2 de março de 2019

Falando nas Línguas como a Evidência Inicial e Física do Batismo no Espírito Santo




Por  BC. Radek Smetana.

Tradução: Everton Edvaldo.

Introdução

A Evidência Física e Inicial do Batismo no Espírito Santo é uma das doutrinas centrais das Assembleias de Deus (01), a maior denominação pentecostal do mundo. Juntamente com a ênfase no Batismo no Espírito como uma experiência distinta e subsequente à experiência do Novo Nascimento (02), estas são duas doutrinas clássicas e distintas do Movimento Pentecostal. Essa distinção é especialmente importante no mundo Carismático e Evangélico (03).



Essas duas doutrinas também provocam a maior controvérsia (04). A evidência inicial parece ser a mais explosiva. De fato, tem sido dito que os críticos modernos do Movimento Pentecostal não têm problemas com seus esforços no evangelismo, estilo de adoração, etc., mas sim com a doutrina da evidência inicial (05). “As línguas fazem as pessoas brigarem” (06).



Embora pudéssemos considerar essas palavras fortes demais, poderíamos concordar que o fenômeno de falar em línguas, talvez mais do que qualquer outro, marcou o Movimento Pentecostal do século XX (07).

Por outro lado, o pentecostalismo - como em todos os outros movimentos dentro do cristianismo - é um organismo vivo com algum tipo de movimentação interna. E embora a doutrina da evidência inicial seja a clássica, sempre houve pessoas dentro do próprio movimento que diferiam em suas opiniões a respeito delas (08).

Até mesmo alguns dos primeiros líderes hesitaram em afirmar a necessidade de línguas como a evidência física inicial do batismo no Espírito (09).


Podemos ver uma discussão contínua sobre esta questão ao longo da história do próprio Movimento Pentecostal e dentro do corpo mais amplo do mundo cristão. No entanto, uma mudança significativa pode ser vista na discussão com outras partes do Corpo de Cristo nos últimos anos. Podemos ver uma abertura real para o trabalho do Espírito Santo em todo o espectro cristão. Por exemplo, os evangélicos reexaminaram suas posições teológicas, e afirmam ter os mesmos dons que os pentecostais (10). Isso trouxe não apenas bons frutos e uma aceitação maior dos pentecostais entre outras tradições, mas também algum grau de incerteza e confusão dentro das próprias fileiras do Pentecostalismo. Como W.W. Menzies afirma, novas perguntas estão sendo feitas por aqueles que estão genuinamente interessados ​​na obra do Espírito, mas isso também traz nuances que levantam questões importantes para os pentecostais clássicos (11). Eles têm que definir mais claramente o coração de sua teologia, onde a doutrina da a evidência inicial está no centro.

Uma das razões importantes pelas quais escolhi este tópico como tema do meu ensaio, está relacionada com o meu próprio contexto. Eu venho de um país pós-comunista no qual o Movimento Pentecostal obteve seu reconhecimento oficial como parte legal da cena religiosa em 1989. Antes, os pentecostais existiam como movimento clandestino e perseguido por muitas décadas. Nenhuma divulgação, educação ou publicação foi oficialmente permitida. Desde 1989, muito tem sido feito especialmente na área de evangelismo (12), plantação de igrejas (13) e educação (14). Na área de teologia, bons materiais teológicos começaram a ser publicados, especialmente traduções de outras línguas (principalmente do inglês), (15). No entanto, debates sobre os pontos marcantes das ênfases doutrinárias pentecostais, como o batismo no Espírito e o falar em línguas, não foram muito representados. Isto é por causa da falta de literatura publicada na língua tcheca sobre essas questões e os debates que se desenvolveram ao longo dos anos em território anglo-saxão (16). Geralmente, podemos dizer que apenas perspectivas positivas são introduzidas. Alguns autores com perspectivas alternativas podem ser encontrados nas traduções tchecas, mas não muitas (17). Nem existe um documento como uma declaração oficial de verdades fundamentais. Só se presume que todo pastor do movimento mantenha a posição clássica.



O objetivo deste ensaio é trazer breves reflexões dos pontos importantes da discussão sobre a doutrina da evidência inicial e, se possível, o desenvolvimento atual dessa discussão. Assim, se traduzido, este trabalho poderia acrescentar alguma informação àquela que já possuímos e ampliar o quadro desta importante questão.


Doutrina e terminologia definidas

A doutrina da evidência inicial declara que o batismo dos crentes no Espírito Santo é evidenciado pelo sinal físico inicial de falar em línguas conforme o Espírito de Deus lhes concederem que falem (18). Está intimamente ligada a outra doutrina pentecostal central: que o batismo no Espírito é uma experiência distinta e subsequente à experiência do Novo Nascimento. A doutrina tenta expressar que embora possa haver muitos sinais de que a vida cristã é fortalecida pelo Espírito Santo, há um sinal externo que Deus forneceu como indicação imediata de ser batizado no Espírito Santo - isto é, o falar em línguas (19).



Deve-se reconhecer que o termo ''evidência inicial'' não é um termo bíblico (20) e que essa  doutrina é derivada principalmente do livro de Atos, embora o contexto de toda a Bíblia tenha sido enfatizado cada vez mais (21). A ausência desse termo na Bíblia é frequentemente vista como uma indicação de que a questão da evidência inicial simplesmente não é levantada na Bíblia e que o esforço dos pentecostais para definir essa doutrina é bastante artificial. A resposta dos proponentes é que toda formulação teológica não é isenta de sua limitação, pois representa a tentativa humana de expressar o que a Palavra de Deus significa. No entanto, consegue captar bem o sentimento de expectativa inerente às páginas do Novo Testamento, especialmente no livro de Atos (22).



Glossolalia, o termo técnico derivado da frase grega glossais lalein usada no Novo Testamento, significa, literalmente falar em (ou “com” ou “por”) línguas. A xenolalia descreve glossolalia quando a língua falada é identificável como uma dentre as mais de três mil línguas conhecidas (23). Parece que Lucas no livro de Atos entende desta maneira - como o falar de línguas reais. O apóstolo Paulo implica em 1 Coríntios 13:1 a ideia de falar nas línguas dos anjos, mas não há um consenso geral de que tal interpretação possa ser apoiada (24).

Questão 1 - Hermenêutica

A hermenêutica pode ser definida como os princípios usados ​​para interpretar apropriadamente as Escrituras (25). Todo aquele que tenta interpretar fielmente as passagens bíblicas deve seguir alguns princípios hermenêuticos. Há aceitação comum de alguns princípios básicos entre o movimento evangélico. B.T. Noel acredita que os seguintes princípios são importantes para a Hermenêutica Evangélica: intenção autoral, conteúdo gramatical do texto, [contexto] histórico do texto, autor e público original (26). É na área da hermenêutica que a doutrina da evidência inicial é fortemente contestada.

Passagens narrativas ou didáticas

A teologia pentecostal e a hermenêutica tem algumas características distintas e estas estão enraizadas em Lucas - Atos. “Sem os escritos de Lucas não poderia haver teologia pentecostal.” (27).

O principal suporte para a doutrina da evidência inicial vem dos textos narrativos no livro de Atos (28). Essa suposição tem estado historicamente sujeita a grandes críticas. O argumento clássico dos evangélicos é que, se as passagens da narrativa têm algo a ensinar, deve ser explicitamente declarado ali. Se não, a passagem narrativa não pode funcionar de maneira normativa (29).

Segundo W.W. Menzies, esta é a razão pela qual a teologia evangélica tem sido em grande parte, a teologia paulina. Para ela, os escritos de Paulo  representam a fonte da teologia, enquanto os Evangelhos e os Atos fornecem o marco histórico para essa reflexão teológica (30).

O uso de 2 Tm. 3:16 -17 (31) como resposta a esse último argumento não é de muita ajuda porque é óbvio que algumas práticas das narrativas bíblicas simplesmente não são mais repetidas (32). Mesmo assim, a nítida divisão entre passagens narrativas e didáticas parece ser uma visão simplista demais.

Do lado pentecostal, foi Roger Stronstad quem tentou mostrar que Lucas não era apenas um historiador, mas também um teólogo em si mesmo (33) e que sua teologia claramente tem alguns traços carismáticos. (34) I. H. Marshall também! 

Sendo que os mesmos proponentes do argumento contra o uso de passagens narrativas admitem a possibilidade da doutrina fluir da narrativa. O problema é que doutrina isso pode ser (35).

Vários autores resistem à tendência de ressaltar essa divisão (36). Segundo alguns, parece até ser um argumento orientado para o Ocidente (37). Isso é especialmente interessante à luz do fato de que há uma rápida multiplicação de crentes na América do Sul, na África e na Ásia, onde o poder do Evangelho não foi tão nutrido por uma abordagem racionalista da teologia (38) e onde a narrativa desempenha um papel mais importante do que no Ocidente. Deve-se também considerar que “a igreja estabeleceu legitimamente algumas de suas doutrinas e práticas através da narrativa histórica” (39).


Geralmente pode-se dizer que há mais abertura no mundo evangélico para o papel da narrativa hoje. Menzies chama isso de "revolução silenciosa", que enfatiza a importância das narrativas bíblicas e a riqueza do testemunho bíblico. Essa mudança hermenêutica no mundo evangélico mais amplo, abre novas possibilidades de diálogo com os pentecostais (40).

Experiência normal ou normativa.



Certamente, uma narrativa sozinha não faz uma doutrina. Deve haver repetição para estabelecer a norma, e esse é o outro ponto de discordância em relação à evidência inicial.



A posição tradicional do pentecostalismo clássico diz que falar em línguas sempre acompanha o batismo no Espírito Santo. Três passagens-chave (ou cinco (41) são extraídas de Atos para demonstrar que as pessoas estavam falando em línguas quando foram batizadas no Espírito Santo.

Rick Walston, um ex-ministro da Assembleia de Deus, compartilha em seu livro "The Speaking in Tongues Controversy", (A controvérsia do falar em línguas), as razões pelas quais ele mudou de ideia em relação a essa questão depois de ter mantido a posição pentecostal clássica por 20 anos. Ele tenta demonstrar que falar em línguas é normal, mas não é a experiência normativa (42). Para Walston, normal significa algo que pode acontecer, enquanto normativo sustenta a ideia de que algo deve acontecer (43).

Este argumento está intimamente ligado ao propósito que Lucas tinha em mente ao escrever o livro de Atos. James Dunn desafiou a abordagem das Escritura que trata o Novo Testamento como um todo homogêneo, de qualquer parte do qual textos podem ser extraídos de um assunto escolhido.

Ele sugeriu, em vez disso, que uma abordagem melhor é levar em consideração cada autor e livro separadamente, descobrindo suas ênfases teológicas particulares (44).

Walston, considerando o propósito de Lucas, argumenta que a intenção de Lucas não poderia ter sido estabelecer o padrão de evidência inicial porque há muitas ocasiões em Atos em que as pessoas acreditavam (e muito provavelmente experimentaram um batismo no Espírito), mas que nenhuma menção de falar em línguas é encontrada. Primeiro, ele compara cinco passagens tradicionais apresentadas como base para a doutrina da evidência inicial e, em seguida, mostra que mesmo aqui apenas três vezes, "o falar em línguas" é explicitamente mencionado. Ainda assim, ele conclui que “se houvesse, de fato, três incidentes explícitos de língua de um total de cinco, isso seria evidência razoavelmente forte (dedutiva)” (45).


Walston prossegue e apresenta outras 23 ocasiões em que o batismo do Espírito é pressuposto (depois que as pessoas são salvas), mas que o falar em línguas não é mencionado (46) e conclui o seguinte:


Argumentando que o padrão bíblico de que todos os que são batizados no Espírito Santo devem falar em línguas como a evidência física inicial dessa experiência é agora visto como uma generalização precipitada do raciocínio indutivo defeituoso (47).



A base deste argumento é a questão da intenção autoral, que é considerada por Walston a mais convincente. A questão norteadora é: Que importância Lucas dá às línguas como evidência do batismo no Espírito Santo? A resposta é que a ênfase de Lucas é predominantemente soteriológica, não pneumatológica, (48) e ele não está tentando estabelecer um paradigma sobre o falar em línguas.


Menzies concorda que a questão do que constitui "a evidência inicial" não é levantada em Atos ou no Novo Testamento em geral, mas isso não necessariamente "torna a doutrina inválida" (49). Ele responde que a doutrina das línguas evidenciais não pode ser tratada apenas em termos das categorias da teologia bíblica e que um enfoque exclusivo na “intenção primária” de um autor frequentemente leva a uma forma de “visão de túnel” que ignora as implicações de um texto individual para a perspectiva teológica do autor (50). Embora ele concorde com a abordagem de Dunn e encoraje os pentecostais a considerar seriamente a perspectiva teológica cada autor bíblico ao fornecer respostas convincentes sobre o elementos fundamentais de sua teologia, ele sugere também que a relação entre as línguas e o batismo no Espírito é mais uma questão de teologia sistemática. (51)

O Testemunho do Novo Testamento somente ou ambos os Testamentos juntos.

Em vez de enfatizar meramente o livro de Atos como a base para a doutrina, há uma sugestão para ver o fenômeno da glossolalia a partir da perspectiva mais ampla de todo o testemunho bíblico, especialmente o Antigo Testamento. Essa abordagem poderia se encaixar na alegação de Menzies de aplicar a teologia sistemática no assunto. “O Espírito Santo no Antigo Testamento raramente, ou nunca, vem de forma irreconhecível.” (52).

Os defensores desta visão mais holística enfatizam que sempre que o Espírito Santo interrompe uma vida humana, várias demonstrações de Seu poder e presença são demonstradas, acima de tudo, o dom da linguagem profética.



De fato, essas ocorrências frequentemente exibiam um processo de dois estágios. O Espírito Santo veio sobre a pessoa e a pessoa deu testemunho com um discurso profético repentino (53).



Além disso, o mesmo autor, Enloe, vê semelhanças na experiência de quatro profetas do A.T (54) quando ouviram pela primeira vez sons inspirados, viram visões divinas, sentiram uma sensação divinamente inspirada e proferiram palavras divinamente inspiradas. Atos 2 então repete o mesmo modelo - os 120 primeiro ouviram um som e então viram a aparência do fogo; eles provavelmente sentiram o Espírito Santo e começaram a falar palavras inspiradas pelo Espírito. Enloe chama essa experiência de um “caso de livro didático”. A única diferença é que agora o dom do Espírito é dado a todos, o que é considerado como uma “democratização” da experiência e poder profético.

De acordo com os proponentes da doutrina da evidência inicial, essa conexão entre o Antigo e o Novo Testamento também é vista no uso do termo grego incomum encontrado na frase “falar em outras línguas, conforme o Espírito  habilitou (apoftengomai) eles” em Atos 2. Este mesmo termo é usado na Septuaginta para a fala sobrenaturalmente inspirada e

Lucas cria uma ponte conceitual para o leitor grego original, quando ele usou o mesmo verbo para descrever a fala para a multidão na língua conhecida (verso 14). Lucas mostra que o mesmo Espírito Santo guiou os dois eventos de falar - um em línguas e outro em uma língua conhecida (55).

Este argumento não responde inteiramente à questão de se o batismo do Espírito é sempre acompanhado por falar em línguas; no entanto, isso pode nos ajudar a não depender muito do livro de Atos.


Questão 2 - Propósito das línguas.


“Se a grande quantidade de texto é o padrão, mais é dito nas Escrituras sobre glossolalia do que sobre o nascimento virginal ou a ordenação de mulheres.” (56)



Uma parte importante da discussão sobre a doutrina da evidência inicial está ligada ao propósito das línguas. Apesar da quantidade de referências e do fato de que falar em línguas é provavelmente a forma de discurso religiosa mais pesquisada na segunda metade do século XX, (57) ainda há uma variedade de opiniões sobre o objetivo desse fenômeno.


Os pentecostais clássicos distinguem entre falar em línguas como “a evidência física inicial do batismo do Espírito” (refletindo os relatos em Atos) e “o dom de línguas” mencionado em 1 Coríntios (58). Embora estes sejam distintos em propósito e uso, eles são os mesmos em essência (59). As línguas mencionadas em Atos são evidenciais e privadas, enquanto as línguas mencionadas nas Epístolas são públicas e destinadas à edificação geral quando usadas com o dom da interpretação (60).

O livro de Atos

Como já foi introduzido, Lucas registra especificamente os incidentes de línguas em três ocasiões (Atos 2, 10, 19). A perspectiva pentecostal (juntamente com passagens menos explícitas de Atos 8 e 9) compreende esses incidentes como confirmação do Batismo no Espírito. Ainda permanece a questão: qual é o propósito de falar em línguas no livro de Atos? Lucas não explica explicitamente isso.

Uma das possíveis respostas está relacionada com o significado da glossolalia no texto bíblico. Como já foi sugerido, o testemunho mais amplo das Escrituras (incluindo o A.T) parece implicar que falar em línguas está de alguma forma ligado à profecia “que é, por sua vez, o sinal de que se experimentou os benefícios (especialmente o poder em Lucas) da comunidade escatológica ” (61).

Enloe faz uma declaração similar: “Eu acredito que as línguas servem como confirmação profética do batismo do Espírito” (62).

O discurso profético foi um sinal da vinda do Espírito no Antigo Testamento e permanece também como a grande marca da vinda do Espírito na era do Novo Testamento.

Lucas certamente colocou experiências glossolálicas estrategicamente através dos Atos em um padrão tridimensional narrativo clássico, chegando a tornar claro que a glossolalia era, no mínimo, um sinal definitivo da vinda do Espírito (Atos 10:46) (64).

Muitos veem uma conexão entre o fenômeno pentecostal da glossolalia e a dispersão das nações em Babel. F. Macchia ressalta que as línguas de Pentecostes eram sinal de que o Deus de Israel agora também era revelado como o Deus das nações. Ele chama isso de "gentilização" do Espírito que estava ativo em Israel (65). Ele também vê no evento de Pentecostes um protesto inerente contra qualquer esforço para domesticar o Evangelho a um único idioma ou cultura (66).

Em relação ao argumento da “gentilização”, deve-se reconhecer que os críticos da doutrina da evidência inicial usam essa ideia para mostrar que a principal razão da glossolalia em Atos era mostrar aos judeus a aceitação de Deus primeiro dos samaritanos (Atos 8) e depois os gentios (Atos 10). Eles veem as línguas como "evidenciais" no sentido de expandir o evangelho para fora do mundo judeu e concluem que estas eram ocorrências únicas que não estabelecem um paradigma para todo crente. As línguas serviam apenas para chamar a atenção dos judeus e para indicar que Deus estava agora derramando o seu Espírito sobre toda a carne (67) L. Hurtado sugere que cada uma das ocasiões (Atos 2, 10, 19) fornece uma base para mostrar que o Espírito estimula e acompanha o progresso do Evangelho em novos grupos étnicos e culturais.

Pode ser bom acrescentar aqui que parece que não há apoio para a alegação de que os glossais lalein em Atos serviam como propósito evangelístico (69). Como já mencionado, Charles Parham, o primeiro promotor da evidência inicial, considerou falar em línguas o componente-chave no plano divino de acelerar o evangelismo missionário, pressupondo que o missionário receba a linguagem da nação sem aprendê-la (70). Mais tarde, essa ideia foi rejeitada. “As línguas não são para evangelismo”. (71).

Também deve ser reconhecido que não há nada em Atos que corresponda ao fenômeno congregacional das línguas, descrito por Paulo em I Cor. 12 - 14 ou práticas privadas.

Escritos de Paulo

Paulo falava em línguas mais do que outros (72); no entanto, não há registro que apóie diretamente a ideia de ele teria falado em línguas depois de ser batizado no Espírito (73). Para alguns, a passagem em Atos 9 indica que ele não o fez, e eles sugerem que as línguas são apenas um dos dons manifestados no momento do batismo no Espírito.

M.W. Mittelstadt salienta que F.F. Bosworth não conseguiu reconciliar a separação de línguas como evidência inicial do "dom de línguas". Ele advertiu que nenhum dos apóstolos inspirados ou qualquer um dos grandes ganhadores de almas do mundo jamais pensaram nisso (74).


Este argumento é às vezes encontrado com a sugestão de que Lucas e Paulo diferiam em intenção e ênfase em seus escritos. Uma vez que entendemos isso, somos capazes de reconciliar o ensino de ambos os autores. Assim, ambas as ideias - a evidência inicial e o dom de línguas - podem ser introduzidas juntas (75).


Geralmente, poderíamos dizer que até mesmo Paulo não diz explicitamente porque Deus deu o dom de línguas. No entanto, ele indica várias maneiras pelas quais elas funcionam:



1) As línguas como um sinal (77): A citação do Antigo Testamento nesta passagem implica que glossolalia é um sinal para os incrédulos, mas não como uma ajuda evangelística como poderia ser suposto. É sinal do julgamento de Deus sobre a incredulidade.


(2) Línguas para a edificação da igreja: línguas com interpretação servem como uma ferramenta para fortalecer a assembleia dos santos. Nesse sentido, elas são tão importantes quanto a profecia (1 Coríntios 1: 5c); no entanto, ao contrário da profecia, o principal destinatário das línguas é Deus, não a igreja.


(3) Línguas como uma Expressão de Oração Privada e doxologia: como já sugerido, parece que as línguas têm mais funções no pensamento de Paulo. Elas têm o potencial de edificar não apenas a congregação, mas também todo crente (78).


(4) Línguas para a edificação dos crentes: Paulo é muito positivo sobre a natureza edificante das línguas; ele deseja que todos os crentes em Corinto falem em línguas (I Cor. 14: 5) (79).



Especialmente em conexão com o último ponto, a questão é levantada: se glossolalia é tão útil para o crente, devemos esperar que todos falem em línguas? Parece que Paulo não o fez; (80) no entanto, ele desejou que todos pudessem (81). Essas passagens são difíceis de explicar, e há várias opiniões a respeito dessas duas afirmações. W. Menzies tenta reconciliar essas duas passagens com a presunção de que I Cor. 12:30 está se referindo a falar em línguas em uma assembleia (82). Assim, a acessibilidade deste dom para todos os crentes seria mantida. Outros, por exemplo, Max Turner, no entanto, permanecem sem ser convencidos com essa explicação (83). 


Em relação a I Cor. 14:5, W.W. Menzies pressupõe que “nada no contexto sugere que o desejo de Paulo de que todos falassem em línguas não pode ou não deve ser realizado”. (84)


A resposta de Turner é que “juntamente com I Cor. 12:30, I Cor. 14: 5, sugere que nem todos falam em línguas, em qualquer contexto, mas que Paulo ficaria satisfeito se pudessem." (85)



Tendo revisado os escritos de Lucas e Paulo, podemos concluir que a glossolalia é um fenômeno ambíguo e sua finalidade nem sempre é totalmente explicada. Este fato deixa espaço para diversas perspectivas de como o falar em línguas pode ser percebido e parece trazer confusão também em relação à evidência inicial. 


Questão 3 - Desenvolvimento histórico da doutrina.


“A história não está do lado da evidência.” (86). Outro argumento importante concernente à evidência inicial é que, embora o falar em línguas não esteja ausente da história da igreja, (87) a conexão entre o batismo no Espírito e o falar em línguas está ausente (88).



Parece evidente que nenhum indivíduo ou grupo significativo na história da Igreja fez a conexão entre o batismo no Espírito Santo e a necessidade de falar em línguas (89).


A observação mais próxima da história da igreja implica que há muito mais evidências de que o batismo do Espírito seja uma experiência subseqüente da conversão, do que falar em línguas, sendo a evidência inicial do batismo no Espírito Santo (90). De acordo com S.M. Burgess, mesmo os dualistas radicais não fizeram nenhuma conexão específica entre o batismo do Espírito e o falar em línguas (91).

Aqueles que creem que Marcos 16: 9-20 é um apêndice acrescentado ao Evangelho, ver na menção de línguas nesta passagem a evidência de que a glossolalia persistiu até o segundo século (92). No entanto, isso é mais um argumento para o 'falar em línguas' apenas, não para evidência inicial.

A era da Reforma não trouxe nenhum desenvolvimento no assunto. Depois de Agostinho, Lutero argumentou que "novas línguas" haviam sido um sinal para os judeus, e essa confirmação não é mais necessária. Para Calvino, o testemunho interior do Espírito é mais importante que os dons. Dentro da Reforma Radical, a glossolalia permaneceu incidental e ocasional (93).

No século XIX, E. Irwing chamou a glossolalia de “um sinal permanente” da presença do Espírito. Foi logo após a virada do século passado, quando Charles Fox Parham primeiramente conectou a experiência de falar em línguas com o batismo no Espírito, mas até ele estava errado em sua conclusão a respeito do propósito da glossolalia.

A partir desta breve revisão, podemos concluir que é difícil defender a doutrina da evidência inicial a partir da perspectiva de seu desenvolvimento histórico. Ainda quando reconhecemos que foram necessários muitos séculos para restaurar a ênfase teológica encontrada na Bíblia, poderíamos ser mais tolerantes com o pensamento de que poderia ter levado quase 20 séculos para restaurar algumas verdades que os pentecostais estão mantendo, incluindo a evidência inicial. Eu pessoalmente concordaria com W.W. Menzies, que argumenta que, embora a doutrina das línguas evidenciais seja formulada na linguagem moderna e aborde questões contemporâneas, ela está ligada ao processo de desenvolvimento doutrinário que se estende de novo à era apostólica (94).

Conclusão

Como já foi dito, a parte ocidental do mundo cristão especialmente tende a fazer categorias rígidas e esquemas rígidos, e isso às vezes
vai contra nossa compreensão da obra do Espírito; o vento sopra onde quer (95) e sempre haverá um lugar para algum mistério sobre os caminhos do Espírito. (96) O batismo no Espírito não é apenas matéria de doutrina, é também uma experiência pessoal. No entanto, não podemos enfatizar a experiência em detrimento da Escritura, “a experiência dada pelo Espírito Santo pode fazer a diferença na forma como alguém tem compreensão da Escritura ”. (97).

Não deve ser esquecido que, especialmente no início e, em seguida, durante o século XX, milhares de pessoas experimentaram glossolaia, mais do que em qualquer outro momento da história. Naturalmente, o desejo surgiu para explicar esse fenômeno escrituralmente. Assim, a doutrina da evidência inicial foi introduzida, especialmente dentro do Movimento Pentecostal.

Nem todos os pentecostais ensinam que falar em línguas é o único sinal do Batismo no Espírito. Isso evidencia que a doutrina ainda deixa espaço para essas questões. Alguns deles foram criados neste ensaio. Parece que respondendo algumas perguntas são mais fáceis do que responder aos outros. Pode haver boas respostas para as questões do uso de passagens narrativas ou didáticas na formulação de doutrinas, intenção autoral e do propósito da glossolalia nos escritos de Paulo. Ainda há espaço para questões relativas à questão da experiência normal ou normativa. (98).  No entanto, se a questão é formulada de forma positiva: o que é consistentemente
sinal repetido do batismo do Espírito em Atos? Eu tenderia a concordar com Enloe que
diz que é a glossolalia (99). Além disso, a sugestão de Menzies de aplicar sistemática
teologia para a questão parece também ser útil.

A questão da evidência histórica para esta doutrina é também um forte argumento
que devemos considerar, e não é fácil lidar com isso.

A verdade é que a questão das línguas não nos leva ao cerne da Fé cristã, e eu concordo com a declaração feita por W.W. Menzies que essa
doutrina - por mais importante que seja para os pentecostais - não representa a contribuição teológica mais importante  que os pentecostais trouxeram para o corpo maior de Cristo. (100) “Não podemos e não devemos permitir nossa contribuição ao mundo Evangélico seja reduzido simplesmente à questão das línguas.” (101)

No entanto, também é verdade que em média na igreja pentecostal, onde o falar em línguas e outros dons espirituais são encorajados, em qualquer outro lugar oitenta de cem por cento das pessoas podem exercer  a glossolalia (102). Vale a pena incentivar as pessoas a buscar (não apenas) esse dom, porque os benefícios são ótimos.

Notas:

(01) Declaração de Verdades Fundamentais da Assembleia de Deus, artigo número 8,
http://ag.org/top/Beliefs/Statement_of_Fundamental_Truths/sft_short.cfm [acessado em 28/1/2011].

(02) Declaração de Verdades Fundamentais da Assembléia de Deus, artigo número 7.

(03) Veja as definições dos Carismáticos e do Evangelicalismo em B. T. Noel, Pentecostalismo e Hermenêutica pós-moderna (Eugene, Oregon: Wipf & Stock Publishers, 2010), p. 4-5.

(04) S. M. Horton, "Batismo no Espírito: Uma perspectiva pentecostal", em O. Brand (ed.), "5 Perspectivas sobre o Batismo no Espírito Santo. (Nashville, Tennessee: grupo B & G Publishing, 2004), p. 101."

(05) T. Enloe, “Uma Abordagem Funcional para um Assunto Às vezes Sensível”, Jornal de Enriquecimento 15/3 (2010), p. 106.

(06) Enloe, “Uma abordagem funcional para um sujeito às vezes sensível”, p. 105

(07) M.J. Cartledge, Falando em Línguas, Perspectivas Multi-disciplinares. (Milton Keynes: Paternoster Press, 2006), p. XII.

(08)Veja S.M. Burgess, G.B. Dicionário McGee de Movimentos Pentecostais e Carismáticos,
(Grand Rapids: Zondervan Publishing House, 1996 - nona impressão), p. 339: “Nem todos os pentecostais clássicos ensinam a evidência inicial. As exceções incluem igrejas pentecostais clássicas organizadas na Escandinávia, Alemanha, Reino Unido e América Latina."

