Por Everton Edvaldo
Introdução: Recentemente publiquei um
texto sobre Júnia em minhas mídias sociais. Apesar de curto, o texto causou uma
impressão bastante negativa em alguns pentecostais (em especial assembleianos),
pois nele, eu chamava Júnia de “apóstola notável.” Alguém deve ter pensado:
como assim um pentecostal defendendo que houve uma apóstola na Bíblia? Eu já esperava
esse tipo de reação vindo de assembleanos, tendo em vista que não é dado o devido
crédito a esse assunto em nosso nicho tupiniquim. Geralmente, a visão
que defendo é demonizada nos círculos assembleianos. Isso não aconteceria, por
exemplo, se eu tivesse afirmado tal coisa nos EUA, pois lá, as Assembleias de
Deus ordenam mulheres ao ministério. Isto significa que o contexto local e social
em que estamos inseridos podem influenciar e muitas vezes, determinar a nossa
forma de pensamento e conjunto de crenças. Contudo, o que mais me espantou foi
um comentário que dizia mais ou menos assim: “Nenhum pentecostal sério diria
isso, você está rompendo com nossa tradição e trazendo novas ideias para nosso
movimento. Sua visão é extremamente impopular.” No final, esse rapaz ainda
deixou um texto do teólogo pentecostal e assembleiano Ciro Sanches Zibordi que
nega que Júnia era mulher e que era apóstola.[1] Diante disso, resolvi
escrever sobre o assunto, afim de mostrar que a minha visão não rompe com o
Pentecostalismo[2],
pelo contrário, estou bem acompanhado. Há vários anos se fala sobre Júnia no
universo acadêmico e já está na hora de atualizarmos esse assunto no
Brasil. Vamos lá?
1.
Panorama geral das discussões no Brasil
Infelizmente, no Brasil
(diferente dos EUA)[3]
há pouco material sobre Júnia. Os que existem em língua portuguesa (geralmente
artigos ou pequenos trechos) são superficiais e bastante limitados. E mesmo
esses que se propõem a falar do assunto estão há muito desatualizados.
Quando segmentamos esse
debate para o ambiente pentecostal brasileiro, a coisa só piora. Além de não
existir nenhum livro sobre Júnia, os poucos que se posicionam fazem isso nem
tanto por terem estudado o assunto à fundo, mas por conta do imaginário popular eclesiástico de algumas
igrejas que não ordenam mulheres no ministério. Portanto, crer que houve uma mulher no apostolado
não seria uma crença tão adequada (talvez pensem eles) ...
Eu particularmente
desconheço qualquer material assembleiano sobre o assunto de forma mais robusta[4]. Digo, o tema tratado de
forma séria, com argumentações exegéticas, históricas, etc.
Apesar disso, o imaginário
popular assembleiano brasileiro não permite que se pense em Júnia como apóstola.
Dessa forma, uma pessoa que defende uma posição diferente, talvez tenha seu
pensamento considerado impopular (como é o meu caso), mas ter uma visão impopular
no Brasil não quer dizer que ela seja espúria ou estranha ao
pentecostalismo... No máximo, revela o desconhecimento de alguém sobre outras
perspectivas. Isto é, não é porque uma crença não é popular no meu meio,
que isso representa a posição do Pentecostalismo como um todo.
Ao escrever sobre Júnia,
espero contribuir para uma visualização mais equilibrada e ponderada desse
assunto em nosso meio. Afinal, meu objetivo é servir a Deus e ao meu povo,
trazendo conhecimento e informação. Dito isto, vamos ao próximo ponto...
Durante vários séculos da Era cristã, era normal acreditar
(Patrística e os Medievais) que havia existido uma mulher notável entre os
apóstolos da Igreja Primitiva. Seu nome? Júnia! Contudo, isso não duraria muito
tempo, pois, no século XIII, Júnia (feminino) se transformaria em Júnias
(masculino) pelo católico e filósofo medieval Aegidius de Roma (1245-1316). Até
então, grandes pensadores como João Crisóstomo (347-407 d.C), Orígenes (185-254
d.C), Jerônimo (340-419 d.C), Atto de Vercelli (924-961), Teofilato (1050-1108)
e Pedro Abelardo (1079-1142) acreditavam que Júnia era mulher. Depois disso, a
figura feminina de Júnia caiu no esquecimento e foi praticamente apagada da
mente de qualquer leitor, mesmo existindo cerca de 250 manuscritos antigos
indicando que o nome Júnia era feminino e nenhum comprovando que era um nome
masculino. Tudo isso motivado pela resistência à ideia de Paulo ter falado de
uma mulher notável entre os apóstolos.
No início do século XX, a figura de Júnia volta ao debate. Depois
décadas, três autores foram cruciais para resgatar a história e recontar quem
foi a mulher que é chamada de apóstola por Paulo em Romanos 16.7. São eles:
Rena Perderson (The Lost Apostle: Searching for the Truth About Junia),
David Williams (Junia a Woman an apostle) e Eldon Jay Epp (Junia the
first Woman Apostle)[5].
Essas três obras não apenas comprovam definitivamente que Júnia era uma
mulher contada entre o grupo dos apóstolos, como também mostram que ela era uma
figura proeminente e conhecidíssima na igreja primitiva. Os autores analisam
fatos históricos, documentos antigos, o léxico, a sintaxe e a semântica do
texto. Além dessa troca Exegética-Hermeneutica, esses autores analisam as mais comuns objeções à crença de que Junia era uma apóstola.
Depois disso, o foco do debate mudou drasticamente. Por exemplo,
hoje quase não existe entre os acadêmicos (complementaristas e igualitaristas)
resistência ao fato de que Júnia era mulher[6] como também ao seu apostolado. Então as discussões sobre o sexo de Júnia ficaram basicamente
no passado e é nesse contexto que muitos pentecostais que vou citar nesse
artigo estão inseridos. Eles escrevem sobre o sexo e a apostolicidade de
Júnia, porque é justamente a época em que o debate está fervilhando. Portanto,
eles se posicionam e se manifestam nesse contexto.
Se por um lado, boa parte dos acadêmicos não veem dificuldade em
admitir que Júnia era apóstola, por outro, há uma nova tentativa de minimizá-la. A tática argumentativa dos complementaristas agora
é admitir que Júnia era apóstola, mas apenas no sentido de missionária e
mensageira. Ela não está inserida no corpo de pessoas que exerciam autoridade e
liderança e mesmo sendo chamada de apóstola, isso não daria credibilidade para as
mulheres atuar nos dias de hoje como pastoras, pois, o ofício apostólico cessou
no século I. Nessa questão, até mesmo pentecostais estão divididos! Embora
majoritariamente creiam que Júnia foi apóstola, parece não haver certeza se ela
desempenhava funções pastorais ou simplesmente era uma mensageira (uma espécie
de pregadora itinerante). É completamente natural haver esse tipo de
divergência tendo em vista que o debate contemporâneo gira em torno justamente
dessa questão...
Mas deixemos que os pentecostais falem pelas suas próprias
palavras agora:
3. Júnia não é homem, mas
mulher!
Como havia dito há pouco, parte dos pentecostais escreveram
enquanto o debate sobre o sexo de Júnia ocorria. Dessa forma, é natural que
eles tragam a tônica do antigo debate para seus próprios escritos.
Por exemplo, há quase 20 anos, o teólogo pentecostal Craig S.
Keener foi convidado por um jornal das Assembleias de Deus (AG) para escrever
um artigo em apoio de mulheres no ministério. Em um dos trechos, ele diz:
"Paulo também listou dois
companheiros apóstolos, Andrônico e Júnia (Romanos 16.7). Embora Júnia seja
claramente um nome feminino, os escritores que se opõem à possibilidade de que
Paulo poderia ter se referido a um apóstolo feminino sugerem que Júnia é uma
contração para o “Junianus” masculino. Esta contração, no entanto, nunca
ocorre, e mais recentemente tem-se mostrado ser gramaticalmente impossível para
um nome latino como Júnia. Esta sugestão não se baseia no próprio texto, mas
inteiramente no pressuposto de que uma mulher não poderia ser apóstola."[7]
Keener demostra que está
atualizado sobre o assunto e para ele não resta dúvidas:
“‘Júnia’ é claramente o nome de uma
mulher, como os antigos comentaristas geralmente reconhecem (e muitas vezes se
surpreendem).”[8]
Se ainda resta alguma dúvida sobre a
posição do Keener, é só conferir seu comentário sobre Romanos 16.7, na obra
“Comentário Histórico Cultural da Bíblia- Novo Testamento” (Vida Nova). Lá, ele
afirma: “Júnias é nomen latino, que indicaria cidadania romana. Embora alguns
sugiram que ‘Júnias’ seja contração do nome masculino ‘Juniano’, essa contração
de Juniano não tem comprovação, pois é uma forma grega de contração, ao passo
que Júnias e Juniano são nomes latinos. Os antigos leitores cristãos
reconheciam que Júnias era mulher. Como ela e Andrônico viajavam juntos,
tratava-se, sem dúvida, de uma equipe de marido e mulher.”[9]
Neste ponto, Gordon D. Fee, considerado
o primeiro erudito bíblico do Moderno Movimento Pentecostal afirma:
‘’Por outro lado, o Novo Testamento
não parece ser uniforme sobre questões como o ministério das mulheres na
igreja (ver Rm 16.1,2, passagem em que
Febe ‘diaconisa’ em Cencreia; Rm 16.7, texto em que Júnia [ARC]- não Júnias,
que é um desconhecido nome masculino- é mencionada entre os apóstolos...”[10]
Em 1990, a Assembleia de
Deus dos EUA (AG) também se posicionou sobre o assunto. Num artigo em defesa
das mulheres no ministério, ela afirma:
“Júnia foi identificada por Paulo
como apóstolo (Romanos 16: 7). A partir do século XIII, vários estudiosos
e tradutores masculinizaram seu nome para Junias, aparentemente sem vontade de
admitir que havia uma apóstola. No entanto, o nome Junia é encontrado mais
de 250 vezes apenas em Roma, enquanto a forma masculina Junias é desconhecida
em qualquer fonte greco-romana. Paulo era claramente um forte defensor das
mulheres no ministério.”[11]
Interessante que essa
declaração foi assinada por importantes nomes da teologia pentecostal
Norte-Americana como Gordon Anderson, Robert L. Brant (autor da obra “Teologia
bíblica da oração” CPAD), Wesley W. Smith, Stanley M. Horton, Jessé Miranda
e outros. Alguns deles são conhecidíssimos e respeitados no Brasil... Que
curioso, não?
