Por Everton Edvaldo
Leitura Bíblica: (Gênesis 12.1-9)
Introdução:
A história do patriarca Abraão é sem dúvida muito
rica em lições espirituais para o cristão. Sua vida e testemunho pessoal,
mostra como foi fiel a Deus até em circunstâncias difíceis. Com certeza, temos
muito que aprender com esse servo de Deus!
I- QUEM
ERA ABRAÃO:
1. Abraão nasceu por volta do ano 2100 a.C (dois
anos depois da morte de Noé) na cidade de Ur dos Caldeus que ficava na
Mesopotâmia. Era Semita (descendente de Sem, que foi contemporâneo de Abraão
por 150 anos) e filho de Tera.
2. A princípio, seu nome era Abrão que significa:
“pai exaltado”, porém foi mudado depois para Abraão que significa “pai de
multidão” (Gn 17.5).
II- SEU
PERÍODO EM UR DOS CALDEUS:
1. Se quisermos compreender melhor sua vida não
podemos ignorar o tempo que ele passou na Mesopotâmia (quase metade de sua
vida, 75 anos). Ur dos caldeus era uma
cidade pagã, rica, populosa, próspera e desenvolvida na época de Abraão.
2. “Escavações em Ur revelam que Abraão decidiu deixar
uma cidade próspera, então no ápice de seu poder e influência. Esculturas de
ouro e harpas incrustadas refletem a cultura de Ur. As fortes muralhas da
cidade e seus edifícios públicos refletem o seu poder. Registros de transações
comerciais revelam a sua prosperidade. Não devemos supor que Abrão era um pobre
peregrino que vivia em uma tenda quando ouviu a voz de Deus. Ele era um homem rico,
e vivia em uma cidade com praticamente todas as condições sanitárias modernas e
com casas construídas para refrescar o ar quente do verão”. (RICHARDS, p. 20).
3. Seus parentes não eram pobres, tinham bens e
servos, porém eram idólatras e serviam a outros deuses (Js 24.2). Nessa época,
a principal divindade adorada ali era o deus-lua Nanar. Abraão era casado com
Sara (que era estéril e sua meia-irmã (Gn 11.30; 20.12).
III- SUA CHAMADA POR
DEUS:
1. Deus chamou Abraão enquanto ele ainda estava em
Ur (At 7.2,3) para que fosse à terra que lhe mostraria (Canaã) e falou que
faria dele faria uma grande nação. Deus confirmou esse chamado quando ele
estava em Harã.
2. Podemos notar que Abraão tomou uma atitude de fé
que se deu em duas formas. Primeiro, ele ouviu a voz do SENHOR e
segundo, ele obedeceu a voz do Senhor. Para atendermos à chamada
de Deus em nossa vida é necessário ouvirmos a voz do nosso Deus e obedecê-la.
IV-A PEREGRINAÇÃO DE
ABRAÃO EM CANAÃ:
1. O patriarca obedeceu ao Senhor e partiu de Ur
para Harã e de lá foi para Canaã. Pegou todos os bens que havia adquirido, isto
é, bens materiais, manadas, servos, a esposa e também seu sobrinho Ló; e os
levou.
2. Aos 75 anos, deixou seu conforto, sua terra e
parentela para viver pela fé. A trajetória de Abraão estava nas mãos do SENHOR,
juntamente com seu futuro. A confiança e a obediência a Deus eram prioridades
em sua vida, pois, tinha convicção de que quem o chamou, iria suprir todas as
suas necessidades.
3. Chegando à terra prometida, notou que os
cananeus habitavam na terra, parecia que a promessa de Deus tinha sido anulada
por este fato, entretanto, para encorajar Abraão, Deus renovou e fortaleceu a
promessa, declarando especificamente: “à tua semente darei esta terra”; em
resposta, Abraão construiu um altar e ali, adorou ao SENHOR.
V- UM EXEMPLO DE VIDA NO
ALTAR:
2. Certamente esses dois objetos marcaram a vida de
Abraão:
a) A
tenda (Gn 12.8). “Abraão
nunca se prendeu a um lugar da terra de suas peregrinações. Estava sempre em
trânsito. Deixando um lugar, ficavam apenas as marcas de seu acampamento. Nós
também não somos deste mundo. Estamos no mundo, mas não somos do mundo (Jo
17.16,18). Devemos sempre estar prontos para partir!”[1]
b) O
altar (Gn 12.7,8). “Era
um marco sempre presente na vida de Abraão, em todos os caminhos de suas
peregrinações. Era o local onde Abraão adorava a Deus. Era o lugar onde
ofertava sacrifícios a Deus. Ele edificava seus altares em locais visíveis,
diante dos povos pagãos que moravam ao seu redor. Que testemunho!”[2] O altar é símbolo nas Escrituras de adoração e consagração.