(09) G.B. McGee, Evidência Inicial (Eugene, Oregon: Wipf e Stock Publishers, 2007), p.
107-108. De longe, o líder mais conhecido entre eles era o ministro Fred F. Bosworth, e
entre os líderes europeus, por exemplo G. Jeffreys (Inglaterra), J. Paul (Alemanha) e outros.

(10) W.W. Menzies, R. P. Menzies, Espírito e Poder: Fundamentos da Experiência Pentecostal (Grand Rapids: Zondervan, 2000), p. 47.

(11) W.W. Menzies. "A questão da Evidência Inicial: Uma Resposta Pentecostal‟, Jornal Asiático deEstudos pentecostais, 2/2, (1999), p. 262.

(12) A Igreja Apostólica é a única denominação pentecostal oficialmente reconhecida pelogoverno na República Checa. Em 1989, a Igreja Apostólica contava com cerca de 800 pessoas,em 2010, cerca de 7000.

(13) 1989 - 3 igrejas locais, 2010 - 43 igrejas locais.

(14) 1992 A Academia Bíblica Pentecostal foi fundada e em 1996 tornou-se o Superior
Escola de Teologia e Missões.

(15) Muitos materiais da Universidade Global foram publicados na língua checa -livros didáticos do Nível Básico da vida cristã, através do Nível de Ministério Cristão até o
Nível de bacharel.

(16) Uma exceção pode ser vista na edição tcheca da Teologia Sistemática de S. M. Hortononde as questões do batismo do Espírito e as evidências iniciais são tratadas até certo ponto. S. Horton, Systematická teologie (Albrechtice: Křesťanský život, 2001), pp. 435 - 466. O livro daex-presidente da Irmandade Pentecostal Europeia J. Zopfi Na všeliké tělo (Albrechtice:Křesťanský život, 1997) também está disponível em checo, e há passagens onde estas questões são brevemente discutidas.

(17) Um trabalho significativo a ser mencionado aqui poderia ser J. Stott, Zápas mladé circumkve (Praha: Návrat domů, 2001).

(18) Declaração de Verdades Fundamentais das Assembleias de Deus, Artigo número 8.

(19) W.W. Menzies, S. Horton, Doutrinas Bíblicas: Uma Perspectiva Pentecostal, (Springfield: Logion Press, 1993), p. 135.

(20) É incerto quem primeiro cunhou o termo. Os primeiros Pentecostais referiram-se ao

fenômeno de falar em línguas como línguas evidenciais, a evidência, evidência bíblica e etc. Veja G. B. McGee, Evidência inicial, p. 110.

(21) Enloe. Uma abordagem funcional para um sujeito às vezes sensível”, p. 105 - 109.

(22) Menzies, Espírito e Poder, p. 143.

(23) Burgess, McGee. Dicionário dos Movimentos Pentecostais e Carismáticos, p. 335. O

termo não foi usado em inglês antes de 1879.

(24) Horton, "Espírito Batismo: Uma perspectiva pentecostal", p. 73. Stanley Horton não apoia esta ideia; ao contrário, ele sugere que existem mais de 4.000 idiomas e dialetos no mundo hoje e provavelmente até 5.000 línguas antigas, então o Espírito Santo tem muitas para escolher.

(25) B.T. Noel, Hermenêutica Pentecostal e Pós-moderna (Eugene: Wipf e Stock,

2010), p. 5

(26) Noel, Hermenêutica Pentecostal e Pós-moderna, p. 5. Este processo é denominado
abordagem gramatico-histórica da hermenêutica ou do método histórico-crítico de interpretação.

(27) W.W. Menzies, R. Menzies, Espírito e Poder, p. 43.

(28) As passagens correspondentes são Atos 2: 1 a 4; 10: 44ss; 19: 1ff e às vezes também 8: 4 - 24.

(29) W.W. Menzies, R. Menzies, Espírito e Poder, p. 38. Proponentes desta postura citada
aqui estão B. Ramm, G.D. Fee [que é Pentecostal!] e J.R.W. Stott.

(30) W.W. Menzies, R. Menzies, Espírito e Poder, p. 43.7.

(31) “Toda a Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar, repreender, corrigir e
treinando em justiça para que o homem de Deus possa estar completamente equipado para cada bem trabalho. ”(NVI).

(32) Como  passagens clássicas do livro de Atos são citadas 1:26 ou 4:32.

(33) R. Stronstad, A Teologia Carismática de São Lucas (Peabody: Hendrickson
Publishers, Inc., 7 ed., 2002), p. 12.

(34) Stronstad. A Teologia Carismática de São Lucas, pp. 75 - 83.

(35) W.W. Menzies, R. Menzies. Espírito e Poder, p. 39.

(36) W.W. Menzies, R. Menzies. Espírito e Poder, p. 42. Há uma citação de W. Klein,
C. Blomberg, R. Hubbard, Introdução à Interpretação Bíblica: “… a narrativa geralmente ensina mais indiretamente que a literatura didática sem se tornar menos normativa ”. Também G. Osborn:“ A narrativa não é tão direta quanto o material didático, mas tem um ponto teológico e espera o leitor a interagir com a mensagem. ”

(37) Veja W.W. Menzies, A Questão da Evidência Inicial: Uma resposta pentecostal ‟, asiático Journal of Pentecostal Studies 2/2, 1999, p. 266. “… a questão da evidência inicial não é tão crítica em grande parte da Ásia, como parece ser no Ocidente ... porque a narrativa é um meio natural para a comunicação da verdade em grande parte da Ásia - talvez muito mais do que doutrina proposicional expressões."

(38) E.R. Lee, “Batismo no Espírito Santo - Uma Formulação Doutrinária”, Jornal de Enriquecimento. 15/3 (2010), p. 99.

(39) R. Walston, A controvérsia do falar em línguas. (EUA: Xulon Press, 2003), p. 148.

(40) W.W. Menzies, R. Menzies. Espírito e Poder, p. 43.

(41) Atos 8: 4-24 e Atos 9:17, porém glossolalia não é mencionado aqui.