O Comentário
Bíblico Pentecostal do Novo Testamento (que se propõe a
ser uma expansão da Bíblia de Estudo Pentecostal), explicando Romanos
16.7 garante que Júnia era mulher. Nas palavras do teólogo Pentecostal Van Johnson:
“Também digno de nota é a proeminência de
mulheres na lista, onde Paulo ‘alista cerca de duas vezes mais homens que
mulheres, mas recomenda mais que duas vezes mulheres que homens’ (Keener, p.
589)- testemunho da importância vital das mulheres na igreja primitiva. De
particular interesse sob este aspecto é a referência no versículo 7 a Júnias
(ARA), que junto com Andrônico ‘se distinguiram entre os apóstolos.’ Há boas
razões para traduzir este nome como nome feminino, Júnia (RC), embora muitos comentaristas
o traduzam por Júnias, considerando-o como contração do nome Juniano. Até à
época dos dias atuais presumia-se que este era feminino. É significativo o fato
de que ‘Júnia’ seja amplamente atestado em inscrições do período, mas não há
tal evidência para a existência da forma masculina ‘Júnias’.”[12]
Num artigo intitulado “Prática
apostólica’, publicado numa revista de Recursos e Teologia do Ministério
para Ministérios e Líderes Pentecostais e Carismáticos, o historiador
Pentecostal Vinson Synan explica que o termo “apóstolo” pode designar outras
pessoas além dos 12 na própria Escritura. Nele, ele inclui Júnia como uma
mulher. Vejamos:
“Oito outros apóstolos. Alguns
deles são chamados de “apóstolos das igrejas” (2 Cor. 8:23). Depois que
Judas traiu Jesus e se enforcou, Matias foi escolhido para ocupar seu
lugar. Mais tarde, Paulo, que viu o Senhor "como nascido fora do
tempo devido" (1 Cor. 15: 8), também foi chamado apóstolo. Esses dois
homens não estavam no fim da lista. Paulo chamou Tiago, o irmão de Jesus,
de "apóstolo" (Gl 1:19). Outros eram Barnabé (Atos 14:14), Apolo
(1 Cor. 4: 6-9), Andrônico e Júnia (Rm 16: 7) e Epafrodito (Fp
2:25). Alguns pais da igreja primitiva chegaram a chamar Maria Madalena de
“a primeira apóstola” porque ela foi a primeira a ver o Senhor
ressuscitado. Ann Graham Block e outros estudiosos afirmam que Junia era
quase certamente uma mulher por causa da forma feminina do nome. A
identificação de pelo menos oito outros líderes que eram “apóstolos” põe claramente
em questão o argumento de que o ofício apostólico estava limitado aos Doze
originais (embora seu lugar único no registro bíblico seja
indiscutível). Implícita ou explicitamente, a Bíblia concede a menos de
vinte pessoas o título apostólico.”[13]
A Dra. Pentecostal Melissa L.
Archer[14] também está convencida de
que Júnia era mulher. Como ela mesma diz:
"Em Romanos 16.7, Paulo cumprimenta
Andrônico e Júnia, que declara ser destacado entre os apóstolos (epistemoi en
tois tois apostolois). Agora é geralmente aceito que Junia ou Junias é um nome
latino feminino, com base na evidência de inscrições de nomes do primeiro
século; portanto, Andronicus e Junia são provavelmente uma equipe de marido e
mulher, apóstolos empenhados em espalhar o evangelho de maneiras não muito diferentes
de Paulo." [15]
No “Jornal Asiático de Estudos
Pentecostais”, Volume 20, Número 2 (2017), há um capítulo com o seguinte
título “O papel das mulheres no ministério: existe uma desconexão entre a
prática paulina e a instrução paulina?”, o Pentecostal Waldemar
Kowaslski também deixa sua
impressão ao alegar que a versão masculinizada de Júnia é problemática por
alguns motivos:
“A história de Junia (v. 7) suscita
minha ira. "Junias" é um nome masculino, enquanto "Junia" é
um nome de mulher. Sua diferenciação em grego é sutil, como veremos, e isso faz
parte da história. Antes do século XIII, a palavra grega "Junia" era
traduzida exclusivamente como nome de mulher, com uma argumentável e diferente
exceção. De 13 a meados de 20 séculos, o nome foi frequentemente traduzido como
o nome de um homem, Junias. A convenção atual é bastante mista. O NIV84, RSV,
NASB, ASV e The Message (entre traduções e paráfrases populares) optam pela
variante masculina, Junias; enquanto que a NIV, KJV, NKJV, NRSV, ESV, NET e NLT
optam pela versão feminina, Junia. O problema é este: nenhuma literatura antiga
contém o nome Junias. Poderia ser uma forma contraída de Junianus, que é um
nome conhecido; mas essa forma de confronto não é encontrada em nenhum lugar da
literatura grega.”[16]
Porém, não para por ai!
Outros documentos importantes como a Bíblia de Estudo Pentecostal (que
teve como Editor, o teólogo Pentecostal Donald Stamps e como colaboradores
vários outros pentecostais) e a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal (CPAD)
estão convictos de que Júnia era uma mulher! Basta ler os seus respectivos
comentários sobre Romanos 16.7.
4.
Júnia não é notável para os apóstolos, ela faz parte do corpo
apostólico. Ela foi uma apóstola!
Importantes nomes da
teologia pentecostal também estão convictos de que Júnia não somente é mulher,
mas está entre aqueles que são chamados de apóstolos, ou seja, ela foi uma
apóstola (independente de ter sido no sentido de mensageira/missionária ou
alguém de posição de liderança que desempenhava trabalhos pastorais).