O altar também representa uma vida espiritual, uma vida com Deus. Abraão foi
chamado “amigo de Deus” (Tg 2.23) e essa comunhão, marcada por uma vida de
altar, revela o grau de intimidade particular entre Deus e seu servo.
3. A diferença entre Abraão e Ló é que por onde o
patriarca passava edificava um altar e buscava ao SENHOR. Deixava marcas de sua
comunhão com Deus, fazia a diferença. Ló só queria armar tendas até Sodoma (Gn
13.12,13). Era comum nesta época, os patriarcas edificarem altares. A palavra
altar vem do termo hebraico Mizbeahe
que significa “lugar de sacrifício”. Segundo os registros bíblicos, Noé foi a
primeira pessoa do Antigo Testamento a ter construído um altar. Sobre este, ele
fez uma oferta queimando um animal limpo e uma ave limpa de cada tipo que havia
sido preservada na arca (Gn 8.20).
4. Provavelmente, Noé ensinou aos seus filhos como
ofertar ao Senhor no altar e isso foi transmitido para Abraão. A Bíblia
registra que ele construiu em Siquém, Betel, Hebrom e mais tarde no monte
Moriá, onde Deus providenciou um sacrifício substituto para Isaque (Gn
22.9-13). Com seu exemplo, Abraão influenciou seus descendentes. De acordo com
a Bíblia, Isaque construiu apenas um altar, aquele que estava em Berseba (Gn
26.23-25), por outro lado, Jacó erigiu um em Siquém (Gn 33.18,20) e outro em
Betel (Gn 35.1-7). A palavra altar ocorre cerca de 396 vezes no Antigo
Testamento.
VI- A
SEPARAÇÃO DE ABRAÃO E LÓ:
1. Logo depois, o servo do SENHOR se separa de Ló,
isto porque a terra não podia contê-los juntos, pois além de seus bens serem
muitos, os pastores de ambos contendiam. Ló levantou os olhos e viu toda a
campina do Jordão que era bem regada e atrativa
2. Tanto é que Moisés faz uma comparação ao jardim
do SENHOR e à terra do Egito (que era bela e fértil); a ganância em viver na
campina do Jordão, rica em vegetação, expôs Ló à perversidade de Sodoma (Gn
13.10,11), engodado pelos olhos e pela concupiscência escolheu um lugar pela
aparência, contudo, este lugar era sobremodo pecaminoso (Gn 13.13; 18.20,21).
Após a separação, Abraão vai morar junto a Hebrom e levantou ali, outro altar
ao SENHOR.
VII- AS
CONSEQUÊNCIAS DA ESCOLHA DE LÓ:
1. Ló, apesar de ser um homem justo, sofreu muito
com sua escolha (2 Pe 2.7,8), pois, padeceu sob a mão dos reis (que levaram
seus bens), ele contudo foi resgatado por Abraão e os 318 homens que saíram de
sua casa. Abraão, mais uma vez mostra sua fidelidade a Deus, recusando receber
qualquer coisa que fosse de Sodoma (Gn 14.21-23).
2. Após um tempo, Deus viu que iniquidade de Sodoma
e Gomorra era grande e resolveu destruí-las. Deus tinha tanta intimidade com
Abraão que revelou a ele o que estava para fazer (Gn 18.17-21). Também livrou o
justo Ló da destruição, a pedido de Abraão.
3. Dois anjos foram destruir as cidades e livrar a
Ló, mesmo assim, ele pediu para habitar numa cidade perto de Sodoma e poupá-la
da destruição, porém os anjos o tirou do
meio das ruínas; sua vida foi marcada por percas: perdeu bens, a casa e os genros. O coração de sua esposa estava em
Sodoma, de modo que olhou para trás e morreu. Os últimos anos da vida de Ló
foram num monte com suas duas filhas (Gn 19.19-38).
Conclusão:
Assim como Abraão, o cristão, deve dar exemplo de
fé e vida no altar, pois, os tempos são maus. A igreja precisa de homens e
mulheres que façam a diferença no mundo e que gozem duma intimidade com Deus.
Que nessa geração, não olhemos, nem cobicemos as coisas de “Sodoma” como Ló,
porém, prossigamos em viver sob a direção de Deus.
NOTAS: