre a evolução dos seres vivos. Ele nasceu no dia 1 de agosto de 1744, na cidade de Bazentin, na França. Faleceu em 28 de dezembro de 1829, sem o reconhecimento de suas ideias. Pesquisando sobre moluscos, Lamarck começou a pensar nas mudanças que ocorrem com as espécies ao longo do tempo.As suas ideias foram apresentadas em 1809, com a publicação "Philosophie zoologique". Isso 50 anos antes da "Origem das Espécies", publicação de Darwin.




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