A começar pela Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal (CPAD) que diz:
“O fato de Paulo dizer que Andrônico e
Júnia ‘se distinguiram entre os apóstolos” indica que se destacaram no
apostolado. Talvez formassem uma equipe composta por marido e mulher. A
referência a eles como parentes de Paulo pode significar que pertenciam à mesma
linhagem de Paulo (ver 16.21).”[17]
Doutora Archer também está
convencida de que Junia não é somente uma mulher, mas também uma apóstola notável,
pois argumenta na nota de rodapé:
“Alguns argumentam que essa frase
deveria ser dos apóstolos (indicando que não eram apóstolos). O argumento
depende da preposição e do que ele expressa. Sobre esse ponto gramatical, veja
Richard S. Cervin, "Uma Nota sobre o Nome 'Júnia (s)' em Romanos 16,7,"
Estudos do Novo Testamento 40 (1994): "A frase 'pelos apóstolos' expressa
agente de um verbo passivo (ou, neste caso, adjetivo), mas o agente do passivo
é expresso regularmente em grego pela proposição upo + o caso genitivo, e não
pelo caso em ativo, que é usado para denotar instrumentos ou meios impessoais
... "Ele continua argumentando que, ao usar a preposição en, Paulo está
dizendo que Junia e Andronicus são apóstolos estimados.[18]
Waldemar faz uma grande sacada
quando afirma:
“A questão vital para nós é o
significado de "Eles são destacados entre os apóstolos". Alguns
estudiosos argumentam que isso deve ser lido: "Eles são respeitados pelos
apóstolos." Embora a última leitura seja possível, Paulo poderia ter
encontrado melhores maneiras de dizer isso sem ambiguidade. A maioria dos
estudiosos concorda que a leitura natural é "notável entre os
apóstolos", intentando essa equipe (provavelmente marido e mulher) como
apóstolos."[19]
Pare
para refletir um pouco, se Júnia não fosse apóstola, Paulo (como alguém inteligente
que era) não teria colocado a frase de forma ambígua. O apóstolo dos gentios
era muito cuidadoso com suas palavras, pois incorria no erro de ser mal
interpretado. Por isso, ao colocar Júnia como alguém “notável entre os
apóstolos”, ele estava certo de que seria bem compreendido, dada a notoriedade
dessa personagem no corpo apostólico. Os cristãos romanos certamente não
tiveram problemas com essa denominação de Paulo.
Há
quem diga que Júnia não podia ser chamada de apóstola em Rm 16.7, porque essa
designação se restringe aos Doze e à Paulo, portanto, esse texto deve ser
interpretado da seguinte forma: “Andrônico e Júnia eram notáveis para os
apóstolos”, excluindo-os, portanto do corpo apostólico. Contudo, esse
argumento não é sustentável à luz da própria Escritura. Em um artigo em seu
site pessoal, Keener destrói esse tipo de argumento:
"Se você concorda comigo sobre
esse ponto ou não, Paulo fala de muitos apóstolos além dos Doze, incluindo ele
próprio (Rm 1: 1, 13), claramente um grupo de primeiros apóstolos além dos Doze
(1 Cor 15: 5-7, talvez relacionado aos seguidores enviados em Lucas 10: 1),
Tiago, irmão de Jesus (Gl 1:19), Silas e Timóteo (1 Tes 1: 1 com 2: 6-7),
Andrônico e Júnia (Rm 16: 7 ).”[20]
Em outro artigo, ele diz:
"O Novo Testamento usa o
título “apóstolo” de duas maneiras. Os Evangelhos e Atos geralmente restringem
o título aos Doze (Atos chama até os apóstolos de Paulo e Barnabé apenas em uma
passagem!). Os cessacionistas estão certos quanto aos Doze: os Doze cessaram!
Paulo, no entanto, aplica o título mais amplamente (por exemplo, 1 Cor 15:
5-7), a vários agentes inovadores autorizados por Cristo, como ele próprio (Rm
1: 1); Tiago (Gl 1:19); Andronicus e Junia (Rm 16: 7); e provavelmente Silas e
Timóteo (1 Tes 1: 1; 2: 7)." [21]
Em um
livro Paulo, Women and Wives (Paulo, Mulheres e Esposas), Keener ainda é mais enfático ao explicar:
"Também não é natural ler o
texto como meramente alegando que eles tinham uma grande reputação com os
apóstolos. Uma vez que foram presos com ele, Paulo os conhece bem o suficiente
para recomendá-los sem apelar aos outros apóstolos, cujo julgamento ele nunca
cita sobre tais assuntos. Paulo em nenhum lugar limita a companhia apostólica
aos Doze mais a si mesmo, como alguns propuseram (ver especialmente 1 Cor. 15:
5–11). Aqueles que defendem a opinião de que Júnia não era apóstola o fazem por
causa de sua suposição prévia de que as mulheres não poderiam ser apóstolos, não
por qualquer evidência no texto."[22]
O que
Keener está dizendo é que a tática hermenêutica de excluir Júnia do grupo dos
apóstolos não possui evidência no texto, ela é motivada por outras questões
(que não textuais). É como se as pessoas que não concordam com essa visão,
façam exegese do texto já com “pressupostos de que não poderia haver uma
apóstola mulher na Bíblia.”