(42) Essa é a posição amplamente aceita no movimento carismático. Veja Larry Hart: Batismo Espiritual: Uma Perspectiva Carismática Dimensional‟, em CH. O. Brand (ed.), Perspectivas sobre o Batismo no Espírito, p. 123. “A maioria dos pentecostais endossaria um padrão de línguas, vendo o falar em línguas como a evidência física inicial do Batismo no Espírito. Carismáticos, por outro lado, são um pouco mais brandos na questão das línguas: alguém pode ou não falar em línguas quando é batizado no Espírito Santo, mas falar em línguas ainda é visto como uma parte normal da vida cheia do Espírito e está disponível para todos."

(43) Walston, A controvérsia do falar em línguas, p. 12.

(44) J.D.G. Dunn, Batismo no Espírito Santo: um re-exame do ensino do Novo Testamento
sobre o Dom do Espírito em Relação ao Pentecostalismo hoje (London: SCM Press LTD,3 ed., 1974), p. 39; ele tenta ver a questão do batismo do Espírito a partir das perspectivas de vários Autores NT, ex: Paulo, João e Lucas.

(45) Walston, A Controvérsia do falar em Línguas, p. 123.

(46) Veja a tabela em Walston: A Controvérsia do Falar em Línguas,, p. 127; Exemplos
são: Atos 2: 38-41, 2: 46-47, 5:14, 8:12, 13:12 e assim por diante.

(47) Walston. A Controvérsia do Falar em Línguas, p 128.

(48) Walston. A Controvérsia do Falar em Línguas, p. 73. Ele, no entanto, reconhece
que Lucas também apresenta uma visão pneumatológica.

(49) W.W. Menzies, R. Menzies. Espírito e Poder, p. 122. O argumento clássico é que
a doutrina da Trindade também não é encontrada nas Escrituras. No entanto, veja a argumentação em McGee, Evidência Inicial, p. 191-192.

(50) W.W. Menzies, R. Menzies. Espírito e Poder, p. 124.

(51) R. P. Menzies, "Línguas Evidenciais: Um Ensaio sobre o Método Teológico", Asian Journal Estudos Teológicos 1/2 (1998), http://www.apts.edu/aeimages//File/AJPS_PDF/98-2- menzies.pdf [acesso em 01/10/2011].

(52) Lee. “Batismo no Espírito Santo - Uma Formulação Doutrinária”, p. 101.

(53) Enloe. Uma abordagem funcional a um sujeito às vezes sensível”, p. 107. Os exemplos
são: Num. 11:25; 1 Sm. 10: 6; 1 Sm. 19:20; 2 Cron. 15: 1-7; 2 Cron. 20: 14-17; Isaías. 59:21.

(54) Isaías 6, Jeremias 1, Ezequiel 1, Daniel 10.

(55) Enloe. Uma abordagem funcional a um sujeito às vezes sensível”, p. 108.

(56) Burgess, McGee, Dicionário dos Movimentos Pentecostais e Carismáticos, p. 337. “Roy Harrisvile (1974) conta trinta e cinco referências ao fenômeno em Marcos, Atos e 1 Coríntios - vinte e oito deles em 1 Coríntios, vinte e três dos quais estão no capítulo 14.

(57) Cartledge, Falando em Línguas: Perspectivas Multidisciplinares, p. XIX.

(58) Burgess, McGee, Dicionário dos Movimentos Pentecostais e Carismáticos, p. 339.

(59) Declaração de Verdades Fundamentais das Assembleias de Deus, Artigo Número 8.

(60) Menzies, Horton, Doutrinas Bíblicas: Uma Perspectiva Pentecostal, p. 139.

(61) Burgess, McGee, Dicionário dos Movimentos Pentecostais e Carismáticos, p. 456.

(62) Enloe T., “Uma Abordagem Funcional de um Assunto Às vezes Sensível”, Jornal de Enriquecimento. 15/3 (2010), p. 108.

(63) Veja também W.W. Menzies, R. P. Menzies, Espírito e Poder, p. 126: “Quando Lucas lembra-nos do caráter profético do dom do Espírito, ele está de fato afirmando que o dom pentecostal está intimamente ligada à fala inspirada ”.

(64) Lee, “Batismo no Espírito Santo - Uma Formulação Doutrinária”, p. 104.

(65) F. Macchia. Babel e as Línguas de Pentecostes: Reversão ou Cumprimento?‟ Em M.J. Cartledge: Falando em Línguas: Perspectivas Multidisciplinares, pp. 34 - 51. Ele apresenta um argumento interessante que a confusão de línguas e a dispersão das pessoas em Babel deve ser visto como graça. “É o plano de Deus para a livre proliferação e diversificação de uma vida que não abriga ilusões idólatras e encontra sua verdadeira dignidade em glorificar a Deus ”, p. 42. “A unidade do Pentecostes não é, portanto, abstrato e absoluto, mas sim concreto e pluralista. Não é arrogante e egoísta, mas humilde e obediente. É respeitoso e tolerante às diferenças ”, p. 45.

(66) Macchia. Babel e as línguas de Pentecostes: Reversão ou Cumprimento?‟, 4.

(67) Walston, A Controvérsia do Falar em Línguas, p. 167.

(68) M.W. Mittelstadt. Lendo Lucas-Atos na Tradição Pentecostal, (Cleveland: CPT
Press, 2010), p. 73. Ver também M. Turner „Early Christian Experience e Teologia das Línguas‟ em M.J. Cartledge Falando em Línguas, Perspectivas Multidisciplinares, p.11: “É razoávelSuponha que Lucas considerasse o reconhecimento pentecostal da xenolalia, e o efeito positivo disso,ser um sinal único e providencial que marca o começo da era escatológica do Espírito profecia, uma que não se repetiu exatamente em outro lugar ”.

(69) Cartledge. Falando em Línguas: Perspectivas Multidisciplinares, p. 11.

(70) McGee. Evidência Inicial, p. 102. Até mesmo Zinzendorf acreditava (como os primeiros pentecostais)
que o falar em línguas tinha sido originalmente dado a fim de facilitar o empreendimento missionário - McGee, Evidência Inicial, p. 32.

(71) Horton. "Batismo no Espírito: Uma Perspectiva Pentecostal", p. 75.

(72) I Cor. 14:18.

(73) Veja o registro de sua conversão em Atos 9.

