13 de junho de 2019

Precisamos falar sobre os Neoreformados!


Por Everton Edvaldo

Chamo de Neoreformados, a geração de novos adeptos da reforma nos dias de hoje. Quem são? Onde estão? Quais são suas características? Eles estão trazendo alguma contribuição para o evangelicalismo no Brasil? Nesse breve texto vamos fazer um pequeno mapeamento desse novo movimento. 

Pois bem... Todos nós sabemos que o cristianismo no Brasil tem se tornado cada vez mais distante daquele bíblico, e isso faz com que vários cristãos despertem para lutar contra isso e defender a fé bíblica.

Na ânsia de voltar às origens, alguns acabam conhecendo a teologia reformada. Graças a ela, no passado, muitas plataformas e ferramentas foram extraídas das Escrituras para prevenir, tratar e combater os excessos da fé cristã. Mas a Reforma Protestante foi um Movimento Singular na história e ao mesmo tempo inacabado. 

O lema: "igreja reformada continuamente se reformando" não acompanhou o crescimento dos protestantes no mundo, fazendo com que as novas demandas e desafios se tornassem cada vez maiores.

Em razão disso, um grupo de pessoas cresce assustadoramente todos os anos e tenta retornar aos marcos antigos. São intitulados de "Neoreformados" porque derivam do novo Movimento Reformado, dizem eles. 

Esses, (não todos) são bastante diferente da geração reformada do passado. Nesse breve texto, eu vou fazer um contraste entre ambos. Pois bem, qual seria a diferença entre eles?

A começar, os antigos reformados evangelizavam, a criavam juntas de missões, investiam dinheiro e capacitavam pessoas para ganhar almas para Cristo. Pessoas como Whitfield, Spurgeon e Calvino são claros exemplos disso.

Os Neoreformados não gostam de evangelizar. Eles criticam todos os métodos de evangelismo que existem e não investem em missões.

Segundo, os antigos reformadores apesar de ter uma dada aversão à manifestações sobrenaturais em seus escritos, viviam experiências extraordinárias com Deus e na igreja. 

Já os novos reformados são cessacionistas radicais, militam contra as manifestações espirituais e ridicularizam as igrejas que acreditam nos dons. 

Os antigos reformados tinham uma vida de oração de admirar. Os novos, não oram muito e passam o dia todo na internet murmurando.

Os antigos reformados estudavam um pouco de tudo, os novos só estudam teologia reformada e olhe lá...

Os antigos davam respostas aos dilemas do seu tempo. Os novos insistem em dar resoluções para dilemas do passado enquanto que polemizam as novas demandas.

Os velhos produziam teologia. Os novos repetem o que os outros disseram e não são originais/autênticos.

Os antigos se preocupavam em ajudar seus líderes. Os novos mal aparecem na igreja e dão problemas aos seus pastores.

Os antigos desejavam se assemelhar à imagem de Cristo, os novos gostam de ficar parecidos com a aparência física dos antigos reformadores. Usam barba grande, colocam a foto de João Calvino no perfil do Facebook e usam sobrenomes nas redes sociais como: Funalo Monergista, Ciclano Calvinista, Beltrano Reformado.

Bem... Lamentavelmente é isso que o Movimento de Neoreformados está se tornando. De qualquer forma, eu gostaria de falar que ainda há um remanescente. Eu não sou louco de generalizar e dizer que todos eles estão andando por esse caminho.

Porém, a verdade é que de modo geral, os Neoreformados tem uma motivação certa e justa, contudo, sua conduta é extremista, fundamentalista e às vezes, beira ao sectarismo. 

Meu desejo é que essa geração de novos reformados sejam autênticos, originais, atentos às demandas do seu tempo, verdadeiros estudantes das Escrituras e acima tudo, que sejam servos de Deus.

6 comentários:

  1. Ótima ilustração. Quando não são cessacionistas, só enfatizam os dons espirituais. Que O SENHOR conceda discernimento pra essa nova geração de pregadores

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  2. Procede, embora eu pense que o motivo é um esfriamento da Igreja atual e global, não importando a vertente teológica. Também é possível elencar uma série de características negativas de outros movimentos.

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  3. Faltou você anqlosar as raízes que possibilitaram o surgimento dos neo reformadks: o analfabetismo arminiano. Os pentecostais não queria estudar, ficaram pra tras

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    1. Penso que crescimento dos reformados se deu por causa do surgimento das redes sociais, que popularizou pastores e ensinos reformados, que até então só era possível conhecer através de livros. Claro que o analfabetismo bíblico de alguns líderes pentecostais também facilitou, mas agora já estão surgindo debates de alto nível.

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  4. To vendo muitos aqui falar de analfabetismo, e pondo isto na conta dos pentecostais,
    Acho que deveriam atinar para o problema do seu segmento que como mostra o texto principal está em decadência,
    E um dos motivos principais é estar olhando par joio no meio da plantação do campo vizinho, esquecendo de ver o que o inimigo tem plantado no seu campo,
    É preciso lucidês ao encararmos os problemas de nosso seguimento com humildade,
    Se conseguirmos interpretar,
    "extremismo", rejeitando esta prática, que dirá, entender que é preciso tirar a trave que está no próprio olho antes para que possa tirar o do olho do teu irmão?
    Quanto a analfabetismo, creio que o afirmar uma doutrina, pelo que disse o escritor fulano de tal e coisas do tipo não faz de ninguém mais alfabetizado, ser não for capaz de cavar seu próprio poço, serás apenas um papagaio, de biblioteca. o que faz a diferença é estudar as escrituras, repetir o que um certo mortal escritor disse não te fará entendido acerca de Deus,
    Afinal de contas escritor, mortal, tem pra todo gosto, inerrânte só Deus das escrituras...

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