Em seu
clássico comentário da Epístola aos Romanos (agora disponível em
Língua-portuguesa), Keener diz:
“Andrônico e Júnia parecem
ser uma equipe apostólica marido-esposa (16.7; irmão-irmã é provável e qualquer
outra coisa ter sido escandaloso). (...) Gramaticalmente, é possível ler
‘notável entre os apóstolos’ como sendo honrado por outros apóstolos, mas Paulo
em nenhum outro lugar apela para a opinião dos ‘apóstolos’ como um grupo, de
modo que a maioria dos estudiosos prefere a outra leitura gramatical possível,
a saber, que Paulo chama-os de ‘apóstolos notáveis.”[23]
Então
é claro que para Keener, Júnia foi uma apóstola! Nesse ponto, ele se alinha com
a maioria dos estudiosos.[24]
No estudo sobre “Dons
ministeriais para a igreja”, a Bíblia de Estudo Pentecostal também entende
que os personagens descritos em Romanos 16.7 são apóstolos. [25] Na sua nota explicativa
sobre Rm 16.7 também podemos encontrar a seguinte afirmação: “Andrônico e Júnia
são chamados apóstolos.”[26]
Waldemar conclui sobre Rm 16.7:
“este é o único lugar em que marido e mulher são rotulados como apóstolos.”
(...) Ele [Paulo] observa não apenas que são apóstolos, mas também são
destacados entre os apóstolos.”[27]
Por último, Van Johnson também explica:
‘’Além da designação comum dos Doze, o
termo apóstolo tinha uma gama de significados mais ampla que incluía aqueles
que se distinguiam na igreja primitiva (1 Coríntios 15.5-7) diferencia esses
dois grupos). O que temos aqui é a evidência de que uma mulher estava entre o
grupo maior de ‘apóstolos’.[28]
5.
Que tipo de apóstola Júnia foi?
Atualmente, essa é a questão
mais importante do debate. Porque se Júnia foi uma apóstola, apenas no sentido
de enviada/“missionária”, então esse texto não daria margem para que mulheres
fossem ordenadas na igreja. Por outro lado, se Júnia foi uma apóstola que se
destacou como líder da igreja primitiva, então temos aqui uma base para ordenar
mulheres na congregação. Como os pentecostais veem essa questão? Bem, nesse
ponto, os teólogos pentecostais se dividem, porque o próprio texto não fornece
dados suficientes para tomar partido de forma clara, no entanto, isso não os
impedem de se posicionar.
Por exemplo, a Bíblia de
Estudo Pentecostal explica:
“Andrônico e Júnia são chamados
apóstolos. Aqui, a palavra ‘apóstolo’ é usada no sentido geral, para referir-se
a um mensageiro itinerante ou missionário e não no sentido especial de
‘apóstolo’.” [29]
Esse comentário parece sugerir
que Júnia era apenas uma missionária, não uma líder da igreja.
Aparentemente, Craig S. Keener
não vai por essa direção, pois comentando Rm 16.7, afirma:
“A pergunta maior é o que Paulo
quis dizer ao chamá-los de apóstolos. Enquanto Lucas geralmente reserva o título
para os Doze, Paulo aplica o título muito mais amplamente (começando com seu
próprio ministério; ver 1 Coríntios 15.5-7; Gálatas 1.19; 1 Tessalonicenses 2.7
[com 1.1]). Aqueles que se opõem a Júnia como sendo uma apóstola, observam que
Paulo fala duas vezes de apóstolos (agentes comissionados [enviados] de
igrejas. Contudo, estes nem sempre são especificados como tais (2 Coríntios
8.23; Filipenses 2.25). Não se pode insistir que Paulo fala aqui meramente de
‘enviados de igrejas’ em oposição ao seu sentido normal de ‘apóstolos, uma vez
que ele não oferece tal especificação aqui, a menos que se argumente que as
mulheres não podiam ser apóstolas (o que constituiria um argumento circular
aqui, assumindo o que é projetado para provar). Os outros usos em Romanos se
aplicam a si mesmo (1.1; 11.13). Entretanto, devemos ter em mente que o uso
mais amplo de Paulo por um agente encomendado por Cristo não especifica, como
as pessoas às vezes supõem, ‘membros dos Doze’ ou ‘escritores da Escritura.”
Isso parece implicar uma autorização especial e é normalmente acompanhado de
sofrimento (1 Coríntios 4.9) e sinais e maravilhas (2 Coríntios 12.12).”[30]
Waldemar Kowaslski vai um
pouco mais além:
“Andronicus e Junia não eram o único
marido e equipe de mulheres. Lembra-se de Pedro e dos outros apóstolos em 1
Coríntios 9 que viajaram com suas esposas? No entanto, este é o único lugar em
que marido e mulher são rotulados como apóstolos. Enquanto Paulo usa a palavra
"apóstolo" no sentido de mensageiro, emissário ou "missionário
comissionado", o contexto aqui sugere que ele os está elogiando e
expressando respeito além do serviço cristão de nível mais baixo. Ele observa
não apenas que são apóstolos, mas também são destacados entre os apóstolos.