(74) Mittelstadt. Lendo Lucas-Atos na Tradição Pentecostal, p. 34. De acordo com
Bosworth, nem os grandes ganhadores de alma ensinaram isso. Mittelstad também dá o exemplo de William Seymour, o principal protagonista do Avivamento da rua Azusa em 1906. Ele mudou sua opinião sobre
línguas depois de estar decepcionado que muitas pessoas que vieram através desta experiência não viveram uma vida santa: “As línguas são um dos sinais que acompanham cada pessoa batizada, mas não é o
evidência real do batismo na vida cotidiana. Sua vida deve medir com os frutos do Espírito ”p. 36.

(75) Ainda assim, esta explicação não explica por que o relato de Atos 9 não o menciona
falando em línguas.

(76) M. Turner. 'Experiência Cristã Primitiva e Teologia de “Línguas ”- Uma Perspectiva do Novo Testamento', em M.J. Cartledge (ed.), Falando em Línguas, Perspectivas Multi-disciplinares, pp. 20-23.

(77) I Cor. 14:22.

(78) Isso geralmente não é uma ideia aceita. Veja M.J. Cartledge em Falando em Línguas, Perspectivas  Multi-disciplinares, p.24. “Essa explicação, no entanto, foi vigorosamente negada por Edgar que oferece uma enxurrada de contra-argumentos: (1) Tal visão contradiz o propósito do sinal declarado em ICor. 14:22; Marcos 16: 5-17 e implícito em Atos 2: 1-13. (2) Um presente privado não seria para a edificação da igreja e o torna único. (3) Tal presente seria egocêntrico ... ”e assim por diante. A resposta de Max Turner é que “Não há contradição entre as línguas vistas como um meios de devoção e o que é dito em I Coríntios. 14:22, Marcos 16: 15-17 e Atos 2: 1-13 a menos que um desses textos
arbitrariamente afirmem que as línguas só podem ter uma função. ” Fonte?

(79) Turner. Experiência Cristã Primitiva e Teologia de “Línguas ”- Uma Perspectiva do Novo Testamento ', p. 25.

(80) I Cor. 12:30.

(81) I Cor. 14: 5.

(82) W. Menzies, R. Menzies. Espírito e Poder, p. 136-139. Ele cita G.D. Fee: “Desde
o verso 28 é sincronizado com o verso 27, com enfático "você é", significando a igreja em Corinto, pode haver pouca dúvida de que por esta frase (na assembleia), Paulo também pretende atingir principalmente  a
assembleia local em Corinto. ”

(83) Turner. Experiência Cristã Primitiva e Teologia de“ Línguas - Uma Perspectiva do Novo Testamento ', p. 27: “Devemos assumir que profecia, ensino, curas, milagres, liderança e administração, estavam todos dentro e fora da assembleia formal... Nem todos falam em línguas, eles não podem ser restritos a dizer que nem todos têm o dom especial de falar em línguas na Assembleia ”, eles fazem? Deve significar que somente alguns falam em línguas, seja em particular ou em público (na assembleia).

(84) W. Menzies, R. Menzies, Espírito e Poder, p. 141.

(85) Turner. Experiência Cristã Primitiva e Teologia de“ Línguas ”- Um Novo Testamento
Perspectiva ', p. 28.

(86) Walston, A Controvérsia do Falar em Línguas, p. 155.

(87) Uma boa fonte desses exemplos poderia ser S. M. Burgess, O Espírito Santo: Antigo
Tradições cristãs (Peabody: Hendrickson Publishers, 1984) e o mesmo autor: O
Espírito Santo: Medieval Católica Romana e Tradições de Reforma. (Peabody: Editores Hendrickson Inc., 1997).

(88) Mas veja Burgess, Dicionário McGee de Movimentos Pentecostais e Carismáticos, p.
337.

(89) Walston, A Controvérsia do Falar em Línguas, p. 158.

(90) Veja McGee. Evidência Incial, p. 4 - 6: nomes de S. M. Burgess por exemplo Cipriano que afirma: … os que são batizados na Igreja são levados aos prelados da Igreja e
nossas orações e imposições de mãos obtêm o Espírito Santo." Semelhantemente Hipólito, Hilary Potiers e outros. Para mais também Burgess, O Espírito Santo: Antigas Tradições Cristãs e Cidadãs, O Espírito Santo: Medieval Católica Romana e Tradições da Reforma.

(91) S.M. Burgess. Evidências do Espírito: As Igrejas Antigas e Orientais‟, em G.B.
McGee, Evidência Inicial, p. 9; dualistas radicais tinham enfatizado o batismo do Espírito como experiência subsequente e muitas vezes superior.

(92) Burgess.  McGee, Dicionário de Movimentos Pentecostais e Carismáticos, p. 337.

(93) S.M. Burgess. ‟, Evidências do Espírito: As Igrejas Antigas e Orientais‟, em B. McGee, Evidência Inicial, p. 28.

(94) Menzies, Línguas Evidenciais: Um Ensaio sobre o Método Teológico, p. 6.

(95) João 3: 8.

(96) Hart. Batismo no Espírito: Uma Perspectiva Carismática Dimensional, p. 127.

(97) Horton, "Batismo no Espírito: Uma Perspectiva Pentecostal", p. 49.

(98) Por exemplo, é difícil imaginar 3000 pessoas convertidas no dia de Pentecostes
começando a falar em línguas. Que experiência incrível que teria sido! Toda Jerusalém teria ficado de cabeça para baixo. Podemos pressupor que Lucas não teria mencionado isso? Também o número de referências a pessoas que foram salvas sem mencionar falar em línguas, é uma questão em aberto para mim.

(99) Enloe, “Uma abordagem funcional para um sujeito às vezes sensível”, p. 107.

(100) W.W. Menzies, R. Menzies. Espírito e Poder, p. 142.

(101) Menzies. Línguas Evidenciais: Um Ensaio sobre o Método Teológico‟, p. 8.

(102) Walston. A Controvérsia do Falar em Línguas, p. 195. “Em média, na igreja não-pentecostal oitenta por cento das pessoas não podem falar em línguas."

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