Percebo que muitos estudiosos argumentam que Paulo não está aqui se referindo a
Andronicus e Junia como cumprindo um papel apostólico da mesma maneira que ele
próprio. Em muitos casos, a evidência deles é que a instrução de 1 Tim 2.11-15
mostra que eles não poderiam ser apóstolos da mesma maneira que Paulo.” Mas
temos esse rótulo "excelente" problemático, que deixa claro que eles
não eram comuns ou médios. Dada a rigorosa defesa de Paulo desse direito ao
título de "apóstolo" em 2 Coríntios, a aplicação de
"destacado" a Andrônico e Júnia sugere que o papel deles era
significativo. Considerando
o acordo inicial e unânime de que Junia é uma mulher e apóstolo, devemos
concluir que Júnia é uma mulher em um papel de liderança.”[31]
Sobre
este ponto, eu não vejo Júnia apenas como uma missionária. Geralmente, quando
Paulo usa esse termo para descrever alguém, trata-se de uma pessoa que exerce
algum tipo de liderança na igreja ou está envolvida em trabalhos pastorais. O
texto não chama Júnia de missionária, mas de apóstola e bem sabemos que uma das
tarefas de um apóstolo é pregar o evangelho, mas não somente isso. Dentre
outras coisas, um apóstolo também é um missionário, mas o contrário nem sempre
é verdade. Recorrentemente, a linguagem neotestamentária para um missionário, é
o termo “evangelista.” Então se Paulo não quisesse dizer que Júnia era uma
líder importante, seria menos problemático tê-la chamado de evangelista. Mas
não foi isso que ele fez ao se dirigir a ela pelo título (cargo) mais alto e
nobre da igreja primitiva. Todas as pessoas que são chamadas de apóstolos por
Paulo são importantes, porque somente Júnia não seria?
O que
é um apóstolo na linguagem paulina? É um plantador de igrejas, um arranca
“toco”, e dentre algumas tarefas que ele exercia estão algumas como: pastorear,
instruir, defender a fé cristã, pregar o evangelho, fortalecer os fracos na fé,
etc. Então embora o texto por si só, não diga claramente que Júnia era uma
“Pastora” ou uma líder da igreja primitiva, o leque doutrinário paulino sobre o
trabalho dos apóstolos nos ajuda a esclarecer que tipo de apóstola ela era. Restringir o apostolado de Júnia à evangelização seria um reducionismo semântico.
Embora
não creia que Júnia estivesse no mesmo nível dos 12 (assim como nenhum outro
apóstolo estava), penso que Júnia desempenhou um ministério de liderança tão
importante e notável quanto o de Paulo.
Se
Júnia foi chamada de apóstola, é porque viu o Senhor ressurreto (essa era uma
das condições para o apostolado 1 Co 9.1. Ela parece pertencer àquele grupo de
apóstolos mencionados em 1 Co 15.7.
O fato
de Júnias ser citada em par com seu esposo Andrônico, também pode indicar que
seu ministério detinha funções semelhantes às das duplas de apóstolos
mencionados em Atos dos apóstolos como Paulo e Barnabé, depois Paulo e Silas/
Barnabé e João Marcos. Essa seria uma prática mais antiga existente já nos dias
de Jesus (Quando ele envia os 70 discípulos de dois em dois Lc 10.1-11). O
Evangelista Mateus também menciona os apóstolos em pares de dois (Mt 10.1-4). A
pergunta seria: Porque Júnia seria somente uma missionária? Por ser mulher?
Outra
pista: Andrônico e Júnia foram presos por conta do Evangelho. Isto significa
que eles eram ameaças ao paganismo. No Novo Testamento, todos os outros apóstolos
que foram presos por conta do Evangelho exerciam papéis e funções de liderança
na igreja, porque somente Júnia estaria de fora? Por ser mulher? O protagonismo
do casal indica, aponta e fortalece o argumento de que Júnia exercia liderança
na igreja primitiva.
Por
último, primeiro os complementaristas tentaram masculinizar Júnia, depois tentaram
excluí-la do corpo apostólico, agora a tática é minimizar seu trabalho e
importância. Júnia já foi esquecida, silenciada, minimizada e já foi
transformada até mesmo em ‘homem’, mas uma coisa é certa, Júnia ainda continua
fazendo barulho e sendo uma pedra no sapato dos complementaristas. Eu desejo
sinceramente que os debates continuem e os pentecostais brasileiros se
atualizem sobre o assunto.
Conclusão:
Quem é a Júnia de Romanos
16.7? De acordo com as informações de Paulo (Romanos 16.7), era uma apóstola[32], alguém notável
(destaque) entre os apóstolos, uma companheira de prisão, era judia e
provavelmente esposa ou irmã de Andrônico. Paulo também dirá que ela estava em
Cristo antes dele. Esse detalhamento tão meticuloso mostra que era uma figura
importante e certamente influente. Vários
Pentecostais sérios estão convictos disso, sendo assim, a minha visão sobre
Júnia não se distancia, nem rompe com nossa tradição. Que mais pentecostais
estudem sobre o assunto, Deus abençoe!
[1]
“Alguns teólogos dizem que Júnias
(ou Júnia) era uma apóstola. Mas, pelo que tudo indica, ele (e não ela) era
apenas um cooperador de Paulo. Mesmo que Júnias fosse uma mulher, o texto
bíblico não confirma o seu apostolado, pois não era comum uma mulher ficar presa
com homens: “Saudai a Andrônico e a Júnia, meus parentes e meus companheiros na
prisão, os quais se distinguiram entre os apóstolos e que foram antes de mim em
Cristo” (Rm 16.7). Distinguir-se entre os apóstolos não significa,
necessariamente, exercer o apostolado. Marcos e Lucas, por exemplo, não eram
apóstolos e se distinguiram, se notabilizaram, entre eles.” https://cirozibordi.blogspot.com/2011/12/por-que-deus-prioriza-o-homem-na.html.
Acesso: 28/09/2019.
[2] Esse artigo não é uma Exegese meticulosa de Romanos
16.7, mas um texto sobre pentecostais que juntamente comigo veem Júnia como
apóstola.
[3] Já existem vários livros nos EUA exclusivamente
sobre Júnia.
[4] Temos poucas referências a Júnia nos
escritos assembleanos do Brasil. Por exemplo, na Lição Bíblica (1 Trimestre de 2006 CPAD), a primeira lição
cujo tema é “A Igreja de Roma”, trata de Romanos 1.7-15 e de 16.3-7,16. Vários
personagens são citados como Epenêto, Apeles, Trifena, Trifosa, Priscila,
Áquila, Maria, etc. Nada é dito sobre Júnia... Noutra lição Bíblica (2
Trimestre de 2014), o comentarista Elinaldo Renovato de Lima (lição 6) tratando
acerca dos apóstolos fora dos 12, cita o teólogo pentecostal Stanley Horton que diz: “O Novo
Testamento indica que havia outros apóstolos que também haviam sido dados como dons à Igreja. Entre eles se acham Paulo e Barnabé (At 14.4,14), bem como os
parentes de Paulo, Andrônico e Júnia (Rm 16.7).” Ou seja, para o Elinaldo Renovato,
Júnia era mulher e apóstola (num significado mais amplo). Sobre a feminilidade
de Júnia, fica claro no seu livro de apoio “As Ordenanças de Cristo nas Cartas
Pastorais.” (CPAD), onde no capítulo 4, ele fala das mulheres no Novo
Testamento. Nas suas palavras, Paulo “enaltece o trabalho de várias mulheres,
como Febe, Priscila (líder), Maria, Júnia, Trifena, Trifosa, Pérside, Júlia,
Olimpas (ver Rm 16.1-15).” Já no livro
de apoio e lição sobre a epístola aos Romanos (Maravilhosa Graça CPAD), o
comentarista e autor José Gonçalves diz sobre Romanos 16.7: “... enquanto
outros se tornaram notáveis entre os apóstolos” não deixando muito claro qual
sua posição sobre se Júnia era mulher ou homem e Apóstolo (a) notável ou
notável para os apóstolos. Para o Pastor e Mestre Antonio Gilberto, não há como
saber se Júnia era homem ou mulher... Ele diz: “Ninfa, v.13 (no original, o
nome Ninfa está no caso acusativo de declinação gramatical (Nymphan); daí não
se saber se trata de nome masculino (Nymphas) ou o nome feminino (Nympha) (É o
mesmo caso de Romanos 16.7, onde lemos “Júnia”. No original, está no caso
acusativo: "Ioyniam"). (http://www.cpadnews.com.br/blog/antoniogilberto/fe-e-razao/56/ministerio-dinamico-(parte-1).html. Acesso 29/09/2019). No livro “O
Espírito e a Palavra” (CPAD), no capítulo 13, há uma seção intitulada “O
Apóstolo Paulo e as Mulheres”. Nela, o autor Gutierres Siqueira, apesar de
citar algumas mulheres como Prisca e Áfia, também não faz nenhuma citação a
Júnia... Por último, o saudoso Pastor Severino Pedro da Silva em seu livro “A
Igreja e as Sete Colunas da Sabedoria”, coloca Júnia na lista daquilo que ele
chama de “apóstolos subentendidos.” Ele diz: “Chamamos de ‘apóstolos
subentendidos’ aqueles que chegaram a fazer parte do apostolado, mas que não
foram nomeados assim. Eles são portanto, descritos no ‘ofício’ e não no
‘título.’ Podemos destacar estes: (...) b) Andrônico e Júnia (Rm 16.7).”
(PEDRO, p. 140). Na Teologia Sistemática (CPAD, p. 115), do teólogo Eurico Begsten, na seção que se fala dos apóstolos são mencionados personagens como Paulo, Silvano, Barnabé e os 12. Andrônico e Júnia são completamente ignorados. Na edição 77 da Obreiro Aprovado, Ano 39 - nº 77 - 2º Trimestre/2017, finalmente encontramos um artigo um que trata sobre Júnia de forma mais expandida (embora o autor não tenha a mesma visão que a minha). O título do artigo é: Júnia era uma obreira apóstola?
[5] Essa obra elencou algumas coisas para o
debate, como: 1. O nome em Romanos 16: 7 foi considerado um nome feminino na
igreja primitiva por praticamente todos os escritores antigos. 2. As versões
gregas das escrituras continuaram a soletrar como um nome feminino, com exceção
de Alford em 1852 e nem notaram que poderia ser um nome masculino no apêndice
até Weymouth em 1892. 3. Traduções antigas, como as versões latim antigo,
vulgata, sahidic, copta bohairic e siríaco, o soletram como um nome feminino. 4.
As traduções em inglês o leem como "Junia" até a última parte do
século XIX, quando foi subitamente alterado para um nome masculino
"Junian" ou "Julian" ou alguma variação. 5. Enquanto alguns
acreditam que este era um apelido para o nome masculino “Junias”, Junias nunca
apareceu como um nome nos primeiros séculos depois de Cristo e, portanto, não
precisaria de uma forma de apelido. Epp
lista manuscritos e coleções até Baljon (1898) e todos têm Junia como mulher,
exceto Alford (1858). São
31 edições oficiais do texto grego contra 1.
[6]
A opinião mais recente da maioria
dos pensadores é a favor de um nome feminino. Ver Morris, The Epistle to
Romans, 533; Lampe, “The Roman Christians,”, 223-24; Stott, The Message of
Romans, 396; Moo, The Epistle to the Romans, 922-23/ Screiner, Romans, 795-96;
Osborne, Romans, 406-07.
[8] KEENER, Craig S. Comentário de Romanos.
Editora Reflexão, 2019. Pp. 299-300.
[12] STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico
Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD. Pg. 116
[14] Melissa Archer (PhD, Bangor
University) é Professora Associada de Estudos Bíblicos na Southeastern
University em Lakeland, FL. Ela
é exortadora da Igreja de Deus em Cleveland, Tennessee. A Dra. Archer recebeu
seu PhD pela Universidade de Bangor, no País de Gales. Sua dissertação é
intitulada ' Eu estava no
Espírito no dia do Senhor': um compromisso pentecostal com adoração no
apocalipse . Ela é membro da Sociedade de Literatura
Bíblica, bem como da Sociedade de Estudos Pentecostais.
[15] MARGARET. Women in Pentecostal and
Charismatic Ministry: Informing a Dialogue on Gender, Church, and Ministry.
Boston: Brill, 2016. P. 42
[16] Asian Journal of Pentecostal
Studies, Volume 20, Number 2 (2017). Pp.
158-159.
[17] Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio
de Janeiro: CPAD. P. 1579.
[18]
MARGARET. Women in Pentecostal and Charismatic Ministry: Informing a Dialogue
on Gender, Church, and Ministry. Boston: Brill, 2016. P. 42
[22] Craig S. Keener, Paul, Women and Wives (Peabody:
Hendrickson, 1992), 242, quoted in Rebecca Merrill Groothuis, Good News
for Women: A Biblical Picture of Gender Equality (Grand Rapids: Baker,
1997), 195
.
[23] KEENER, Craig S. Comentário de Romanos.
Editora Reflexão, 2019. Pp. 299-300.
[24] “A maioria dos estudiosos lê a
expressão grega como indicação de que ambos eram apóstolos.” KEENER, Craig S.
Comentário Histórico-Cultural da Bíblia- Novo Testamento. Pg. 545
[25] STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. Pg. 1814.
[26] STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. Pg. 1727.
[28] STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico
Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD. Pg. 116
[30] KEENER, Craig S. Comentário de Romanos.
Editora Reflexão, 2019. Pp. 299-300.
[32] Há um artigo em inglês atualizado sobre
o assunto. Nele podemos encontrar a seguinte conclusão: “Segundo as Escrituras, Júnia era uma
apóstola. A evidência é autoritária, convincente, diversa e
objetiva. O testemunho de manuscritos antigos, declarações de vários
líderes da igreja até o século XII, definições lexicais, construção gramatical,
exemplos das escrituras, consistência das traduções da Bíblia a partir dos anos
1300 em diante, e extensas bolsas de estudos contemporâneas e anteriores
fornecem evidências conclusivas de que Júnia era uma apóstola feminina.” https://www.cbeinternational.org/resources/article/priscilla-papers/junia-female-apostle-examination-historical-record.
Acesso: 29/09/2019.
Há um artigo muito bom e contrário (mas aí é que os argumentos se firmam) do Pr. Silas Daniel, na Revista Ensinador Cristão. Só não lembro qual a edição (foi numa que falava da administração da AD em Recife). Fez uma ginástica tremenda e por fim morreu na falácia do argumento literalista semântico. Coloco sempre as coisas na seguinte perspectiva: a CPAD que é contrária à ordenação feminina, tem no cast da CPADNews uma pastora: Elaine Cruz. É contradição que não acaba mais!
ResponderExcluirCraig S.Kenner acrescenta:"Os antigos leitores reconheciam que Junias era mulher[...] As maioria dos estudiosos lê a expressão grega como indicação de que ambos (Andrônico e Junias) eram apóstolos. Parabéns! Sou assembleiano e já defendia o ministério pastoral feminino. Seu artigo me fornece mais argumentos.
ResponderExcluirQuero que todos saibam o quanto sou grato pela restauração do meu casamento com a ajuda de um feiticeiro chamado Dr.Akhere. Ele é ótimo e único, consegui o contato dele aqui online a partir de depoimentos que li sobre ele ... eu disse a ele meus problemas e ele lançou um feitiço de amor que trouxe meu marido de volta para mim depois que ele me traiu e quis o divórcio, para minha maior surpresa meu marido veio com um carro novo marrom que ele acabou de comprar para mim, esta é a melhor coisa que já aconteceu comigo e agora estamos vivendo muito felizes juntos. Dr.Akhere está lá para responder ao seu problema de relacionamento e qualquer problema espiritual. entrar em contato com ele no e-mail: Akheretemple@yahoo.com, você também pode adicioná-lo no WhatsApp +1(315)316-1521
ResponderExcluirParabéns pelo esclarecimento.
ResponderExcluirA paz do senhor Jesus Cristo a todos.
ResponderExcluirEstudo muito bom.
Deus abençoe.
Nadir é feminino ou masculino? Nair? marivaldofornazin@yahoo.com.br
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